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- O pequeno Wally deve precisar de uma demonstração de boas maneiras. - diz Griffin.
Thomas e Oliver também se erguem das suas cadeiras, ao lado de Walter, o trio estava de volta.
Barry e Bruce Grayson, os gémeos dos Eaglebooper começam a fundir-se, estão todos a prepararem-se para uma luta de equipas. A confusão é geral, rivais a atirarem comida, gritos por todo o refeitório. John Wayne levanta-se e ergue o braço. Eu reparo neste movimento clássico dele, um controlador do tempo e sento-me, sei que não tenho como escapar. Ouço o seu estalar de dedos e sinto que tudo pára. Só ouço silêncio e mais nada.
Quando recupero a consciência, a confusão na expressão de cada um é evidente, estavam todos sentados nas suas mesas e não havia sinais de luta no espaço. Só John está de pé.
- Ártemis, não há mal nenhum em dizeres o que viste. - diz-lhe. - Eles merecem saber.
Ártemis assente.
- Ela está a sair-se bem. - diz ela. - Está a passar cada um dos testes sem qualquer dificuldade.
A mesa dos Eaglebooper solta um grito triunfal e o almoço continua sem mais confusões.
Havia apenas mais uma aula após o almoço e era de Poderes Livres, onde aprendíamos a desenvolver os poderes de cada um, mas a mim não me apetecia estar a fazer demonstrações, sentia-me exausta e fui para o meu quarto descansar. Estaria à espera do jantar quando Lilly regressasse.
***
O dia passou a correr, quando acordei já estava quase na hora de jantar. Tomei um banho rápido e honestamente, estive a pensar em quem Noah poderia estar interessada. Considerei todas as hipóteses na minha mente e perebi que as únicas probabilidades seriam o John Wayne ou o Michael Davison, o metamorfo dos Eaglebooper, as duas únicas pessoas interessantes que correspondiam ao estereótipo dela.
Desci para o jantar e passe por Chame, sentia-me desconfortável por estarmos assim uma com a outra, devíamos estar a apoiar-nos por causa da situação de Lilly.
- Vimos pessoas a sair do laboratório à pouco.- sussurra Bellatrix.
- A Lilly? - intervenho.
- Não a vimos. - responde Kanya e eu suspiro.
- Ei-la. - Noah fala e seguimos a sua linha de visão.
Vejo Lilly e levanto-me, ela parece estar bem, cansada, mas bem. Afinal o que estava a acontecer?
P.O.V. Lilly
Quando entro no refeitório sinto que sou a atenção principal pois todos os olhares são direcionados para mim. Vejo Crystal levantar-se na mesa dos Wolverlaw, mas na mesa dos Eaglebooper todos se levantam, sorridentes e expectantes.
Sinto-me corar por ter tanta gente a olhar para mim e caminho de olhos postos no chão. Vou sentar-me ao lado de James e ele abraça-me ternamente, beijando a minha testa ao de leve. Todos se sentam.
- Lilly? - chama-me Chame à minha frente. - Então?
- Conto tudo lá em cima. - digo-lhe.
Termino a refeição calmamente e subo para o dormitório com Chame e James atrás de mim. Entramos no meu quarto e sentá-mo-nos na minha cama.
- Estávamos erradas Chame. - falo.
- O quê? - pergunta.
- Eles estão apenas a ajudar-nos, eu sinto-me muito melhor agora, mais confiante. - explico.
- Não, não pode ser... O Michael e a Selina, tu viste como eles voltaram.
- Eles não conseguiram manter o controlo de sei próprios, apenas isso. Olha para mim. Eu estou bem.
- Mas...
- Tens de admitir Chame. - interrompo-ça. - Estávamos erradas.
Chame levanta-se e sai do quarto, fechando a porta atrás de si. Aquilo tinha-a incomodado. Suspiro.
- De certeza que estás mesmo bem? - pergunta-me James, acariciando-me face.
- Sim. - respondo. - observando os seus dois olhos cinza penetrantes e os seus caracóis do seu cabelo esbranquiçado, despenteado.
- Tive medo. - confessa-me.
- Não precisavas.
Ele aproxima os seus lábios dos meus e olha-me nos olhos e depois unimos as nossas bocas como se fossem uma só e por momentos sinto-me livre.
Alguém bate à porta com os nós dos dedos e nós afastá-mo-nos. James esconde-se dentro do armário.
- Quem é? -pergunto.
É Crystal quem abre a porta e vem abraçar-me com força.
- Ai rapariga. - rio-me. - Está tudo bem, só estive fora umas horas.
- Foi o suficiente para me preocupar. - diz-me, ao largar-me. -Passei pela Chame, ela não parecia satisfeita. O que é que aconteceu lá?
- Nada. - respondo. - Foi o que disse à Chameleon. Estávamos erradas.
- estranho. - comenta.
- É...
- Não. - interrompe. - Tu nunca deixas o armário com a porta encostada. Ou deixa-lo aberto ou tranca-la.
- Oquê? - pergunto desentendida. - Ah... Nem reparei. - rio e fecho a porta do armário.
- Espero que saibas que estes armários são completamente vedados e é como fechar algo a vácuo, sem oxigénio.
Olho para o armário e abro-a, estupefacta e James cai, sufocado.
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OPOSTOS
Roman pour AdolescentsUm colégio interno situado na periferia da cidade australiana de Alice Springs esconde um grande segredo. Alunos com habilidades especiais frequentam o colégio interno de Saint Benedict. Lá aprendem como em todas as outras escolas, mas com uma difer...