1º Capítulo

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 Há uma zona fechada na Austrália, interdita a todos os habitantes, dizem que lá fica um enorme laboratório, mas poucos são os que se atrevem a falar sobre isso, aliás, os australianos são demasiado supersticiosos no que toca ao laboratório de Saint Benedict. Pelo menos era assim que muitos achavam que se chamava pois uma vez um rapaz armado em aventureiro decidiu passar para lá da rede que vedava a enorme mata que separava o laboratório do resto da Austrália e viu uma placa com este nome lá escrito.

 A verdade é que o rapaz não voltou em bom estado, hoje em dia quase nem fala, apenas observa a paisagem a partir da janela do seu quarto sentado numa cadeira de rodas. Desde esse acontecimento que o laboratório de Saint Benedict tem estado envolvido em mistério e terror.

 Esta história vai para lá dessa vedação, vai para lá dessa mata e vai para lá de todos esses mistérios.

 Ano de dois mil e trinta e quatro, o dia começou enevoado na Austrália, mas por pouco tempo, logo a seguir ao nascer do sol, o céu abriu azul e o calor retornou à cidade de Alice Springs.

 O som de uma campainha de escola ecoou no laboratório e uma centena de jovens misturou-se nos corredores. Na entrada estava escrito a letras bem visíveis SAINT BENEDICT INTERNAL SCHOOL for gifted children.

O laboratório, neste caso, tratava-se  de um colégio interno que instruía crianças com habilidades muito especiais, como é óbvio existia a parte do laboratório onde os cientistas praticavam experiências para estudarem os poderes dos alunos.

 Uma rapariga corre pelo meio de uma multidão de alunos num estreito corredor e é quase que por milagre que se consegue desviar dos obstáculos. Num deles, ela não consegue travar a tempo quando olha e vê um rapaz à sua frente e ele desintegra o seu corpo fazendo com que ela passe por dentro do corpo dele como se estivesse a atravessar gelatina.

 - Tem cuidado, Allen! - grita-lhe o rapaz.

- Desculpa, Thomas! - responde-lhe sem deixar de correr e sem olhar para trás uma única vez.

 Ela vira à direita e só abranda quando vê outra rapariga.

 - Chame! - acena-lhe e a rapariga volta-se para ela, sorridente. - Uou, hoje não estás gajo.

 - Não foi necessário. - responde-lhe com um encolher de ombros.

 - OK... Consegui o que me pediste.

- Conseguiste? - a rapariga, Chame, mostra-se um pouco surpresa.

 - Sim, bem... o mérito não é todo meu, tive que pedir ajuda à Bellatrix por causa da invisibilidade e devido à confidencialidade da missão. - o seu tom de voz diminui ao dizê-lo. -Mas consegui!

 - E? Desembucha Crystal. - pede, impaciente.

 - Tinhas razão! - diz-lhe. -As experiências que eles no fazem... são para proveito próprio.

 Chame mostra uma expressão desconfiada e pensativa.

 - Então meninas? - outra rapariga justa-se à conversa.

 - Oi Lilly. - fala Crystal e Lilly responde fazendo-lhe uma festa na nuca rapada.

 Llilly era alta, de cabelos castanhos claros com californianas rosas e olhos muito verdes, mais verdes do que os de Crystal, que eram bem mais claros e com heterocromia, pois apresentavam pigmento castanho em redor da pupila. A nuca de Crystal era rapada, mas o seu cabelo longo castanho estava amarrado num pucho e o seu rosto era pálido e possuía sardas. Já Chame era morena, mas de olhos azuis. Chame era o diminutivo de Chameleon, pois o poder dela era o metamorfismo físico e Chame podia mudá-lo, para rapaz, ou rapariga.

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