OPOSTOS

2º Capítulo parte II

 O dia clareou cedo, apesar de ser fim-de-semana, todos os alunos são acordados às nove horas para tomarem o pequeno-almoço.

 Quando Crystal desceu para o refeitório, já todos tinham tomado o pequeno almoço, aliás, na terceira vez que a foram chamar, a funcionária vinha possessa.

 No refeitório só estavam John e Selina, também ensonados. Crystal foi sentar-se com John Wayne, o controlador do tempo.

 - Estás um bocadinho atrasado é? - pergunta-lhe Crystal.

 - Acordei mais tarde hoje. - responde. - E tu? Desapareceste da sala ontem. Foste ter com as Eaglebooper?

 Crystal bebe um gole do seu sumo natural e confirma.

 - Ouve, eu não te julgo por te dares com elas. Mas eu devo ser o ~unico que não o faz. Isso ainda te vai trazer problemas.

 - Eu não quero saber John...

 - Eu sei Crys, eu sei que não queres saber do que os outros pensam da tua amizade com a Chame ou a Lilly, eu também não sou a favor desta rivalidade brutal entre Wolerlaws e Eagleboopers, mas tens de começar a pensar nas consequências.

 - Eu não me vou afastar delas.

 - E eu não te estou a pedir isso. Estou só a alertar-te, como teu amigo.

 - E eu agradeço. - assegura-lhe.

 - Bom, vou indo. - ele levanta-se, depois de segurar o ombro dela em sinal de amizade e depois sai do refeitório.

 Selina continua sentada, sozinha numa das mesas e Crystal levanta-se para ir ter com ela.

 - Sel? - chama-a para captar a sua atenção.

 - Allen. - ela responde, abstraída.

 Ela tratara Crystal pelo seu último nome, algo de errado se passava com ela. Teria sido assim tão mau no laboratório? Crystal senta-se a seu lado.

 - Não estou com paciência. - avisa.

 - Só preciso de te fazer umas perguntas. - pede Crystal.

 - Como eu disse... estou sem paciência. - repete.

 - O que é que se passou lá?

 - Lá?

 - Sim, lá. Selina. - insiste Crystal. - O que é que te fizeram?

 - Não é da tua conta. - responde com arrogância.

 -Sel... - Crystal agarra na mão dela para a acordar daquele transe e algo não bate certo.

 - Larga-me! - ela sacode a mão de Crystal.

 - Selina, os teus poderes...

 - Deixa-me em paz! - pede ela, com as lágrimas nos olhos.

 - O que é que eles te fizeram?

 - Eles disseram que iam ajudar-me a controlar isto, eu estive um dia inteiro a usar os meus poderes, a tentar controlá-los através da mente e quando saí... eu já não os tinha.

 Agora Selina chorava de verdade, os poderes já faziam parte deles, de todos os alunos do colégio, ficar sem eles era como ficar sem uma parte de si.

Crystal segurou-lhe as duas mãos, ainda perplexa com o facto de lhe poder tocar sem ser transformada em pedra e depois abraçou-a para a reconfortar.

 - O que é que eu faço aqui? - soluça. - Sem os meus poderes eu não pertenço aqui.

 - O que é que estás para aí a dizer? - pergunta-lhe Crystal. - Tu pertences aqui Sel, tu sempre pertenceste. Vamos arranjar uma maneira de trazer o teu poder de volta. Prometo.