Justin Bieber — Point Of View
New York — 16h48min
Parei subitamente assim que aquela frase saiu, girei o calcanhar me virando novamente para o senhor que se mantinha parado observando o local em que eu estava.
– Como assim? — ri negando com a cabeça – Você só pode estar brincando, isso é...
– Impossível? — perguntou me interrompendo – Sente-se senhor, se você quiser saber tudo que eu vi naquele dia!
Assenti brevemente e caminhei em direção ao sofá que antes eu estava sentado e refiz minha ação me acomodando no móvel de couro.
– Eu era motorista dos Burrow, na noite que tudo aconteceu Richard me dispensou mais cedo, eu achei estranho por que sempre ficava até as oito e ele me liberou as quatro da tarde. Eu só vi nos noticiários que eles haviam sido assassinados pela própria filha, e eu tenho que admitir que não engoli aquela história.
Eu prestava atenção em cada uma das suas palavras, tentando gravar cada frase, palavra e letra.
– Eu conheço a pequena Lizzie desde quando ela tinha três meses de vida, a garota é uma verdadeira princesa! — deixei meus lábios se puxassem para o lado em um meio sorriso – E quando eu soube que havia sido ela a assassina, eu não acreditei. Lizzie ama os pais mais do que tudo, ela era a filha perfeita, não gostava de sair para festas, tirava notas boas, os respeitava muito. Então no outro dia do assassinato logo pela manhã eu fui na mansão, estava tudo vazio, nem vestígio da polícia, do FBI ou do IML, estava tudo em uma verdadeira paz.
– E o que o senhor foi fazer lá?
– Pegar minha carteira de motorista e minha pasta que eu havia deixado no carro. E foi aí que eu vi o senhor Richard, eles me viram e...
– Eles quem? — perguntei totalmente confuso.
O homem havia sido morto, havia tido o enterro. Se ele estava realmente vivo por que raios ele não foi atrás de inocentar a filha?
– Eu não reconheci nenhum, estavam todos engravatados e eles conversavam na sala. Até hoje eu me pergunto por que eles se reuniram logo na casa? Eles não seriam burros assim.
– Pelo contrário, eles foram inteligentes o suficiente, as buscas já haviam sido encerradas, ou seja ninguém iria chegar perto da casa e eles não correriam o risco de alguém ver o deputado.
Brian assentiu impressionado com as minhas palavras, fiz um sinal com a cabeça para que ele continuasse.
– Eu consegui escutar uma boa parte da conversa só que um deles acabou me vendo enquanto eu corria para fora da casa, ver um homem que todos disseram está mortos não é bom, — riu fraco – muito menos na minha idade! Eles me ameaçaram, eu tenho uma filha de sete anos e ela tem leucemia, então eles me ofereceram o dinheiro que eu precisava para pagar todo o tratamento, então eu decidi aceitar. Richard passou o tempo inteiro calado, ele apenas assentia, e parecia muito pensativo.
– Eu preciso que o senhor me acompanhe...
– A delegacia? — soltou uma risada me fazendo franzi o cenho – Senhor, as pessoas envolvidas nesse assassinato são importantes, são pessoas poderosas.
– Debbie Burrow?! — sussurrei para mim mesmo. Aquela mulher nunca me desceu, eu sabia identificar alguém que obtinha grandes segredos sujos.
– Eu não sei, ela sempre pareceu ser uma mulher boa! Mas todos naquela família clamam por dinheiro, menos a dona Antonella, quer dizer, ela se casou com o Richard pobre e enriqueceu, mas nunca deixou de ser humilde e simpática, a filha puxou a ela.
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Cell 23
HorrorSua cabeça estava baixa enquanto o juiz decretava a sua sentença. Seu olhar brilhava de inocência, suas mãos tremiam em seu colo enquanto pagava por um crime que não cometeu. Um delegado preso aos encantos de uma presidiária. Um homem com seus valo...