~ Cent cinquante et un ~

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Eu apenas ali sentei por muito tempo

Eu apenas ali sentei e contemplei por alguns milhares de momentos

Eu apenas senti cada digital das pontas de meus dedos explodirem contra a suas

Eu apenas me perdi em cada olhar indecifrável

Eu apenas me deixei morrer em cada momento interminável

E, talvez, sob as luzes da cidade
Ou sob qualquer luz que entre pela janela do quarto

E, talvez, cada lágrima seja um ponto cintilante interminável

E, talvez, nós sejamos um infinito finito

Ou talvez um pôr do sol, aquele que nunca existiu

Ou talvez aquela música que não tocou

Ou a dança que não se dançou.

E, talvez, tudo esteja aqui
Nessa luz, nessa atmosfera
Nesse quarto, nesses corpos

Ou naquele lugar esquecido dentro da curva de seus olhos
E você está, agora
Sendo.
Eu estou, agora
Sendo.

E, talvez eu nunca tenha beijado tua boca
E, talvez eu nunca tenha sequer lhe tocado
E, talvez eu nunca tenha te visto.

E, talvez você tenha encontrado um lar
Um lugar
Onde você sinta que é parte de algo.

E, talvez eu tenha saído e procurado
Não encontrar.

Pois
Eu, talvez te amava
Eu, talvez estivesse disposta
E, agora, talvez, isso tudo escorra pelas fendas das digitais de meus dedos
E escorra pela curva de meus olhos
E escorra por cada veia do meu coração.

E, talvez nada foi
E, talvez nada seja.

Porque eu sentei aqui por um tempo
E eu não via nada por muito tempo
E eu não sentia nada fazia tanto tempo
que, talvez.

Eu apenas me sentei lá por muito tempo.

RubroOnde histórias criam vida. Descubra agora