Anjo

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         Acordei no domingo pela manhã no meio da mata do Parque. Olhei para os lados e encontrei os meninos jogados por ali. Respirei fundo me sentando aos poucos. Minha cabeça rodava, a sensação era de ter bebido a noite toda.

Mordi meu lábio inferior, seria sempre assim? Nos transformaríamos na lua cheia e ficaríamos jogados pelas matas ao redor da cidade? Doeria sempre? Tremi com o pensamento e ouvi um barulho atrás de mim, alguém reclamando, me virei rapidamente para ver Diego se sentar na mata. Parecia tão acabado quanto eu.

"Será que ele está bem?" Pensei comigo mesma, então ele olhou para mim com os olhos arregalados.

"Estou quebrado." Prendi a respiração, isso queria dizer que podíamos ouvir claramente os pensamentos um do outro na forma humana... Isso seria uma merda. "Pode acreditar..." Olhei para Art e vi Diego fazer um barulho irritado. "Vamos tentar controlar os pensamentos, sim?"

- Desculpe... – Sussurrei, ele fez um movimento de tudo bem e foi se levantando aos poucos. Fiquei olhando para Guilherme e Arthur distraída, ouvi Diego rir.

- Você está achando que necessariamente tudo que Stephanie Meyer escreveu é verdade então? – Revirei os olhos fazendo-o rir, ele veio em minha direção para me ajudar a levantar.

- Só queria experimentar...

- Não, você só queria saber com o que o Art sonha. – Olhei para ele emburrada.

- E se quisesse?

- Isso é um tanto quanto intromissão na vida alheia, não? – Perguntou me fazendo bufar.

"Ele é meu namorado!" Resmunguei em pensamento e ele riu fazendo um não com a cabeça.

"Ninguém pediu ninguém ainda...".

"Pelos Deuses, pedir é mesmo necessário?" Olhei para ele irritada, parecia que eu era uma palhaça do tanto que ele estava rindo da minha cara, então suspirei pensativa. "Você acha que ela é uma guardiã? Digo... Stephanie..." Ele fez um não com a cabeça.

"Acho que talvez conheça um, seja casa dom um, ou... Não sei, você sabe que o mundo mítico é louco, há pessoas que tem insight de como as coisas realmente são." Concordei lembrando de todos os livros que já tinha lido em minha vida.

"Definitivamente o Tolkin é." Ouvi o tom de adoração nos pensamentos de Diego e revirei os olhos.

"Se fosse teria falado sobre niritus e não elfos! Lembra do que a Lils disse?" Ele ficou um tempo pensativo e, por fim concordou.

"Ele é um dos que têm insights, então! E pelos Deuses! Que insights!" Tive vontade de rir, apesar de concordar. Para Diego era Gaia e os Deuses no céu e Tolkin na terra.

Ouvimos mais um barulho e Arthur se sentou na grama, se perguntando onde estava, Diego respondeu mentalmente e a cara de decepção dele por estarmos ouvindo os pensamentos uns dos outros foi enorme. Guilherme não demorou muito para acordar depois dele, e também ficou preocupado.

Decidimos que teríamos que falar com minha Alice sobre como bloquear isso, se é que havia uma forma de bloquear.

Não demoramos a descobrir onde estávamos, e apesar do traje de Caio, estávamos cobertos de lama, terra e folha. Mas, ao menos deve para chegar à algum lugar e pedir para alguém nos buscar.

Alice não demorou muito para chegar na entrada do parque, e fomos cada um para a própria casa. Eu me sentia exausta, queria tomar um banho e dormir o dia inteiro, mas vovó e Alice não deixaram.

Os meninos apareceram depois do almoço e Alice disse como bloquear os pensamentos, era um trabalho árduo, mas no fim de tarde já havíamos tido algum sucesso.

O Renascer de EvaOnde histórias criam vida. Descubra agora