Capítulo 6

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"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero é uma verdade inventada - Clarice Lispector"

Tainara

Me jogo na cama estressada. Aff!!
Como ele é tão abusado!

A pulseira é minha e ele não tinha esse direito.
Eu entendo que ele é um homem importante e que uma moça indefesa como eu deveria ter cuidado, mas é como eu digo: Ele manda nas coisas dele e não em mim... aliás, em que ele trabalha mesmo?

Reviro pra lá e pra cá resmungando, não sei como vou pegar essa pulseira de volta. Mas pelo visto, vai ser quando ELE quiser me devolver.

[...]

Acordo com barulhos de uma confusão, são vozes conhecidas.
Levanto com a cara toda amaçada e sigo o barulho que vem da sala.

Me assusto ao ver a Giselle gritando com o Alemão e ele segurando firme nos braços da Thaís, ele veio acompanhado de mais dois homens, que se não me engano um dos me ajudou no dia da morte do meu pai.

Tainara: O que você esta fazendo aqui? - minha pergunta sai da minha boca sem que eu possa processar - Solta minha irmã, seu imbecil. - vou no braço dele beliscando.

Giselle: Tainara, volta para o quarto!

Alemão: Desculpa - diz pra Thaís que assente.

Tainara: Não vou, quero saber o que está acontecendo - ponho a mão na cintura- Cadê a minha pulseira? - pergunto irritada - Agora quer devolver?

Alemão: Primeiramente vai tomar um banho, você está parecendo um dragão.

Tainara: Esse dragão tá soltando fogo. Cadê minha pulseira?

Alemão: Vá tomar o banho - dou uma olhada de cima a baixo debochada.

Tainara: Quero saber o que você faz aqui e cadê a minha pulseira!? - olho nos seus olhos verdes. Ele segura com delicadeza nos meus pulsos, me puxa pra bem próximo do seu peito e me arrepia inteira ao aproximar sua boca do meu ouvido.

Alemão: Vai tomar banho agora! - me assusto e pulo para trás.

Olho pra minha mãe que carrega muita raiva nos olhos, pensei por um momento que pelo menos agora ela me defenderia. Mas vejo em seu olhar um ódio por mim.
Ela sempre me disse que não queria meu envolvimento com a grande socialite, talvez estragasse os seus serviços.

Olho para minha irmã que assente com a cabeça pra que eu possa tomar banho, porque vai ficar tudo bem.

Se no final desse "tudo bem" ele me devolver minha pulseira. Ta tranquilo.

Vou para o meu quarto e pego uma roupa, seguindo para o banheiro. Lavo os cabelos, faço tudo que tinha que fazer, até me depilar me depilo, isso tudo para demorar e ele ficar irritado.

Desligo o chuveiro, me enxugo, visto a minha roupa e penteio os cabelos.
Saiu do banheiro e vou ao meu quarto passando desodorante, hidratante e perfume.
Volto para sala e cruzo os braços olhando pra ele que olha para o teto. Como se estivesse julgando a minha casa.

Tainara: Agora já posso pegar minha pulseira de volta? - ele me olha de cima abaixo

Alemão: Tá melhorzinha, Alma.

Tainara: Minha pulseira- repito

Alemão: Parece um disco arranhado, não é mesmo? - fala com a minha irmã.

Thaís: Tatá vem aqui - ela me chama. Vou até ela e ela me puxa para um abraço. - Sempre se lembre que na vida tudo tem um propósito, eu te amo e vou dá um jeito nisso - não entendo

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