Convenci Grace a me deixar dormir na casa dela, como nos velhos tempos e assim que Apollo me deixou, corri pra lá.
— Espero que seja uma emergência. — Grace disse, abrindo a porta para mim.
— Com certeza é! — entrei e dei um abraço nela. — Cadê a sua mãe?
— Foi jantar com Kevin, o que significa que eu e Melanie tivemos que cuidar de Theodore. — ela bocejou. — Não foi uma missão fácil.
— Eles estão dormindo? — perguntei e ela assentiu.
— Temos a casa só pra nós duas, mas eu estou tão cansada que acho melhor irmos nos deitar e ficar olhando pro teto. — Grace disse.
— Por mim, tudo bem. — eu disse.
Grace pegou sorvete na geladeira e fomos para o quarto dela. Nos deitamos na cama dela e ligamos o computador, pra ver vídeos aleatórios.
— Grace, aconteceu uma coisa... — olhei pra ela, com receio.
- Ai, não, o que houve? Alguém mexeu com você? — Grace pausou um vine e me olhou séria. — Você pode me contar! Eu acabo com quem quer que tenha machucado você.
Dei uma risada e disse:
— Não, ninguém me machucou, eu estou bem. Acho que eu estou exagerando.
— Fala logo, menina! — ela disse.
— Apollo me chamou pra sair essa noite — comecei e Grace arqueou uma sobrancelha. Ela provavelmente já tinha deduzido tudo sozinha. — E foi agradável, acho que ele me deixou ver um lado dele que ninguém nunca tinha visto. Conversamos, rimos... e ele me beijou.
Grace não parecia surpresa, apenas deu uma risadinha e deu uma colherada no sorvete.
— Grace? — perguntei.
— Desculpe, mas acho fofo você entrar em pânico com uma coisa dessas. Achei que você tinha assaltado um banco ou pior, — ela riu. — Jesus, Ramona, você deveria relaxar!
— Relaxar? Como diabos eu posso relaxar com uma coisa dessas!? Grace, ele me beijou! E foi o meu primeiro beijo! — falei.
— Não estou surpresa que tenha sido com ele, pra ser sincera. — Grace deu de ombros. — Apollo é confuso e você é a única que parece entender o que se passa na cabeça dele, mas eu e Oliver conversamos e achamos que é impossível ele não gostar de você.
Fiquei calada. Não queria que Apollo gostasse de mim porque eu sei que não sou o que ele procura, e se nem eu gosto de mim mesma, por que diabos outra pessoa o faria?
Porém, eu não podia negar que meus sentimentos por ele não eram os mesmos. E ter noção disso me deixava louca.
— Posso te dar um conselho? — ela me perguntou.
— Por favor. — falei, quase como num sussurro.
— Coloque os seus sentimentos em primeiro lugar. Eu conheço você e sei que se estiver gostando mesmo dele, vai acabar sacrificando os próprios sentimentos pelos dele — ela me deu um sorriso suave. — E isso não é o que eu quero pra você.
Assenti, sorrindo. Meus sentimentos estavam todos embaralhados, era a primeira vez que eu me colocava numa situação dessas. Eu senti sentimentos estranhos, minha barriga parecia estar cheia de borboletas voando de um lado pro outro.
Eu revirei os olhos com o pensamento. Era ridículo. Sempre quis que minha vida fosse uma comédia romântica e essa noite, desabafando com Grace e querendo desesperadamente ver Apollo outra vez, eu sentia como se fosse Hillary Duff naquela adaptação de Cinderela.
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sorry.
Teen Fictionessa é a história de Ramona Jones. Uma história sobre arrependimentos, corações partidos e autoconhecimento. Um caminho longo e difícil para a liberdade.