É simplesmente delicado.

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Quando a morena pediu para que Lauren a acompanhasse, ela não imaginou que compartilhariam um momento tão íntimo.

Camila fechou a porta do quarto, e começou a se despir sem vergonha alguma, na frente de Lauren. A cantora não tinha nenhuma intenção de sexo. Nem queria. Ela só queria estar perto de alguém, mas necessariamente alguém em que ela estivesse confortável, e que parecesse ter o mesmo tipo de pensamento que ela. E naquele momento, ela soube que Lauren também não queria ir além, pois a morena não partiu para cima dela ao vê-la nua.A cantora percebeu que Lauren não tinha dado nenhum piu desde que ela fechara a porta do quarto. Estava lá, parada, como uma estátua, sem saber o que fazer ou dizer. Então Camila decidiu conduzi-la, experimentando tirar suas roupas. E foi o que aconteceu, sem que Lauren fizesse alguma objeção sobre o ato. Apenas deixou que as mãos de Camila percorressem por todo seu corpo, livrando-a de cada peça, até estar tão nua quanto a morena.

A excitação, e até mesmo o choque das duas peles nuas, ficou evidente. Os mamilos das duas ficaram endurecidos, mas nenhuma tomou uma atitude que iria além de apenas admirar a outra. Mas admiração poderia ir além, poderia se transformar em desejo, que se fez presente. Ambas tomaram aquilo como um aviso de que realmente estão há muito tempo sem fazer sexo. E que elas precisam daquilo: do calor humano, pele sob pele, dos beijos, das línguas fazendo sua própria dança, e de alguns gemidos ao pé do ouvido.

Para as duas mulheres, a partir daquele momento, se houvesse sexo, beijos e amassos, seria apenas para satisfazer a necessidade humana de prazer, de se sentir desejada, excitada. Para Camila, Austin nunca a tinha olhado do jeito que Lauren estava encarando. Ela considerava que a morena estava excitada, e certamente precisaria do corpo de Camila para suprir a necessidade. Mas o olhar dela era mais profundo. Ela sabia que, se transasse com a morena ali mesmo, teria uma transa com carinho, e todo o cuidado que se deve ter. Sabia que ela penetraria devagar, um, depois dois e depois três dedos, aumentando a velocidade gradativamente. Para Lauren, o sexo seria além do próprio prazer; ela estaria disposta a dar prazer para Camila, e só finalmente descansar quando a morena chegasse ao orgasmo. Ela faria o que fosse para que ela gozasse da forma que merecia. Em meio a tudo que ela está passando, merecia um sexo decente.Então Lauren tomou a iniciativa, devolvendo o choque para Camila. Puxou o corpo miúdo da morena contra o seu, fazendo as duas gemerem quando enfim se encostaram. A pegou pelo rosto, e selou seus lábios. Não tardou para que Camila liberasse a passagem para a língua da mulher, que dançou à vontade dentro de sua boca. A morena aproveitou para apalpar os seios endurecidos da outra, provocando tesão em ambas.
Já excitada, com seu corpo implorando para um sexo, Lauren afunda seu rosto no pescoço de Camila, deixando uma marca, e arrancando um gemido que a faz delirar. A morena crava suas unhas na costa da outra, pedindo gentilmente para lhe faça sua. Então,Lauren deita o corpo da morena na cama, e começa distribuindo beijos nos seios outra. Algumas chupadas, outros beijos; ela então desce, e começa beijar o sexo da outra, já lubrificado, pronto para receber seus dedos. Acaricia a intimidade, arrancando gemidos mais fortes, e pede permissão para continuar com uma troca de olhares. Permissão concedida. Primeiro um dedo, devagar, apenas para conhecer a região; depois dois, já com a velocidade um pouco alterada, para se familiarizar com o movimento... depois o terceiro, com a velocidade ideal para o orgasmo.

No vai e vem carinhoso dos dedos de Lauren, Camila chegou ao seu primeiro orgasmo, onde soltou um gemido de alívio. Aconteceu. Chegaram ao orgasmo juntas. Seu primeiro orgasmo, aconteceu. Não foi com Austin, como ela imaginava. Aliás, ela nunca teve um orgasmo com ele. Nunca foi tão atencioso, carinhoso e apetitoso como aquele sexo com Lauren Jauregui.

Lauren não esperou que Camila retribuísse o ato. Já tinha sentindo prazer suficiente, e estava satisfeita no estado em que se encontrava. Deitadas, nuas e olhando para o teto, nenhuma sabia o que dizer depois daquilo. Foi gostoso, adoraram. Mas nenhuma das duas se conheciam bem. Não eram namoradas, sequer sabiam sobre a possibilidade de serem bissexuais; não eram amigas propriamente ditas; eram apenas ex-colegas de classe.

