5º Capítulo parte I

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 P.O.V. Lilly

 Acordo de manhã com os olhos pesados, não tinha dormido praticamente nada durante a noite. Desde que soubera que me iam fazer experiências em laboratório que fiquei logo entusiasmada, não conseguia pensar noutra coisa, mas agora que o dia chegara estava um pouco nervosa, ansiosa e com vestígios de medo  à flor da pele. E se Crystal tivesse razão? E se eu não voltasse a mesma?

 Ouço baterem à porta e a chamarem pelo meu nome, o tom de voz era rígido mas novo. Acabo de me preparar e abro a porta. Do outro lado estão dois homens, ambos vestidos de branco, ambos calvos e sinceramente, ambos sinistros.

 Eles encaminham-me até ao laboratório, o meu corpo está encaixado no meio dos dois, eles são entroncados e muito altos e fazem-me parecer completamente impotente e inferior.

 Os corredores estavam silenciosos, não se via nem vivalma. Eram 06h50, a esta hora ainda ninguém se tinha levantado, as aulas começavam apenas às 08h30.

 Entro no laboratório receosa e sou recebida pelo chefe de testes do colégio. Ele era baixo e gordinho, era calvo também e seus olhos muito negros, olhar para ele arrepiava-me da espinha até à nuca.

 - Senta-te. - pede-me ele, com a sua voz aguda e o seu sotaque russo, cumprimentando os dois homens.

 Eu sento-me na cadeira que me é disponibilizada e cruzo as pernas, colocando as minhas mãos no meio delas, encolho-me.

 - Estás nervosa? - questiona-me.

 Eu assinto com um gesto de cabela e depois desvio o olhar.

 - Sabes o que fazes aqui, menina King?

 Muito bem, eu não podia mostrar-me reduzida, devia retaliar, levanto a cabeça e coloco uma expressão superior.

 - Vão sujeitar-me a experiências e vão testar as minhas habilidades. - respondo e vejo-o sorrir.

 - Tu sabes o poder que possuis, não sabes? - pergunta-me.

 - Sei. - assinto.

 - Nós estamos aqui para te ajudar a controlá-los.

 - Por isso é que  a Selina dos Wolverlaw tentou matar a aluna nova? - pergunto friamente.

 Ele engole em seco e começa a preparar as máquinas.

 - A Selina Smoke foi um caso à parte, nós tivemos de a sujeitar a testes de autocontrolo muito excessivos e para isso tivemos de a fazer ir até ao descontrolo extremo e fazê-la tentar encontrar o seu ponto de controlo. - esclarece.

 - E o Michael Davison? Agora está demasiado controlado não?

 - Por opção própria, sim. - responde. - Escuta, Lilly, o que vai acontecer aqui, excessivo ou não, só depende de ti e de como asssumes o controlo das tuas prórpias habilidades.

 Respiro fundo. Estávamos enganadas?

 Levanto-me e os homens levam-me até uma caixa de vidro.

 - Não tenhas medo. - diz-me ele. - é uma espécie de caixa bloqueadora, apenas te impede de usar os teus poderes.

 Entro dentro da caixa e os homens trancam-na, fecho os olhos e ouço as indicações atentamente.


P.OV. Crystal

 É hora de almoço e nem sinal de Lilly, procuro Chame na mesa dos Eagleboopers. Ela olha para mim e encolhe os ombros, volto-me para o meu prato. Estou mesmo preocupada.

 - Está tudo bem? - pergunta-me Noah.

 Eu olho para ela, ainda não tínhamos falado desde ontem à noite.

 - Se eu disser que sim, tu sabes que é mentira. - bufo.

 - Então não o digas... Ouve, Allen, desculpa-me por usar os meus poderes em ti, mas eu acho que merecia saber a verdade por muito que fosse uma coisa que preferisses esconder. - explica.

 - Esquece isso. - digo. - Aliás, esquece tudo o que ouviste ontem à noite.

 - Não posso. - nega.

 - Então não me recordes disso, porque eu quero esquecer.

 - Queres esquecer-me, Allen?

 Olho nos olhos dele, intrigada e as pessoas à nossa volta também nos observam, confusas.

 - Penso ser o melhor a fazer. - respondo. - Podes comprovar que isto é verdade.

 Sinto-me fria por uns momentos, ela quis comprovar a veracidade das minhas palavras.

 - Allen? - chama alguém da ponta da mesa, é Ártemis. - A tua amiga Eaglebooper?

 Eu arqueio o sobrolho e sinto a mesa dos Eaglebooper ficar tensa ao ouvirem o seu nome e mostram-se interessados.

 - Sim? - questiono. - O que tem?

 - Está no laboratório certo? - questiona.

 Eu assinto hesitantemente.

 - Tiveste uma visão da Lilly? - pergunta-lhe Lunha Stroke, na mesa dos Eaglebooper.

 - Tive. - responde Ártemis.

 - O que é que viste? - questiona James Smith.

 - Vi...

 - O que nos dás em troca?- interfere Walter Queen, com um sorriso maligno.

 - Oquê? - intriga-se James.

 - O que nos dás em troca das informações que os Wolverlaw possuem? - repete Walter.

 - Só podes estar a brincar Speedy. - fala Claude Slade.

 Walter levanta-se abrutamente com os punhos cerrados contra a mesa.

 - Volta a repetir isso alienado. - retribui.

 Claude taambém se levanta e Griffin segue os seus movimentos. 

Não havia confusão entre equipas há já algum tempo...


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