Parte 01

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- Tchau gente, até amanhã!

Não via a hora de sair desse consultório. Por mais que eu goste de trabalhar... Na verdade eu amo trabalhar, só que hoje parece que tudo que eu queria era um pouco de ar. Ver o céu, nuvens quem sabe um pouco de verde! Quem sabe... mas só um pouco, mão precisa exagerar na dose. Eu até que gosto do cinza do cimento, estranho isso né! Muitas pessoas adoram o ar puro, e eu aqui preferindo uma sala com quatro paredes e um ar condicionado na potencia máxima. Gosto dos prédios arranha céu, dos carros buzinando, mas não dos engarrafamentos, Obvio! Sou assim mesmo, diferente de todos! Ser igual não tá com nada! Meu nome é Patrícia Billar tenho vinte e seis anos, sou sócia de um consultório dentário, vivo em um lugar onde metade do mundo gostaria de morar: Nova York!!! Mas precisamente no Manhattan. Mas não pense que eu sou a menina riquinha, que esse papel não cola pra mim. As vezes dou graças a Deus que o central Park é pertinho, para que nesses eventuais dias eu não precise ir muito longe para ver um pedaço de terra verde! Tem dias que preciso desse arzinho fresco, por mais que o meu ar condicionado possa me propor um ar geladinho, que eu adoro por sinal! Agora entendem por que eu adoro tanto o cinza dos cimentos né. Os Nova-iorquinos sempre tentam implantar o verde em meio a tantas construções, seja em jardim um pequeno jardim ou nos telhados dos prédios, o que é uma ideia muito boa! Adoro sem tamanho essa cidade, ainda mais que posso ir de casa pro meu consultório de bike ou mesmo de patins sem nenhum problema, já que é possível andar na quinta avenida em segurança desde a 23º Avenida até o Central Park, mas eu confesso que prefiro me aventurar pelo transito de Midtown... Mas hoje eu estou tão cansada daria tudo por uma carona até em casa. Estou exausta! Fiquei sentada de baixo de uma arvore não mais do que 20 minutos. Tinha comigo um livro, uma maçã e uma garrafa de água. Apesar de ser bem perto da minha casa, demoro um pouco mais do que o costume, pois estou literalmente me arrastando até lá, e na hora do almoço eu resolvi passar no mercado e abastecer a dispensa que já estava vazia. Então o vai e vem na hora do almoço me deixou com penas e braços destruídos.

Tudo que eu mais quero é chegar ao meu apartamento completamente aconchegante. Já sei você deve está pensando, nossa a mocinha órfã mora em Manhattan, trabalha na quinta avenida, vai de bike pro trabalho e seu “Ap” é modéstia parte aconchegante. Do que mesmo que ela ta reclamando? Bem não é bem reclamando, mas eu trocaria tudo isso por uma família bagunceira, tagarela, sem modos ou quem sabe aquela que no Natal tem varias crianças correndo pela casa, uma avô surda, um tio tarado que vive dando em cima das minhas amigas, uns primos gatinhos, por que não! Mas poderia ser apenas um parente distante, morando no Japão, no Afeganistão, no Iraque! Mas que eu pudesse ligar quando sentisse saudade e só de saber que aquela pessoa estaria lá. Mas infelizmente eu não tenho nada disso. Agora eu to tão exausta que conto depois como é que eu tenho a vida que tenho ok? Quero tanto meu banheiro, meu chuveiro e aquela água “bemmmm” quente sobre as minhas costas.

Chego à porta do edifício, não fico surpresa ao ver quem está me esperando: é Rafael, meu namorado. Não é surpresa que ele esteja que ele esteja aqui, até por que não estamos bem essa semana, e sei que ele não gosta de ficar assim e vem me pedir desculpa certeza. Mais certeza ainda pelo buque de flores vermelhas que ele tem nas mãos. Mas eu desejaria que ele não estivesse aqui. Eu não sou dessas de me impressionar com flores e bombom, ele vai ter sim que escutar umas poucas e boas pra eu pensar em desculpá-lo pela sua grosseria.

- Oi, Rafael. – disso friamente assim que me aproximo.

- Oi amor! – me da um beijo rápido nos lábios. – Pra você!

- Obrigada, Rafael! São lindas. – Me entrega um buquê de flores vermelha. Mas eu mostro pra ele que estou com todas aquelas sacolas e não posso pegar.

- Precisamos conversar você sabe, não e mesmo... – Eu o interrompo antes que ele termine a frase

- Sim eu sei, poderia me ajudar com as compras, você sobre e a gente conversa. – disse soltando as sacolas no chão e pegando o lindo buquê.

Enlaçada pelo DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora