Epílogo

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Lizzie Burrow — Point Of View.

O choro repentino fez com que meus olhos se abrissem rapidamente, ainda lenta me levantei da cama olhando cansativamente para os lados... eu estava exausta! Apanhei minha peça intima do chão junto da camisola, e os vesti rapidamente. O chão gelado fez com que eu rapidamente abrasasse meus próprios braços enquanto caminhava em direção ao quarto de Joe. Assim que passei pelo corredor da casa um vento bateu no meu corpo fazendo-me encolher-me. Olhei intriga para a janela, eu havia a fechado. Caminhei rapidamente até ela, e a fechei rapidamente, droga de inverno, droga de vento.

O choro de Joe havia parado e com um sorriso de canto me lembrei de quem deveria ter o pego. Abri lentamente a porta do quarto sorrindo ainda mais por vê-lo ali. 

A jaqueta de couro preta sobre a blusa lisa azul escura, acompanhado da calça preta o deixavam ainda mais ele. Seus cabelos castanhos, sempre arrumados, estavam bagunçados.

– Você voltou rápido! — sorri me aproximando.

Justin virou para mim com Joe em seu colo, que o observava fixamente sereno.

– Eu só precisava resolver umas coisas, não podia ficar mais tempo longe de vocês... Eu já fiz isso tempo demais! — seu olhar se tornou triste e culpado.

A cerca de dois meses atrás Justin reapareceu, foi difícil de me acostumar no começo. Eu estava trabalhando na floricultura de sua Vó quando vejo um homem de capo escolhendo um buque, e quando vou atende-lo não era só um homem, era o homem da minha vida, era Justin.

Ele havia forjado a própria morte, pois caso o contrário seria preso e assim jamais nos veríamos. Só que as vezes ele precisava dar umas viagens até Seattle, para se encontrar com Marie e resolver as coisas sobre o meu caso. Meu pai ainda estava vivo, mas não havia sido encontrado, e Justin só sossegaria quando isso acontecesse. 

Não posso negar que eu morria de ciúmes quando ele viajava, por Deus, é a ex mulher dele. Mas por um lado eu tenho vergonha de negar a ida dele, foi ela quem nos ajudou quando tudo estava uma confusão enorme.

– Você está aqui agora! Não precisa se arrepender, só fazer valer cada minuto, somos nos três agora. 

Justin sorriu e se aproximou lentamente de mim, ainda com Joe no colo selando nossos lábios lentamente, me fazendo ter uma vontade repentina de chorar, chorar de felicidade.

– Eu amo você, Lizzie Burrow! — sussurrou contra meus lábios.

Por que o amor era isso, apesar de qualquer barreira, de qualquer dificuldade, ele sempre vai passar por cima, tudo uma hora sempre vai dar certo. Por isso ame, por isso se permita a amar, por que não há nada melhor do que ser amada ou amar alguém. Muitas vezes o amor vai te fazer sofrer, mas se realmente te fazer sofrer pode ter certeza que depois vai valer a pena. Seja você mesma, seja verdadeira, o mundo ta cansando de pessoas hipócritas querendo cada dia mais serem melhores que os outros, seja diferente e faça a diferença. Faça história, assim como eu e Justin fizemos. 

E temos Joe agora, aquela criatura pequena de apenas três meses, que era a prova do maior amor da minha vida, que era fruto de uma das maiores provas de amor que já se existiu. Romeu e Julieta entram pra história por se matarem ao saber que não iriam viver um para o outro, e todos idolatram essa história e a tem como a forma mais linda e puta do amor. Porém eu sou a favor que a maior prova de amor é aquela que faz a pessoa que você ama ir até o fim do mundo por você, de deixar todos os seus princípios para te ter. 

Joe logo adormeceu no colo do pai, e Justin o pôs lentamente sobre o berço, o enrolando com o lençol lentamente, o observando de maneira boba.

Assim que dei as costas para sair do quarto senti um par de braços me abraçar pela cintura, me fazendo rir baixinho, assim que saímos do quarto senti meu corpo ser jogado brutalmente na parede oposto para que em seguida Justin já estivesse com seu corpo colado ao meu, nossas bocas entrelaçadas e suas mãos passando por todo meu corpo, sem restrição alguma. Enlacei meus braços em seu pescoço e suas mãos agarraram minhas coxas enquanto me guiavam até nosso quarto, onde mais uma vez teríamos outra noite de amor.

Terceira pessoa. — Point Of View.

Deixei que a fumaça saísse de minha boca lentamente enquanto em passos lentos caminhava até aquele berço. O bebê dormia serenamente, deixei um sorriso de canto escapar enquanto jogava o cigarro no chão e o amassava com o solado do sapato, com a intenção de que um dos dois amanhã vissem que eu estive ali. 

Meu neto.

Eu tinha um neto, mas por que eu iria ficar feliz? Se todos os meus planos haviam sido estragados por causa... Por causa de um romance de merda. Apartei minhas mãos em punho para não fazer nada com aquela criança, por enquanto.

Soltei o ar e sai daquele quarto, fechando a porta silenciosamente, conseguindo de longe escutar os gemidos que vinham do quarto. Balancei a cabeça com repulsa saindo dali. Observei um porta retrata onde estava Lizzie no meio e sua mãe a abraçando, eu me lembrava dessa foto. Eu estava nela! Mas não ali, Lizzie havia me cortado da foto. 

Com ódio no peito quebrei o vidro do porta retrato sem medir nenhum pouco o barulho que faria. 

O jogo não havia acabado.

Cell 23Onde histórias criam vida. Descubra agora