Você me da palavras banhadas em leite e mel. Amor familiar, sem te tocar.
Chegando devagar, sem pretensão de ser, cada segundo sendo, existindo.
Amor tão livre e tão ordinário, amor que não admite para os amigos, amor guardado entre a sombra e a alma, amor vagabundo.
Amor como fidalgos e cordel. Amor feito poeta molhado de óculos quebrado, chapéu torto e paletó amassado.
Amor de serenata e amor de egoísmo.
Amor sem assumir amor.
Epiderme do coração, alguma camada prendendo a solidão, nunca fenecer.
Amor feito lua, sempre crescendo ou mudando. Amor que se contenta em ser. Amor que mente mas é sincero, amor que faz a flor nascer.
De tantas rugas e milhas amor procurei.
Teu colo encontrei.
Sem intenção, apaixonei.
Sem proteção, fiquei.
Amor sem tempo, com tempo, vento. Amor particular, sem explicação.
Essas bocas carentes nunca tocadas, rastro de amante na escuridão.
Sol da manhã ou noite estrelada.
Amor esse de alma em chamas e corpo são.
Amor casmurro e descarado, amor de silêncio e contemplação.
De tanto tempo, pouco amor. E de muito amor pouco tempo. Cinco passos ou dois segundos, caindo pelo momento.
A flor mais bonita, de manhã primaveril e tão amargo gosto de café. Amor de ressaca, e amor de outono.
Te amo, sem assim te possuo. Melancolia dentro de mim.
De telas de cinemas até os gatos do beco, amor tão celeste e sem medo. Abismo e enfrentamento. Paixão a tanto momento.
Florescendo o jardim tanto cuidado de mãos cansadas. Amor de cativar. Amor responsável e insano. Amor que pode cansar.
Diga todas as palavras, para nas minhas encaixar. Soneto entre botões e travesseiros, noite sem luar.
Prometo que nunca vou mentir, mas vou te trair quando te beijar. Vou ficar aqui depois que a luz se apagar.