Capítulo Quatro

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Ele me pediu para esperá-lo, que sempre voltaria. E eu escolhi ficar aqui, aguardando seus retornos com meu coração pronto para amá-lo. Tínhamos tudo, tudo que um casal precisava para ser feliz realmente. Quando se tem amor conseguimos enfrentar vários obstáculos, mas nosso amor foi crescendo na base das mentiras e falsidade. 
Tristan foi egoísta, ele me pediu para esperá-lo mesmo sabendo que não poderia cumprir suas promessas. Qual era o verdadeiro plano dele? Se casar com minha irmã e simplesmente sumir sem nenhuma explicação? Eu sei que segui por um caminho completamente sem volta, também errei. No entanto, não dormia com dois machos. Meu sentimento era somente dele, estava disposta a viver tudo que planejamos e sonhamos. 
Ouço batidinhas na porta, em seguida ela é aberta.

— Bom Dia, Alteza. Trouxe o café da manhã e também um tônico fresco.

A Curandeira colocou a bandeja ao lado da minha cama, em cima do criado-mudo.

— Bom dia, Bruxa!

— Meu nome é Freya. — disse com um sorriso. — Mas pode me chamar de Bruxa se desejar.

— Não, me perdoe. Eu gostei do teu nome. É bonito e forte.

A fêmea alargou o sorriso, fazendo uma mesura em agradecimento.

— Na verdade, Breanne significa "aquela que é forte e nobre". A Rainha Lagertha soube escolher o nome das filhas. Como está o bebê?

— Me matando de enjôo; — deito na cama. — E com uma dor de cabeça insuportável.

— Essas dores são comuns na gestação.

Ela nem imagina quais são minhas dores no momento. E acho que ninguém no Mundo pode curá-las, nem mesmo aquele que causou tamanha dor.

— Você está apenas com dois meses de gestação. O bebê vai nascer na Lua Minguante.

Viro-me em direção a bandeja de comida. Meu estômago roncou, implorando por alimento.

— Quero comer, mas sinto que vou vomitar até minhas tripas.

— Coma devagar, com calma; — ela me alcança a bandeja. — E depois beba o tônico, vai melhorar os enjoos.

— Obrigada, Freya.

— Estou aqui para servi-la, Alteza.

Uma das serviçais entrou no meu quarto.

— Princesa Breanne, O Rei Akhenaton deseja a sua presença na sala matinal.

Freya olha-me surpresa.

— Meu Pai?

— Sim, Alteza. Vou ajudá-la com o banho e o vestido.

Eu concordei, com receio e medo. Não sei o que me espera na sala matinal. Freya ajudou a serviçal com meu cabelo, elas prendem os cachos rebeldes formando uma tiara de tranças. Arrumam os cachos que estão soltos, amassando com óleos aromáticos. E passam uma leve maquiagem para disfarçar minha afeição abatida. 
Meu vestido foi comum, corte reto e um corpete claro para destacar meus seios. Quando vejo meu reflexo no espelho, fico impressionada. Estou ótima e não representa que alguns minutos atrás estava quase morrendo de enjoos.

— Obrigada; — Digo, criando coragem para descer até a sala matinal. — Por favor, sabe me dizer quem está acompanhando meus pais no café da manhã?

A serviçal olhou-me, desconfiada da pergunta. Ela pigarreou com a garganta quando a Curandeira Freya belisca seu braço.

— Perdoe-me, Alteza. Bom, quem está acompanhando o Rei e Rainha na sala matinal são os Governantes de Chamber, o Rei Morfeu e as Escolhidas dele. E também… — ela hesitou, mordendo o lábio inferior.

A ESCOLHIDA - Clãs LunaresOnde histórias criam vida. Descubra agora