~ Cent soixante deux ~

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Vai se sentar aqui? Talvez?

Você olha nos meus olhos? Talvez?
O que você está me prometendo? Um talvez?
Você está aqui essa noite. E somos um rascunho desbotado e despedaçado. Não somos feitos com as mãos cautelosas. Grosseiramente existimos e nos tocamos e nos entrelaçamos. Jogada nesse chão, sim. Encontrei a minha paz encostada na parede.
Você encontrou sua paz no colchão de solteiro.
Serpenteando meu corpo? Esquecendo. Você fez de nós corpos celestes e agora começamos a perder a luz.
Olhando calmamente a curva do seu pescoço. Há marcas ali, foi o nosso fogo?
Eu me desfaço toda olhando para você, lembra?
Sim, esses seus olhos me prendem.
Vou chegar às sete, te chamo baixinho. Talvez eu saia pela janela antes das três perdida entre as ruas.
Procurando redenção ou abrigo
Encontrando você. 
Eu sei que está escorrendo pelas fendas dos meus dedos. Você me disse isso naquela noite, mas me disse que me amava também.
Cigarros e vinho barato, seu corpo e o meu cansaço.
Você sabe que eu vou sumir porque eu te amo demais para ficar. Você esquecida na gaveta de meu quarto.
Eu te amo intensamente, e isso me acaba. Amo tanto e amo ser em ti.
Você sente isso no meu peito toda vez que sua mão encosta ali?
Lembra que disse que você ficaria aqui?
É doce e amargo.
perdição.

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