❝ 𝐸𝑢 𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑠𝑜 𝑠𝑎𝑏𝑒𝑟 𝑠𝑒 𝑒𝑠𝑠𝑒 𝑠𝑒𝑛𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑒́ 𝑚𝑢́𝑡𝑢𝑜. ❞
Aquele que eu preciso ver se entendi. Meu chefe está me pedindo em noivado só para a família dele largar de seu pé? Sem contar que teremos que passar cinco dia...
Um silencio constrangedor se instala no quarto, agora é meia noite, depois do acontecimento, Shawn se enfiou em seu notebook me ignorando, ele está sentado no sofá, então eu fico de pé ao lado da janela, observando a noite, o vento está muito forte, fazendo todas as árvores perto balançarem. Suspiro fechando meus olhos a forte brisa bagunça meus cabelos e esfria meu corpo, lembro do simples toque de seus lábios, porque foi isso que aconteceu, um simples toque de dois lábios. Sem dúvida o melhor que já senti, abro meus olhos e fecho a janela, arrumo um pouco meus cabelos com os dedos, balanço a cabeça tentando mandar esses pensamentos para longe, viro lentamente me encostando na janela, olho disfarçadamente para Shawn que está digita algo no notebook.
Impossível, sério, sem nenhuma expressão, nenhum sentimento do que aconteceu aqui, Shawn é um poço de silencio e nesse exato momento, esse fato me incomoda.
— Olha, tenho uma teoria para o que aconteceu entre nós. — digo o olhando, ele para de digitar e levanta seu olhar para mim. — É minha culpa. — falo e o vejo erguer a sobrancelha confuso. — Sabe, eu te machuquei, sem querer, mas machuquei, me senti culpada... — Então está me dizendo que me atacou por pena? — ele pergunta. — Não... pera, o que quer dizer com "atacou"? — pergunto me aproximando e cruzo os braços. — Não ataquei o senhor, foi apenas algo do momento, foi como dois ímãs estávamos perto, pareceu certo e bum! Aconteceu, isso que eu quero dizer. — digo indignada com o fato dele ter achado que eu o ataquei. — Dois ímãs? — ele pergunta ironicamente querendo dar risada. — Sim! — Isso é ridículo, Melissa, foi um beijo, eu senti vontade, você também e bum! Aconteceu, não existe essa coisa de ímãs. — ele fala convencido. — Ah! Então quer dizer que o senhor sentiu vontade de me beijar? — pergunto sorrindo satisfeita com o que ele falou. — Não foi exatamente isso que eu quis dizer... — ele coça a nuca. — Mentiroso! O senhor realmente me acha atraente né. — falo petulante vendo-o fechar a cara e fazer aquela expressão de assassino. — Eu posso denunciá-lo por assédio sexual. — falo mudando o clima nervoso para um clima leve. — Assédio? — ele pergunta. — Que eu me lembre, você que me beijou primeiro. — me acusa, fico vermelha ao constatar que é verdade — Foram eletricidades invisíveis magnéticas que saem de nossos corpos como ímãs. — invento, vendo pela primeira vez na vida meu chefe rir. Acho que nunca presenciei algo tão lindo na minha vida como Shawn rindo, seu sorriso perfeito escondido pela aquela expressão fria sem vida, me sinto como Ícaro fascinado pelo sol, Shawn ri instantaneamente e eu rio também admirada. É como toda coisa boa vem seguida de uma ruim, um trovão estrondoso cortou o céu fazendo-me gritar e pular na cama assustada, e o pior a luz acabou. — Melissa? — escuto Shawn me chamar na escuridão. Vejo ele ligar o celular e mirar em cima de mim, fecho os olhos ouvindo a chuva começar violentamente, abraçando minhas pernas tapo os ouvidos com o travesseiro. — Mel, o que foi? — ele pergunta, mas minha voz não sai, somente as vozes desesperadas na minha mente, lembranças perturbadoras.
↳ 𝐅𝐥𝐚𝐬𝐡𝐛𝐚𝐜𝐤 ↳ 𝐍𝐚𝐫𝐫𝐚𝐝𝐨𝐫
" — Essa chuva é um saco. — o pai de Melissa disse enquanto dirigia atento por causa da chuva forte, Califórnia não costuma ter chuvas tão intensas.
Estavam na estrada a caminho da formatura do irmão mais velho de Melissa, que se formava em universidade de administração, Melissa se sentia animada como o simples fato de ver seu querido irmão mais velho se graduar em administração, logo seria ela, faltava apenas dois anos para terminar o ensino médio, a única parte ruim seria que seu irmão depois de formado iria embora para Nova York trabalhar em uma empresa famosa.
