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Chegamos em Orlando! - Disse Tadeu para me tranquilizar.

- Que bom, vamos ver se a Flórida é tudo isso. - Falei tirando o cinto.

- Mal posso esperar por noite em uma cama. - Disse Tadeu.

- Eu também, não menosprezando a poltrona, mas... - Brinquei.

Saímos do avião e fomos em busca de um taxi na frente do aeroporto para irmos até o hotel em que ficaríamos. Eu estava nervoso demais por ter que compartilhar o mesmo quarto com Tadeu, mas de algum modo estava feliz por não estar sozinho ali.

No caminho, ele parecia ter os pensamentos longe, talvez em alguma garota, mas os meus pensamentos estava bem ali, eram todos dele, mas eu sabia que não havia chance alguma de sermos amigos fora dali, certamente quando voltássemos ao colégio, ele voltaria a ignorar o homossexual com quem passou férias aparentemente inesquecíveis.

- Quartos juntos, é isso mesmo? - Indaguei olhando as duas camas de solteiro.

- É o que temos. - Disse Tadeu franzindo a testa e jogando sua mala próxima ao criado mudo.

- Eu vou tirar esses sapatos e carregar meu celular. - Falei abrindo minha mala.

- Vou tomar banho. - Disse ele pegando a toalha e indo ao banheiro.

Antes que eu pudesse refletir sobre a situação de estar com o cara mais gato da escola no meu quarto, tratei de disciplinar meus pensamentos: "Esquece isso, o Tadeu não era gay" - Repetia para mim mesmo.

- A água está ótima. - Disse Tadeu saindo pela porta do banheiro com uma toalha enrolada em sua cintura e enxugando os cabelos com uma menor. Tentei dizer alguma coisa, mas não pude, estava perplexo com seu abdômen definido e a musculatura que o fazia único.

- O que foi? - Tadeu perguntou vendo-me hipnotizado com seu tanquinho.

- Nada - Falei levantando e indo até a sacada do hotel respirar um pouco de ar e disfarçar as sensações que me surpreenderam naquele momento

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- Nada - Falei levantando e indo até a sacada do hotel respirar um pouco de ar e disfarçar as sensações que me surpreenderam naquele momento.

Tadeu deitou em sua cama ainda sem camisa e começou a ler um livro que ele havia trazido. Eu, confuso, desci e fui tomar banho de piscina, mas ele não aceitou vir comigo, o que de certa forma era um alívio, pois vê-lo descamisado era capaz de fazer até um hétero virar homo, imagine seu efeito sobre mim.

Cai na água e fiquei nadando e refletindo sobre o real propósito de eu estar ali: me divertir. Havia algumas meninas tomando sol e lendo revistas. Após algum tempo, ouvi alguns cochichos e me virei para ver o que era e me surpreendi com Tadeu de sunga e comprando água de coco.

Os comentários das meninas, embora superficiais só lhe faziam juízo, elas comentavam sobre o quanto ele era lindo e sem dúvidas sobre os músculos, o bumbum se sobressaindo na sunga e claro: o pacote que transparecia ser imenso.

Já tinha saído da piscina e agora lia uma revista, segundos depois vi uma sombra cobrindo o sol, havia alguém diante de mim. Tirei os óculos e vi Tadeu me olhando.

- O que foi? - Perguntei vendo-o ali sem motivos.

- Você não vai entrar? - Perguntou ele.

- Eu acabei de sair. Vou ficar aqui tomando sol. - Falei.

- Okay senhor vogue. - Ele disse com um tom de deboche olhando a revista não percebi que realmente era vogue eu só queria me distrair.

Tadeu virou e foi em direção a piscina e cochichou algo no ouvido de uma das meninas, mas nem liguei. Eu não era babá dele e pouco ligava para seus flertes.

Olhei novamente e ele havia sumido e antes que pudesse pensar onde ele havia ido, escutei gritos de desespero.

- Socorro! - Uma garota gritava se afogando aparentemente.

Aproximei-me da beira da piscina e a menina deu um sorriso bobo, mas não era para mim. Notei uma sombra pelas minhas costas, mas antes que me virasse para ver quem era, senti mãos em minha cintura me levantando.

- Aaah me solta! - Pedi apavorado mais pelo susto de ter alguém me tocando, escutei uma risada, era o Tadeu.

- Calma. Você não sabe nadar? - Perguntou gargalhando.

- O que você está fazendo? - Perguntei alvoroçado me agarrando nele com medo de cair.

- Você não quer entrar, então estou te dando uma forcinha. - Disse ele.

- NÃO TADEU! NÃOOOOO! - Gritei zangado com ele.

Ele pulou na água comigo e eu me molhei todo. Antes de sair da piscina, joguei água na cara dele, senti tanta raiva que minha vontade era afogá-lo ali mesmo, mas não pude diante da cena magnífica que era vê-lo com os cabelos molhados caindo sobre a testa e com um sorriso que eu nunca tinha visto na escola. Pelo menos ele tava se divertindo, porque eu fiquei ainda mais puto quando vi a revista caída no chão toda molhada.

- Olha o que você fez seu idiota. E se tivermos que pagar por isso? - Reclamei.

- Mas que besteira, essa coisa vende em qualquer banca de quinta categoria, para de drama Daniel.

- Porque você fez isso Tadeu, QUE ÓDIO! - Falei ouvindo as meninas darem risadinhas, principalmente a cururu que havia fingido se afogar para me distrair e ajudá-lo a me fazer papel de trouxa. Peguei minha toalha e saí andando.

- Vocês formam um casal bonitinho - Comentou uma delas.

- Eca. Meu pai me deu educação. quem gosta de lixo são vocês mores. Façam bom proveito, para mim beleza não é tudo. - Falei quase dando um chilique e voltando ao quarto de hotel para me trocar.

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Um Dos Seus Garotos (Short-fic)Onde histórias criam vida. Descubra agora