One Shot, Two Loves

Capítulo V

Amina Antunes

Eu não sei o que pensar. Me envolvi com um desconhecido, bati nele e agora ele me persegue. Vou ter que falar com a minha mãe. Me sinto envergonhada por isso mas é o jeito. Ele pode ser perigoso e eu não saber.

Entro em casa novamente e me sento no sofá da sala. Minha mãe estava na cozinha e ao me ver veio na minha direção.

- Filha, você não vem comer?- ela pergunta.

- Não, mãe. Perdi a fome.- disse cabisbaixa.

- O que aconteceu, meu amor?

- Eu meti com alguem que não conheço. Literalmente.- respondo e ela arregala os olhos.

- Como assim?

- Sabe aquele dia que eu demorei para chegar em casa depois da festa?- ela assente.- Então, aconteceu o seguinte...

Contei tudo o que aconteceu a ela, que ficou com a cara séria desde o início da conversa. Assim que terminei, ela não diz nada, apenas se levanta e faz um sinal para eu sigui-la. Eu apenas faço o que ela manda. Ela vai pra cozinha e pede que Dona Mel leve o café da gente para o escritório. Fomos pro escritório e ela senta na sua cadeira, eu na sua frente.

- Como é o nome dele mesmo?- ela começa.

- Caio Oliveira.

- Vocês tranzaram e de manhã ele te "despachou", né?- ela pergunta e eu ruborizo.

- Sim, mãe.- respondo escondendo o rosto. Alguém bate na porta.

- Entre.- minha mãe pede, dona Mel abre a porta e entra com um carinho de transporte de refeições.

- Trouxe um café reforçada pra vocês.- ela diz colocando algumas coisas sobre a mesa da minha mãe.

- Obrigada.- agradecemos em uníssono.

Ela sai da sala e servimo-nos. Começamos a comer em silêncio, minha mãe continua com a sua cara séria mas não diz nada, e eu nem me atrevo a dizer algo também. Assim que termino de comer, ela dá um suspiro cansado.

- Filha, eu quero saber apenas um detalhe muito importante.- assinto.- Vocês usaram camisinha?- ela pergunta e eu arregalo os olhos.

- E-eu... Eu não me lembro.- digo sentindo meu rosto queimar.

- Amina, eu não acredito nisso.- ela coloca as mãos na cabeça e apóia os cotovelos na mesa.

- Mãe, eu tava bêbada.- sinto lágrimas quentes descendo pelas minhas bochechas.

- Você tava bêbada, Amina? Isso não é desculpa. Eu sempre pensei que a Amora fosse uma irresponsável, que ela podia engravidar cedo mas ela já tem vinte anos e nunca suspeitou disso. Já você, a menina mais responsável que eu conheço, a gente fez planos para o teu futuro, lembra?- balanço a cabeça em afirmação.- É, você ía terminar o ensino médio, entrar na faculdade de medicina, ter o teu diploma, casar, começar a trabalhar e só depois ter filhos. Essa era a nossa espectativa para o teu futuro. Mas, agora, se você estiver grávida, não acontecerá isso.

- Mamãe, eu não estou grávida. Eu não posso estar.- choro

- Claro que você pode. Para além disso, tu pode contrair algum DST, você sabe muito bem.- arregalo os olhos e sinto uma dor cortante atravessar a minha cabeça.- À tarde nós iremos ao Hospital.- ela diz e sai da sua sala, deixando-me sozinha.

Eu não posso estar grávida. Ser mãe aos 17 anos não é fácil. Logo eu, que sempre critiquei as meninas que tem filhos ainda adolescentes, posso ser mãe. Eu não quero isso pra mim. Se eu realmente estiver grávida não vou ter essa criança. Eu irei abortar, nunca fui a favor disso mas essa é a única solução. Eu sei que o bebê não tem culpa mas eu não posso ser mãe e destruir o meu futuro.

Levanto da cadeira que eu estava sentada e vou pro meu quarto. Me jogo na cama e choro.  Choro bastante até sentir os meus olhos pesarem e eu adormecer.

(…)

Acordo com alguém me cutucando: - Amina, acorda.- Amora diz me balançando.- Aleluia, senhor. Você não dorme, você hiberna. Mamãe pediu pra te acordar.

- Ok, obrigada.- agradeço.

- O que aconteceu com vocês, hein? Estão estranhas hoje.- ela pergunta.

- Depois eu te conto tudo. Agora eu tenho que ir.- respondo me levantando.

- Tá bom. Se eu fosse você me apressaria. Mamãe tá com uma cara que até o capeta sentiria medo.- ela diz e eu dou um riso fraco. Só a Amora pra me fazer rir mesmo.

Tomo um banho e me arrumo. Vesti uma blusa preta com a frase "IDGAF" gravada nela, uma saia branca rodada e um tênis da adidas. Passo desodorante e perfume, faço uma make básica por causa das olheiras que ficaram depois de tanto choro. Apanho o meu celular e o fone e saio do quarto indo vou pro andar de baixo, procurar minha mãe. Ela estava comendo um barra de cereais sentada no sofá da sala.

- Mãe, já estou pronta. Podemos ir?- pergunto e ela me encara.

- Claro. Me espera lá fora, vou tirar o carro da garagem.- ela pede.

Saio e espero ela de pé em umo dos degraus da pequena escada. De longe, vejo um cara alto, vestido formalmente, olhando na minha direção. Esforço um pouco a visão e reconheço o cara.

Puta que pariu!!!

O que o Caio está fazendo aqui. Ando em sua direção mas a minha mãe buzina fazendo-me voltar. Entro no carro e ela começa a conduzir para a clínica. Plugo o meu fone no celular e coloco uma música aleatória. Começa a tocar Crying in the club da Camila Cabelo.

Depois de alguns minutos, chegamos. Minha mãe estaciona no estacionamento e saímos, ela ativa o alarme. Subimos no elevador e, ao chegar no segundo andar, ela vai falar com a recepcionista.

- Boa tarde!- comprimenta.

- Boa tarde! Como posso ajudá-las?- a recepcionista fala com uma cara de tédio.

- Mudando essa cara de cú.- sussurro e minha mãe me dá um olhar de poucos amigos.

- Como?- a recepcionista se faz de sonsa e reviro os olhos.

- Eu marquei uma consulta com a Dr. Adraia Ferreira. Será que pode avisá-la que já chegamos?- minha mãe pergunta.

- Claro, aguarde um segundo.- a receputionista¹ responde.

Ela liga pra tal médica e depois de uns segundos, ela nos leva pra segunda porta de um corredor que ficava na minha esquerda. Bato na porta e escutamos um "Entre" lá de dentro. Entro, acompanhada da minha mãe, e encontramos uma mulher muito bonita de pele escura e cabelos cacheados até o ombro.

Que inveja do cabelo dela!!!

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N/a: Eae, cremosas. Turubom? Mais um capítulo fresquinho pra vocês. Votem⭐ e comentem💬

Como estamos na época da Páscoa e tals, vai ter maratona no domingo.👌

Me amem❤❤