— Querido, vá devagar, essas chuvas costumam deixar as estradas bem perigosas — a mãe de Melissa alertou o marido, preocupada. — Não se preocupe com isso, está para nascer um motorista melhor que eu ainda. — Melissa sorriu ao ouvir seu pai se gabar, para também amenizar o clima preocupante. — E você querida, está calada demais, você costuma falar tanto. — seu pai brincou. — Não é isso, só estou pensando em Julian, ele vai se formar e vai morar em Nova York, para trabalhar em uma empresa de engravatados idiotas. — Melissa reclamou, não queria ficar longe do irmão, ambos eram muito apegados. — Não é uma empresa de engravatados idiotas, Melissa. — minha mãe diz sorrindo. — É o sonho do seu irmão querida, trabalhar na Mendes Enterprises, além do mais, você vai ter um lugar para passar as férias, Marry disse que adoraria tê-la nas suas férias da escola. — sua mãe disse carinhosamente.
Marry era a noiva do seu irmão, eles iam se mudar juntos para Nova York, ele porque ia começar seu curso de moda e seu irmão porque ganhou um estágio na empresa, mesmo assim ver suas duas pessoas favoritas só nas férias séria uma droga!
— Além disso, se seu irmão ficar muito rico, vamos poder viver as custas dele. — seu pai brincou levando um tapa na cabeça de sua esposa. — Aí eu concordo plenamente, papai. — Melissa entrou na brincadeira. — Vocês dois são ambos mercenários. — sua mãe disse rindo. — Mercenários não, filha como é que eu digo? — Apenas aproveitamos a oportunidade. — Melissa disse a frase do seu pai rindo. Sentindo o celular vibrar ela o pegou sorrindo ao ver que era seu irmão ligando. — Olá, maninho. — saudou animada. — Oi mana! Cadê você, o papai e a mamãe? — ouviu seu irmão preocupado. — Estamos na estrada a caminho daí, por quê? — Melissa perguntou ao ver sua mãe olhá-la pelo retrovisor. — Por nada, passa para a mamãe preciso falar com ela, florzinha. — Seu irmão pediu carinhosamente, Mel sorriu ao ouvir o tão adorado apelido. — Ok, mas só porque me chamou de florzinha, manda um beijo para Marry, a gente se vê daqui a pouco. — Melissa disse ouvindo seu irmão rir. — Oi, bebê. — sua mãe disse e Melissa escutou um "não me chama mais assim mãe eu não sou mais um bebê", Mel ri com isso. — Amor, Julian está mandando um beijo e um oi. — sua mãe transmite o recado. — Manda outro. — seu pai disse concentrado na estrada. Melissa estava ansiosa para chegar logo e dar um abraço de urso no seu irmão, olhando através da janela viu a chuva aumentar e vários trovões e raios contarem o céu, preocupada olhou para frente desejando nunca ter feito isso. — Papai, cuidado! — gritou vendo o caminhão perder o controle na estrada molhada.
Seu pai virou o volante bruscamente para não serem atingidos pelo caminhão, Melissa viu em câmera lenta seu pai perder o controle do carro e ele invadir a pista contraria capotando, o barulho estrondoso do grito de sua mãe misturado com a chuva, trovões e a lataria amassada foi enlouquecedor.
Sentiu sua cabeça atingir em cheio o vidro do carro e sua visão ficou escura. Melissa não acreditava que iria morrer ali, a caminho da formatura do seu único irmão mais velho predileto, perderia seus pais, as únicas pessoas que amava. Frio e dor eram as únicas coisas que sentia, abrindo os olhos Melissa via tudo embaçado, seus ouvidos zuniam, alguém gritava, sentia o sangue escorrer pelos seus braços e rostos.
Quem gritava de forma tão descontrolada? Tentando se mexer não conseguia, seu corpo estava imóvel, tentou gritar de dor ou por ajuda, seus pais! Sua cabeça doía miseravelmente, parecia que haviam enfiado barras de fero dentro dela, mas isso não importava porque estava tudo ficando preto, ouvia vozes e barulhos de sirenes, Melissa não fazia ideia de quanto tempo ela já estava ali, a chuva ainda caia, antes de desmaiar viu o céu cortar em um trovão assustador.
Onde estavam seu pais e seu irmão?"
↳ 𝐌𝐞𝐥𝐢𝐬𝐬𝐚 𝐖𝐫𝐢𝐠𝐡𝐭
— Mel, calma, por favor. — Shawn? — abro os olhos e me vejo deitada na cama abraçando Shawn, que me aperta contra seu corpo. — A chuva. — digo desesperada tentando me soltar dele. — Acabou. Calma Melissa, é só água caindo. — ele diz segurando meu rosto. — Calma, feche os olhos. — Meu pais. — digo sentindo as lágrimas descerem pelo meu rosto. Me sento na cama olho para o escuro, ainda chove. — Eu sei, está tudo bem. — ele sussurra segurando meu braço. — Sabe? — pergunto chorosa. — Você fala enquanto dorme. — ele responde me puxando para ficar colada nele. — Eu... eu... Shawn meus pais, meu irmão. — gaguejo chorando.
Ele me abraça aninhando meu corpo no seu colo, ele deita comigo, os únicos sons no quarto é a chuva e meus soluços.
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