Colação

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Eu e Dani saímos do carro e seguimos para o salão de belezas a passos rápidos. Não demoramos muito lá, resolvemos fizer uma hidratação nos cabelos, no fim das contas. Íamos deixa-los soltos para a colação, os meus cacheados e longos e os da Dani curtos, na altura do queixo e lisos. Fizemos as unhas, e às seis e meia da tarde já estávamos prontas.

Fomos rapidamente para minha casa, mamãe, papai, vovó e Alice estavam esperando com uma mesa completa de café da tarde. Os pais de Dani iriam encontra-la na escola juntos com Caio, e haviam ligado para saber se ela estava bem.

Deixe-a na sala de estar para falar com a mãe e fui para a mesa tomar o café. Cleide tinha comprado tudo que eu e Dani gostávamos, e eu ri com aquilo.

- Mamãe... – Falei alto para Claide ouvir. – Eu acho que vou ficar mal acostumada desse jeito, sabe? – Ouvi-a rir da cozinha, ela apareceu com uma jarra de suco de laranjas que fez meus olhos brilharem.

- Reclame com sua avó também! O bolo e os pões-de-queijo foram feitos por ela. – Cleide comentou, enquanto colocava o suco em um copo para mim.

- Vocês querem me engordar! – Comentei colocando uma fatia de peito de peru no pão-de-queijo.

- Não, fadinha, queremos te mimar! Mesmo você sendo uma mística com seu pai, so vai forma na escola uma vez na vida. – Falou mamãe, me fazendo rir, agradecida.

Dani sentou do meu lado sorridente com a mesa, pegou o pão de canela que estava à sua frente e começou a comê-lo demoradamente. Ela mordiscava as beradinhas do pão apreciando o sabor. Vovó a serviu de suco de laranja e ela fez um movimento com a cabeça como agradecimento.

- Hoje a Lils disse que se não fosse por ela, nossa família nunca seria uma família. - Comentei olhando significativamente para os meus pais.

Vovó começou a rir, concordando e meu pai ficou vermelho, sem jeito. Dani me cutucou e apontou papai com a cabeça, com um sorrisinho malicioso nos lábios. Assenti. Mordi o lábio e dei um sorrisinho sapeca.

- Porque você não queria papai, mamãe? - Pergutnei diretamente pra minha mãe que riu, deixando o pão de canela no próprio prato.

Minha mãe cruzou as mãos na frente do corpo e me lançou um sorriso cúmplice. Depois ela suspirou e revirou os olhos.

- Oh eu já estava farta de dar indiretas para o seu pai! Mas ele parecia não acreditar que eu estava na dele. Você sabe, seu pai acabou a Academia de Guardiões Federal e veio fazer Direito na faculdade...

Eu e Dani concordamos enquanto a olhávamos ouvindo a história atentamente. Então mamãe riu de novo e segurou a mão do meu pai.

- Foi um desastre! Quando nos conhecemos eu namorava, e seu pai também. Ele entrou no turno da manhã na mesma turma que eu, na faculdade. Depois teve que mudar pro noturno por conta das missões. Mais no fim do curso, quando já estávamos no oitavo período ele voltou pra manhã, minha turma novamente. Eu tinha terminado o namoro não faziam o que?  Oito meses, Fábio? - Mamãe se virou para Papai, na dúvida .

- Nove. - Corrigiu,  pousando o copo com suco na mesa.

Os dois trocaram um olhar cúmplice e papai se voltou para mim.

- Bom, eu também tinha terminado o namoro há um tempo, quando voltei pra turma da sua mãe. Em uma festa da turma, nessas pre formaturas, sua mãe veio conversar comigo e disse que tinha terminado o namoro...

- E seu pai me dispensou. - Mamãe se virou para mim, com uma expressão engraçada no rosto.

Eu e Dani rimos, e me virei pro papai, sem acreditar.

O Renascer de EvaOnde histórias criam vida. Descubra agora