Mas e o sexo? O que isso muda na relação delas? Isso as torna... amigas? Talvez não. As torna íntimas. Íntimas no sentido físico. Haviam conhecido uma a outra de uma forma que ninguém as conheceu. Nem mesmo zyan, nem mesmo Austin. Zyan nunca tinha visto Quinn tão entregue e dedicada a um sexo como foi com Camila. E Camila nunca esteve totalmente confortável com Austin como foi com Lauren. Então, alguma coisa aquele momento mudou na relação delas.

O mais estranho não foi olhar para Camila assim que tirou seus dedos dentro dela... Foi acordar na cama dela, às seis da tarde. O momento êxtase já havia passado. O desejo estava congelado novamente, já tinha saciado sua vontade de se relacionar com alguém sexualmente. A morena ainda estava dormindo quando Lauren se assustou com o fato de estarem tão próximas. A ficha havia caído. Aconteceu. O sexo, o beijo... tudo. E agora? Para Lauren, pouco importava o que isso iria mudar na relação delas. O que estava martelando na sua cabeça, era como tudo aquilo foi acontecer. Sim, começou com o beijo, e a ideia de tomarem banho juntas. Mas e agora... Simplesmente não há o que ser dito depois daquilo.

Envergonhada consigo mesma, Lauren veste as suas roupas, e deixa o quarto. Mas quando chega lá embaixo, na cozinha, se depara com o mundo real. Ele existe. Droga! Camila fez com que ela se sentisse em outra dimensão, outro planeta, outra vida. Era a hora de encarar de que ela tem coisas para fazer. Uma vida para seguir. A cara de desagrado da sra. McGregor lhe lembrou que ela é Lauren Jauregui, e que tudo aquilo que aconteceu não se passou de uma loucura.

- Eu não acredito que fez isso. - sra. McGregor proferiu, quando Lauren já estava pronta para se despedir.

- Eu? Fiz...

- Não adianta tentar me dobrar mocinha! Esse olho é irmão desse. E esse ouvido, desse aqui. Eu ouvi, e vi. Não vi o que aconteceu depois que se trancaram no quarto. Mas eu ouvi os gemidos.

Mas que... mas que mulher fuxiqueira!

- E daí? - Lauren se impôs. A mulher já sabia mesmo o que tinha acontecido, e negar não faria sentido algum.

- E daí que você se aproveitou da minha patroa para suprir necessidades suas. - a mulher cerrou os punhos. Lauren deu um passo para trás.

- Minhas? Só minhas? Pergunte para a Camila como foi. Foi bom pra ela também. Ela também supriu as necessidades dela. Você não tem nada a ver com a vida dela. Por favor, me poupe.

- Nada? Eu enxuguei as lágrimas dela. Sei o quanto ela sofreu. Ela não precisa de mais um problema. Você sequer a respeitou! Ela ainda está de luto por Austin.

- Como é que é? Eu não a respeitei? Pois saiba que nada foi contra a vontade dela. E foi ela que me convidou para o seu quarto, e que me despiu. - Lauren não queria revelar aquele tipo de detalhe, mas aquela mulher deveria saber muito bem o que estava dizendo. Camila quis o sexo tanto quanto Lauren quis. As duas estavam totalmente de acordo quando o fizeram.

Foi bom que a palavra de lauren tenha sido a palavra final. Ela não precisava de mais um tempo naquela casa. Ela se sentia suja. Não pelo fato de ter transado com Camila , ou então porque elas eram duas garotas. Não, não! Ela se sentia como aqueles caras que fazem sexo sem sentir nenhum amor. Sem se preocupar com a outra pessoa, embora ela tenha se dedicado apenas para o prazer de Camila, deixando o seu em segundo plano. Mas não existia amor! Paixão! Qualquer outro sentimento além do carinho, e da excitação, que movesse as duas para aquele ato.

Deitar sua cabeça na cama e estar tranquila eram duas coisas que não se encaixavam naquele momento. Já havia deixado o celular no silencioso, porque Harry não parava de ligar, e com certeza ia perguntar como estavam indo as coisas. Com que cara de pau ela ia falar que estava indo tudo bem? De que jeito? Havia transado com Camila! Droga! De um certo ponto, a sra. McGregor estava certa: Camila estava fragilizada, e nunca esteve com alguém depois da morte de Austin. Poxa vida, ela estava carente, e Lauren estava lá para suprir toda sua carência. As duas esqueceram o momento no qual a morena se encontrava. Camila estava tão fragilizada com tudo aquilo que... que talvez pudesse não estar pensando e raciocinando direito quando fez a escolha de levar Lauren pra cama. Era um desejo das duas e... não parecia errado seguir em frente. Por favor! Tinha que ter algo que provasse que ela estava em plena consciência quando tudo aconteceu! Alguma coisa que dissesse que a sra. McGregor estava errada, e que isso era um ponto de vista muito equivocado!

Naquele fim de noite, já nas duas e meia da madrugada, Lauren não conseguiu achar nada que poderia deixa-la tranquila, e que não a privasse de uma boa noite de sono. Só sabia que... o dia seguinte ainda era quarta. Mais três dias.

A visita(Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora