The Unknown Side Of Mind (Yoonkook)

Between Scorpions and Frogs

Tudo que Suga queria fazer naquele momento era beber.

Beber até atingir algum nível de inconsciência, mas as palavras de JHope não saiam de sua cabeça, ao invés disso, rodeavam seu subconsciente de trás pra frente, de novo e de novo, até que se tornaram palavras gravadas em seus ossos.

"A missão era minha, eu agi, mesmo com os segundos de rádio morto e depois eu causei sua dispensa honrosa, eu causei todo seu sofrimento, tudo isso é culpa minha, eu fiz merda".

Algo estava errado, definitivamente errado e ele precisava saber o que era.

A casa parecia abandonada, depois que todos saíram. Era como olhar um evento pós-apocalíptico, pelo menos é como ele imagina que pareceria, panela com ovos frios ainda no fogão, canecas de café no balcão, aquele silêncio perturbador. Carros buzinavam lá embaixo, mostrando a ele que a vida continua, não importa o que você está sentido.

Ela simplesmente continua.

Não era o que ele queria. Sim! Ele estava com a cabeça quente e o melhor seria ficar sozinho, mas admitir para si mesmo que nunca esteve no controle de uma situação imposta a ele o irritava de um jeito que poucas outras coisa o fariam.

A campainha tocou o alertando do motivo para ainda estar sóbrio.

- Naomi St. Claire, fico feliz que tenha aceitado me ver. - Suga deu espaço para a mulher elegante, ruiva e com aquele porte de superior que sempre o fazia admirá-la, afinal não era fácil manter o respeito de um batalhão inteiro num regimento completamente machista e inescrupuloso, porém Naomi era uma das que conseguia, se não a única.

- Vejo que ainda adota o modo caipira de se viver. - Naomi olhou o pequeno apartamento, as mãos atrás do corpo segurava uma pasta que muito interessava Suga, o salto com a sola vermelha fazia um barulho oco pelo taco velho e gasto.

- Fico feliz que tenha gostado da decoração, odiaria ir contra a sua política de design.

Naomi virou para Suga com um sorriso idiota no rosto, o batom vermelho em contraste com o cabelo ferrugem, os dentes brancos agora expostos.

- Você é um filha da puta mal agradecido sabia disso? - Naomi falou entregando a pasta nas mãos ansiosas de Suga.

- Obrigado por me ajudar tão rápido. - Suga ofereceu o sofá para que ela sentasse enquanto ia até a cozinha preparar um café, colocando o envelope em cima do balcão.

- Na verdade, eu fiquei curiosa. - Naomi falou quando Suga voltou com duas canecas na mão.

- Puro e sem açúcar pelo que me lembro. - Suga estendeu a caneca para Naomi que a pegou com suas mãos delicadas, as unhas vermelhas e afiadas.

- Você ainda é bom em gravar detalhes importantes. - Naomi sorriu tomando um gole de seu café.

- Não tão bom aparentemente. - Suga encostou em seu rack, de frente para Naomi, os olhos perdidos em outro tempo. - Você disse que veio pela curiosidade? - Suga lembrou.

- Sim, na verdade uma agência está trabalhando junto com a minha para investigar uma irregularidade na empresa em que você está trabalhando, a lista de agentes é fechada...

- Então você pensou que era eu. - Suga concordou com a cabeça, tentando não parecer surpreso demais.

Ele notou pela primeira vez que Naomi vestia um terno comum e não seu uniforme tradicional e engomado.

- Você disse agência? - Suga perguntou vendo Naomi levantar uma sobrancelha.

- Não sei se fico feliz porque me chamou aqui só pelo fato de me ver como uma amiga e não como uma carta na manga, que te dá vantagens ou se fico chateada porque não sabe nada da minha vida e só me chama quando precisa de favores.