Capitulo VI - Tragedia

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Em um impulso, eu abracei a Hanabi, a protegendo quando o carro então bateu no taxi, uma pancada bem violenta. Ainda bem que estávamos com o cinto de segurança, diferente do taxista, que foi arremessado longe e provavelmente está morto.

— Hanabi? - ela está viva, mas desacordada, enquanto isso, ela sangra e o meu coração se aperta, meus olhos choram, pensando no que pode ter acontecido de ruim com a minha menina. Com esforço, abri a porta do carro, eu não me feri muito, só bati com a cabeça, mas ainda assim foi difícil sair do taxi e retira-la de lá. Isso realmente tinha que acontecer? O carro que bateu em nós seguiu seu caminho como se nada tivesse acontecido, como se ele não tivesse basicamente estragado o dia mais feliz das nossas vidas e elas em si. - Hanabi, Hanabi... - chamei choroso, tentando acordá-la enquanto ela grunge de dor.

— H-hope... - ela gemeu voltando a si e eu, desesperado, toquei seu ventre apenas para tentar sentir nossa filha, agradecendo aos céus ao senti-la mexer. Por sorte meu celular ainda tem bateria.

— Alô, ambulância? E-eu acabei de sofrer um acidente na estrada 85, por favor, manda uma ambulância, a minha mulher está grávida... - praticamente implorei à atendente que me instruiu o que fazer e avisou.

— Podemos demorar, vocês estão numa região bem afastada. - creio que meu coração tenha parado de bater por alguns segundos com tal informação, retornando ao seu passo normal quando eu ouvi um grito de dor da Hanabi.

— Hanabi! - ela ofega, chora.

— A Hope... Ela tá nascendo! - maldito seja o motorista daquele carro, maldita seja a hora que ele atravessou nosso caminho! - Não deixa... Ela sofrer muito! - eu preciso ir a um hospital com ela, a atendente até me explicou algo sobre parto emergencial, mas eu não estou nenhum pouco que seja apto a fazer algo assim. O taxi não está em condições de seguir viagem, se não eu o pegaria sem pensar nas consequências apenas para salvá-las.

— Vem, eu vou te levar nem que seja nos meus braços! - tentei pegá-la, mas ela negou.

— Não, não perde tempo, salva a Hope! - ela basicamente me implorou entre os gritos de dor, suas estrelas vermelhas me comoveram e eu não tive como insistir. - Eu não quero fazer mal a ela...

— H-Hanabi! - creio eu que ela tema não conseguir dar à luz a tempo, por isso apenas segui o que a atendente me disse por telefone. - S-se acalma, está bem? - beijei sua testa e procurei deixá-la o mais confortável possível, ou seja, levei-a de volta ao banco traseiro do táxi e ali abri suas pernas. Bem, eu não sei muito sobre isso de dilatação, mas conheço minha mulher e acho que ela está pronta pro parto. - A-acho que agora você tem que fazer força... - eu nunca imaginei que teria que fazer o parto da minha própria filha, mas, também, nunca imaginei que minha filha nasceria nessas condições. Antes tivéssemos chamado a ambulância e ficado em casa, mas não adianta ficar pensando nessas coisas, o que importa é trazer a Hope à esse mundo antes que a percamos para sempre, algo que não iríamos suportar.

— Eu tô com medo... - ela me parece fraca e isso me angustia, me dói, me mata por dentro, mas eu preciso manter a força e continuar.

— Não se preocupa, meu amor, tudo vai acabar bem! - beijei rapidamente seus lábios e então voltei para a posição anterior, com ela se agarrando ao banco e se contorcendo a cada vez que se esforça para dar à luz a nossa pequena. Cada grito parece mais fraco, é como se ela concentrasse todas as forças que lhe restam e faltam para que esse parto aconteça e isso é algo lindo e assustador ao mesmo tempo, tal como o parto em si.

— Kono, eu te amo! - segurei sua mão e a beijei.

— Eu também te amo, Hanabi, logo vamos estar todos juntos, amando a Hope. Vamos ter a família que sempre sonhamos! - lhe sorri confiante e em troca ganhei um olhar penoso que me deixou preocupado. - O que há?

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