Ao longo das viagens, mantivemos o acordo de fazer uma tatuagem em cada cidade, mas os três costumavam dizer que eu tinha de fazer quatro tatuagens pra valer uma, mas eu não tinha culpa de gostar de tatuagens minimalistas. Pra nossa tristeza, tiveram cidades em que estávamos realmente cansados e decidíamos nem sair dos hotéis e também houveram lugares que simplesmente não tínhamos tempo. Antes de chegar no Brasil, já tinha 16 tatuagens microscópicas em meu corpo, de meu tornozelo até a parte de trás de minha orelha.
Nosso avião pousou na manhã de uma sexta feira, por volta de oito horas, e eu não poderia ter ficado mais feliz ao sair do aeroporto e sentir aquele calor. Eu adorava lugares frios, mas um calor brasileiro era sempre bom. O motorista nos dirigiu pra nosso hotel, que ficava em frente à praia de Ipanema. Fui direto pro meu quarto, assim como os outros fizeram e tirei uma foto da praia, postando nos stories de meu Instagram com a legenda "Oi, Brazil" junto de dois emojis de bandeira.
Já que teríamos o resto do dia livre, resolvi ir à praia, ignorando meu cansaço. Troquei de roupa e vesti um maiô branco junto de um short jeans claro; coloquei meus óculos de sol e saí do quarto, indo até o de Willa primeiro. Esperei que a loira se vestisse e logo fomos chamar os outros dois; quando estávamos todos na porta do hotel, já se aproximava de dez horas.
Atravessamos a avenida e escolhemos o primeiro "barzinho" que vimos, nos sentando em uma mesa na areia. Pedimos águas de coco e tomamos enquanto conversávamos; a garçonete que nos atendia estava claramente flertando com Gregg, mas eu não podia ligar menos. Era meio difícil a comunicação por conta das línguas diferentes, felizmente o cardápio era traduzido. Pedi que Willa tirasse uma foto minha, já que era a única que tinha paciência pra aquilo, e consegui uma boa depois de umas varias tentativas.
—Eu quero ir pra água. —Willa anunciou enquanto se levantava e deixava meu celular sobre a mesa. —Quem vai vir comigo?
—Eu. —respondi me levantando enquanto postava a foto e tirei meu short, deixando-o na cadeira em que estava sentada junto do celular. Bex também se levantou, ficando de biquíni.
—Eu vou ficar e provar essas coisas brasileiras que eu não conheço. —Gregg disse enquanto olhava o cardápio.
—Tá bom, prova caipirinha, é ótimo. —sugeri e saí com as meninas em direção à água.
Estávamos andando para o mar quando uma bola de vôlei passou no chão perto de meus pés e logo a segui, pegando a mesma e me virando, procurando o dono, ou a dona. Vi uma garota vir correndo em direção à bola e andei até ela, logo entregando a bola.
—Obri...HAILEY! —a garota exclamou sorrindo quando olhou pro meu rosto e depois disse algo em português que eu não entendi, mas tinha quase certeza de que era um palavrão.
—Eu! —disse rindo e olhei por cima do ombro da garota, vendo outras duas amigas próximas a uma rede de vôlei que me olhavam sorridentes e logo correram até nós.
As duas enrolaram um pouco de inglês e eu não conseguia imaginar alguma coisa mais fofa, sorri largo e chamei Bex e Willa, que também falaram com as três, 100% entusiasmadas.
—Vocês tem espaço pra mais alguém no jogo? —sugeri arqueando uma sobrancelha.
—Sim, sim, claro. Vocês querem jogar? —a primeira garota perguntou animada.
—Eu não sou muito chegada a esportes, desculpa. —Bex recusou educada.
—E eu realmente quero ir pra água, eu vou derreter aqui. —disse Willa.
—Eu vou ficar, então. Depois vou pro mar com você. —sorrio e ambas saíram pouco tempo depois.
Fui com as garotas pra perto da rede e fiz dupla com uma delas, logo começando o jogo. Conversamos um pouco sobre elas (tanto quanto meu português e o inglês delas permitia) e as mesmas me contaram que não tinham conseguido comprar ingressos pro evento de amanhã, o que me deixou triste. No final do jogo, eu e minha dupla, que descobri que se chamava Amanda, perdemos, mas não foi de lavada. Tirei fotos com as garotas em seus celulares e até gostei dos resultados, se as pessoas ignorassem meu rosto.
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Fairytale [1]
Fiksi PenggemarUm vestido. Um olhar. Uma conversa. Uma dança. Um sorriso. Foram o suficiente para quebrar a linha tênue que Hailey tinha estabelecido entre a realidade e a fantasia. O que aconteceria se todos os seus contos de fada, de repente, parecessem reais...