Capítulo XXVII

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A brisa fresca do inverno soprava meus cabelos. A neve estava parcialmente derretida e o sol notavelmente mais forte. Dispensei o casaco e as luvas naquela patrulha, e estava apenas com uma regata verde pálido, uma calça de couro preto e as botas. Rhys sempre dissera para que eu usasse, pelo menos, uma peça preta de roupa nas patrulhas — representando o território Sul. As alças do suporte cruzavam o peito, sustentando as espadas gêmeas em minhas costas. O pingente delicado se grudando a pele da clavícula, um pouco suada. Meus cabelos estavam presos para trás.

Rhys também estava mais casual naquele dia pouco quente. Usava calça de couro preto, colete e uma única espada atrás de si, em um suporte parecido com meu. As botas grandes terminavam em seus tornozelos, os cabelos com a parte superior presa para trás e o resto solto.

Abaixo a máscara, respirando fundo.

Verifiquei mais uma das armadilhas enquanto Rhys fazia o mesmo um pouco à frente. Quando termino e paro ao seu lado sorrindo, ele olha para mim, sorri e então congela olhando para algo atrás de mim. Seu maxilar fica tenso, o corpo enrijecido, as mãos prontas para pegar a espada. Me viro, esquecendo completamente de colocar a máscara de volta.

Quatro homens vestidos de verde estão parados, todos com espadas e adagas. Fico tensa também, o corpo em alerta, as armas cruzadas em minhas costas parecem mais pesadas, me convidando a pegá-las. Rhys caminha devagar, colocando seu corpo na frente do meu, mas de modo que eu tenha visão do que está acontecendo. Os quatro homens caminham devagar, sem pegar as armas, até nós.

Faço uma observação breve de cada um. O da direita era alto e magro, músculos moderados, parecia um forte oponente. Ao lado deste, um baixinho musculoso. Depois, um de estatura média, um pouco rechonchudo. E na esquerda, um magro e alto. Oponentes fortes, confesso.

Eles param há poucos metros à nossa frente. Não consigo ver o rosto de Rhys, mas sei que seu olhar está tão afiado quanto o meu. Ainda não pegamos as espadas, eles também não. Nenhuma luta travada. Me coloco totalmente ao lado de meu parceiro quando eles param. Não adiantava mais tentar esconder meu rosto agora.

– Vejam só. A princesa perdida. – O rechonchudo diz. Pelo jeito que está mais à frente, parece o comandante daquele grupo.

– O que estão fazendo aqui?

– Sabe que não temos lugar fixo, querido líder. – Ele responde, inclinando um pouco o corpo. Meus olhos estão observando, estudando os movimentos de cada um.

– E eu já disse que se quiserem andar pelo Sul, que façam isso longe de meu acampamento. — A voz de Rhys é fria e cortante, apesar disso, ele mantém uma calma mortal, fingindo estar completamente despreocupado, mas eu já o conhecia o suficiente para saber que aquilo era apenas uma encenação.

– Não queríamos incomodar, mas sabe como é, inverno, neve, caçada difícil...

– Não me interessa. Procurem ajuda ou comida no Norte, no Leste ou Oeste.

– Ah, você não sabe? – Ele inclina o corpo para trás. Sua voz é brincalhona, desafiante. Mas aqui não há espaço para brincadeiras. – Não existe mais o Leste.

– Não tenho interesse em saber. – Rhys é tão frio quanto os ventos do inverno na noite de nosso teste. Meu teste.

– É mesmo? Bom, uma pena, algo realmente extraordinário, por assim dizer. Extraordinário e assustador.

– Não quero saber de suas histórias de viajante. O Sul cortou relações com o Leste há anos, muitos anos.

Sempre fugindo das responsabilidades, não é? – O comandante zomba e meu sangue automaticamente ferve.

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