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- Ramona! - Alexa gritou do andar de baixo, enquanto eu descansava no andar de cima.

Alexa estava estressada porque hoje é sábado, o dia da festa e ela tava arrumando a casa e o tudo o mais. Eu, por outro lado, não fiz nada o dia inteiro.

- O que foi? - gritei de volta.

- Você precisa se arrumar, as pessoas vão começar a chegar à qualquer minuto! - ela disse.

- E você já tá pronta? - abri a porta do meu quarto e dei de cara com Alexa, que vestia uma calça preta rasgada nos joelhos e uma camisa listrada. - Ah, parece que sim.

- Ânimo, Ramones, ânimo! - ela deu um sorriso pra mim. - E ponha uma roupa bonitinha.

Revirei os olhos e ela desceu as escadas de novo.

Não me produzi muito, pra ser sincera, só coloquei uma calça branca e uma camisa colada preto, e coloquei meu All Star. Não planejava demorar muito lá em baixo e com sorte, não viriam muitas pessoas.

Alexa comprou bastante comida, também, muitos salgadinhos e muita bebida, mas não acredito que as pessoas vão comer muito.

Oliver e Steve foram os primeiros a chegar, como o esperado, e logo Grace veio também. Ficamos conversando até que começou a chegar alguns amigos da minha irmã e logo muitas outras pessoas que eu não conhecia. Comecei a ficar incomodada, mas Oliver me distraía falando sobre coisas aleatórias.

Com o passar do tempo, foram aparecendo pessoas que nem Alexa conhecia, mas ela parecia estar lidando bem com isso e interagia com a maioria das pessoas. Eu sabia que isso ia acontecer, daqui a pouco, minha casa estaria com todas as pessoas da escola.

O meu maior pesadelo estava virando realidade.

- Com licença, - parei um menino que subia com uma garota para o andar de cima. - Esse andar aqui está proibido, okay? Foi mal.

O garoto praguejou, mas não subiu as escadas e puxou a garota pra algum outro lugar da casa.

Não quero nem imaginar o que os dois querem fazer.

- Oi, - me virei e vi Apollo, parado na minha frente, com um sorrisinho. - Sua casa é bem legal.

- Obrigada? - franzi o cenho, em choque em vê-lo aqui. - Foi mal, mas o que você tá fazendo aqui?

- Sua irmã me convidou pelo Facebook, achei que seria rude negar. - ele deu de ombros. - Seu nome é Ramona, certo?

- Me perdoe se eu ficar um pouco chocada por você saber quem eu sou, - desci alguns degraus e me sentei no último degrau. - Mas achei que você não quisesse conhecer ninguém.

- Não quero conhecer ninguém mesmo, mas tenho a sensação de que você não quer também. - ele se sentou ao meu lado e eu o olhei, confusa.

- E isso faz você se interessar por mim? Realmente, você é estranho. - falei.

Apollo deu uma risada e passou a mão em seu cabelo, bagunçando os fios. Ele parecia não dar à mínima para o que as pessoas pensam, ou pra qualquer coisa mesmo e eu percebi que deve ter muita coisa que ninguém sabe sobre ele.

Assim, como eu também sei, que deve ter um monte de coisa que ninguém sabe sobre mim.

- Então, está gostando da escola? - puxei assunto porque odiava o silêncio dele.

- É normal, não vou durar muito lá, - ele deu de ombros. - Eu não fico muito tempo em lugar nenhum.

- Isso quer dizer que você vai embora da festa a qualquer momento, - olhei pra ele. - Você é o sortudo aqui.

Apollo deu uma risada e me olhou de volta.

- Achei que você gostasse de festas. - ele disse.

- Na minha casa? Não, muito obrigada. Acabei de barrar um casal tendo subir, - apontei pra escada. - Sabe Deus o que eles queriam fazer.

- Fez muito bem, Ramona. - ele me deu um sorriso e eu sorri de volta. Era impossível não sorrir de volta. - Festas são um saco.

- Então, por que está aqui? - falei.

- Porque eu queria ver você. - ele foi direto e eu senti minhas bochechas queimarem, então desviei o olhar. - Você chamou a minha atenção naquele dia, quando Katherine tentou conversar comigo.

- Não foi legal como você falou com ela, a propósito. - falei, olhando para o movimento na sala de estar.

- Eu não sou legal, Ramona, - olhei pra ele, que agora olhava para a sala de estar de novo. - Logo você vai descobrir isso.

- Não faço preconceitos antes de conhecer alguém, Apollo, - me levantei e estendi a mão pra ele fazer o mesmo, enquanto tocava Nervous, de uma banda que minha irmã ama e secretamente, compartilho da mesma paixão. - E você vai perceber isso também.

Apollo sorriu de lado e com a minha ajuda, ficou de pé.

- Vou mostrar um dos meus lugares favoritos na cidade. - falei.

- Aposto que é o seu quarto. - ele disse.

- E deixar um estranho entrar no meu santuário? - falei e ele sorriu.

- Você é esperta. - ele disse.

Olhando agora, pra tudo o que aconteceu, eu queria ter feito tudo diferente.

Apollo não estava brincando quando disse que nunca fica por muito tempo.

sorry.Onde histórias criam vida. Descubra agora