Capítulo 14

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Enzo

Passar duas horas falando sobre meus negócios na frente da Demitria não era o ideal, ainda bem que ela aparentemente não entendeu nada. Eu sentia sua agonia de estar parada enquanto todos estavam dançando como se não houvesse um amanhã. Mas eu precisava resolver certas coisas ainda e Frederico pode ser um pouco excêntrico, mas ainda é meu maior comprador. Quando ele dá a deixa para que eu e Demi curtíssimos a noite, senti que não seria uma boa ideia, mesmo que eu estivesse trabalhando, notei a quantidade de champanhe que ela ingeriu e não foi pouca.
Porém Demitria não sabe ouvir e ficar quieta, não ela tem que rebater, e lá se foi descendo as escadas e chamando olhares por onde passasse, inclusive o meu, não consegui deixar de olhar seus quadris se movendo no ritmo da música. Cada vez que eu ou o segurança percebíamos alguém chegando muito perto dela, o mesmo era interceptado pelos seguranças, ninguém toca no que é meu.
- Se você não for se juntar a ela, eu vou. Aí teremos que ver quem ela escolhe e meu amigo eu jogo para ganhar. - Diz Frederico olha Demitria com cobiça enquanto levava o copo com bebida até a boca.
- Chega perto dela e eu estouro sua cabeça antes mesmo que você termine de descer as escadas. -Sussurro.
- Isso amigo, defenda o que é teu, o concelho precisa ter certeza que seu relacionamento é de verdade. E você sabe que tem alguns deles por aqui, só te avaliando.
Antes mesmo de ele terminar a frase eu já estava descendo as escadas. Sentir aquele bumbum redondo no meu pau o fez acordar na hora, sentir suas curvas já estava me levando a loucura, até que ela vira de frente para mim e ataca meus lábios com desespero, sua boca ainda tem gosto de champanhe, é doce e atrevida, suas unhas arranhando meu coro cabeludo estão me levando a loucura, se eu não parar por aqui, só vou parar quando estiver enterrado no meio das pernas dela. Para o beijo e me concentro, quando vejo de longe Frederico apenas concordando com a cabeça, tenho certeza que alguém do concelho viu e isso é perfeito.
-Com certeza conseguimos confirmar a veracidade do nosso relacionamento. Parabéns. -Sussurro em seu ouvido, sinto ela ficar tensa, me dá uma desculpa qualquer e corre para o banheiro.
Esperando ela do lado de fora do banheiro, fico tentando entender o motivo dela ter corrido.
-Hora...hora quem é vivo sempre aparece.- Diz uma voz languida atrás de mim.
-Oi Fernanda.
- Oi querido. -Diz me dando um selinho. - O que faz aqui sozinho? Por que não me convidou e teria vindo te fazer companhia.
-Estou acompanhado. E tenho certeza que nos viu já, então corta esse papinho. Quando eu quiser sua companhia te aviso.
- Ok... Ok... bom gato, qualquer coisa só chamar. - Assim me dá um beijo quente, mas que por incrível que pareça não me causou nada. E entra no banheiro feminino.
Fernanda sai com sua amiga, e nada de Demitria, começo a ficar irritado, quando já estou quase entrando, ela abre a porta. Seus olhos coloridos parecem maiores, seu rosto está vermelho como se tivesse chorado, mas ela simplesmente me olha e pede para ir embora.
Durante todo o percurso se silêncio me perturba, aquele biquinho está aparecendo de novo, e meu pau já se contorce dentro de minha calça. O motorista nos deixa na garagem. Pego sua mão e vamos juntos até o elevador.
-Você quer me explicar o porquê desse bico? -Questiono parando na sua frente durante o percurso do elevador, ela permanece quieta. -Não vai me responder?
Assim que as portas do elevador se abrem, ela sai como seu eu não tivesse falado nada, e meu sangue ferve por isso, agarro seu braço e a faço se virar de maneira brusca batendo em meu peitoral.
-Não me ignore. - Ordeno.
-Nada está me incomodando.
-Não minta para mim, depois que dançamos você ficou toda estranha.
- Não gosto de ser feita de fantoche, apenas isso. - Ela explode gritando.
- Não grita comigo. - Grito mais alto. Ela se encolhe e vejo o que acho ser medo em seus olhos. Melhor assim, o lema do meu pai sempre foi melhor ser temido do que amado.
-Er...eu... só fiquei confusa depois do beijo.- Apenas isso, mas já passou.
Então finalmente entendo, ela sentiu algo durante o beijo. Solto seu braço quando percebo que já estava apertando com força excessiva.
-Me desculpe pelo seu braço. -Suspiro passando a mão pelos meus cabelos. - Demitria entenda nunca poderá acontecer nada entre eu, e você, sou um homem feito, cheio de merdas e problemas para resolver, e você uma adolescente que se deixar ser guiada pelos hormônios. -Aponto para ela e para mim como ela havia feito dias atrás no carro. - Isso não vai acontecer, então é melhor você não criar nenhum tipo de expectativa com isso. Tudo que temos em comum é um contrato que diz que temos que nos casar, apenas isso. Você me ajuda a não perder minha empresa e eu não te deixo morrer na miséria.
Quando finalmente paro de falar, vejo algo como tristeza passar pelos seus olhos, ela abaixa a cabeça, respira fundo e me olha, a tristeza que havia visto antes sumiu, agora ela só me olha como se não enxergasse nada em sua frente.
- Entendi Enzo, fica tranquilo, dois anos e ambos estaremos livres, posso subir agora? -Concordo com a cabeça.
Subo para meu quarto e ligo para Fernanda, definitivamente preciso dela essa noite.













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