preço

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Julgando nossas decisões passadas

Nossos erros e mentiras

Era certo que chegaríamos ao fundo do poço

Ao dobrar a próxima esquina numa noite de segunda feira

Ou numa noite de qualquer dia

Afinal

Nossos antepassados nos assombram

Eles vieram vingar aquilo que lhes foi roubado

O mundo virou o inferno

E a culpa disso tudo nem era minha

Mas tenho que pagar a minha parte

Afinal

A dívida já ultrapassa a população mundial

E cada um de nós

Vai ver nosso final

Todo santo dia

Iremos nos ver morrendo

De novo e de novo

Renascer iremos

Pra morrer até onde nem chove desgraça

Todo santo dia

É o preço que pagamos sem nem ter comprado a balinha do troco de 5 centavos

O que se perde nisso tudo

O que de fato se morre

E nunca volta

São tuas almas

Seus corpos estão de volta para serem pisados na manhã que vem

Mas suas almas já pularam do último andar

Do edifício que cai em ruínas a cada segundo

Incêndio em tudo

E não falo do Joelma

Pois pra cada pessoa queimada

É cem almas errantes enterradas

Na frieza da cidades grande

Cê toma tiro todo dia e nem teve disparo de arma

É o sangue no chão de casa

Ou é o ketchup na almofada

Em meio a deterioração

Algo permanece eterno

É a pincelada no caderno

E a atenção dada ao discípulo

Da palavra sagrada que não veio da igreja

Mas sim do lugar onde não entra mentira

E a verdade é a única coisa que nos inspira

Fecha o verso e faz a linha

Divide com a poesia

Que esses menó vão cheira até de matina

Isso foi feito numa noite vazia

Aonde com certeza

Algumas almas se tornam vazias

Ao passo que eu escrevo

Morreu mais um antes de poder dormir no berço

É a dívida que carregamos

E que nós nunca nos livramos.

GrandezaOnde histórias criam vida. Descubra agora