otto

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Donna Roberta Paulsen, what the hell is this?! — Sheila entrou no apartamento da ruiva praticamente gritando e jogou uma revista de fofocas em cima da bancada da cozinha, onde a atriz estava sentada tomando seu café da manhã.

Donna pegou a revista e suspirou ao ver as fotos da noite anterior amplamente estampadas na primeira página com a manchete "Vida Imitando a Arte".

— Eu sei que eu disse para você fazer tudo o que você não faria, mas não achei que fosse seguir meu conselho. — Sheila disse animada, sentando na frente da amiga e pegando um dos morangos da tigela da ruiva. — Como foi?!

— Sinto muito te desapontar, mas ele não me beijou. — Donna disse enquanto largava a revista. Sua voz saiu um pouco mais decepcionada do que ela pretendia por mais que tenha rido para disfarçar, mas isso não passou despercebido por Sheila. — Foi apenas uma questão de ângulo. Você mais do que ninguém sabe que isso faz parte do marketing do filme. — Ela lembrou e voltou a bebericar seu café. Sheila suspirou com a teimosia da ruiva.

— Eu converso com a Lily, you know. Ela vive me falando o quanto Harvey se preocupa com você, o quanto ele fica feliz quando está falando contigo... Não que precise ser um gênio para perceber, mas isso significa algo, Donna.

— Sheila. — Donna suspirou, deixando sua caneca de lado. — Mesmo que isso significasse algo, e não estou dizendo que significa, não poderíamos fazer nada, lembra? Temos um contrato.

— Regras foram feitas para serem quebradas. — Sheila sorriu e deu uma piscadinha para Donna. — Você sabe que pode contar comigo para isso.

— Você é impossível. — Donna revirou os olhos. — E além do mais, eu tenho um namorado.

— Taí outra coisa da qual você podia se livrar. — Sheila torceu o nariz sem se preocupar em disfarçar sua antipatia. — Ele falou alguma coisa das fotos?

— Ainda não. — Donna mordeu o lábio, meio apreensiva. — Thomas não vai gostar nada disso, mas eu já imaginava.

— Donna, você não merece passar por isso. — Sheila disse, já cansada de repetir a mesma coisa para a amiga várias vezes. — Você precisa de alguém melhor, alguém que se preocupe e entenda o meio em que você vive...

— Alguém tipo o Harvey? — Donna ergueu a sobrancelha para a agente enquanto dava uma risadinha irônica. Ela levantou e virou de costas para deixar a caneca na pia. Não queria que Sheila visse a expressão cansada dessa situação com Thomas em seu rosto.

— Sim! Exatamente! — Sheila disse animada. A agente levantou e foi até a amiga, virando-a de frente para ela antes de assumir um tom mais sério. — Harvey seria o homem perfeito para você, mas o que eu realmente quero é ver você feliz, Donna. Algo que claramente Thomas falha em fazer.

Donna encarou Sheila por alguns minutos antes de desviar o olhar e soltou um suspiro.

— É melhor eu ir ou vou acabar atrasando todo mundo pro painel. — Donna disse de forma inexpressiva e saiu de casa.

Harvey, Donna, Mike e Rachel estavam no carro indo para o primeiro grande evento que fariam para os fãs. Rachel e Mike conversavam distraidamente em um lado, enquanto Harvey finalizava uma ligação com Lily do outro.

— Está tudo bem? — Donna perguntou ao ver a expressão frustrada dele.

— Sim, não é nada demais. É que hoje é aniversário dela e eu não estava com muita vontade de ir. — Harvey respondeu e deu um suspiro. — Eu sei que ela é minha mãe e tudo mais e que vivemos nesse meio artístico, mas se tem algo que eu não suporto são essas festas que ela dá todo ano! É muito chato ter a obrigação de socializar com os convidados o tempo todo só porque sou o filho da anfitriã.

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