Capítulo 22

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Demi

Assim que percebi sua presença na sala, não consegui me mover, eu era um cordeiro e ele o lobo mal. Lentamente se aproxima e toca de leve em meu rosto colocando uma mecha de meu cabelo atrás de minha orelha, é insano o fato de eu me sentir atraída por tal movimento, o cheiro de álcool em seu organismo é nítido, mas ele tem plena consciência do que está fazendo e falando. Tento ficar o mais coerente possível diante de sua aproximação, nego veemente sobre alguém ter me tocado. O pânico deve estar em minha voz, a partir do momento que sinto seus dedos envolta do meu pescoço, começo a temer pela minha segurança e ele parece se divertir com meu medo. Novamente me pressiona sobre com quem eu estava, mas não vou entregar Jacob para ele, sabe se lá Deus o que Enzo pode fazer com ele.

Fazendo algo que eu só consegui imaginar em meus sonhos mais insanos, assim que solta meu pescoço começa a massagea lo, ainda não entendo como, mas fiquei excitada com tal movimento. Assim que seus lábios tocam minha pele é como seu entrasse em combustão e depois disso não vejo mais nada. Estou mole e sob seu total comando. Assim que sinto ele me erguendo, cruzo minhas pernas em volta de sua cintura, querendo mais e mais contato de nossos corpos. Seu corpo é perfeito, e assim que ele se coloca sobre meu corpo, sinto seu calor e tudo que consigo fazer é gemer.

Me enlouquecer é o que definitivamente ele quer fazer, nunca alguém tinha tocado meu corpo assim, tão intimamente, havia ali em baixo uma necessidade que eu desconheço. Algo que só Enzo conseguiria aplacar. Então da mesma maneira que ele começou de maneira bruta me tocando eu senti aquela explosão dentro do meu corpo, um formigamento abaixo do meu ventre, pedido para que ele fosse mais fundo e até o fim, quando sua língua me tocou de maneira tão inesperada, foi impossível conseguir controlar e veio como um vulcão adormecido que entrou em erupção. E meu Deus como foi bom, sinto ele se levantando e me deixando apenas sentir aquela nova sensação. Mas com Enzo nada é fácil e ele tem que me magoar a cada instante.

-Diga a Jacob que seu primeiro orgasmo foi comigo. -Sussurra em meu ouvido e me deixa sozinha indo em direção ao seu banheiro.

Humilhação é a única palavra que fica rodando em minha mente, assim que escuto o chuveiro recolho o pingo de dignidade que me resta me levanto e caçando minhas roupas espalhadas pelo quarto, assim que pego tudo corro para meu quarto e tranco a porta. Me agacho ali mesmo, abraçando minhas pernas deixo algumas lágrimas escorrerem soltas. Não sei nem explicar o motivo real, e já sofri tanto ao longo dessa merda de vida que não me surpreende ele me tratar como só mais uma que passo pela sua mão. Me levanto depois de um tempo e vou tomar um banho, no espelho é possível ver a marca de seus dedos em meu pescoço e isso realmente me assusta. Me jogo na cama, pego alguns calmantes no criado mudo, que alguns dias pedi para Alice comprar para mim por conta dos meus pesadelos, tomo um comprimido e espero ele fazer efeito.

Acordo no horário de ir para a escola, mas decido que hoje não vou, prefiro ser uma covarde e me esconder em meu quarto. Me celular vibra seguidas vezes, quando o pego vejo que são várias mensagens de Alice.

" Cadê você?"

"Dá para você me responder?"

"Demitria estou ficando preocupada, o inescrupuloso do seu noivo descobriu?"

" JURO POR DEUS QUE SE NÃO ME RESPONDER LARGO TUDO AQUI E VOU TE BUSCAR PELOS CABELOS"

Acabei rindo de sua última mensagem, decido responder de maneira rápida, para não prolongar a conversa, pois só quero dormir hoje.

" Alice eu estou bem e viva, apenas um dor de cabeça muito forte, fica tranquila nossa ida a praia no fim de semana ainda está de pé, beijos."

Viro para o lado e volto a dormir, ainda escuto o celular vibrar mais algumas vezes, mas me deixo ser levada pela escuridão dos meus sonhos.

Acordo com a porta do meu quarto sendo destrancada. Enzo está no batente parado me olhando, sinto seus olhos queimando minhas costas.

-Porque não foi para escola?

-Dor de cabeça. - Sussurro ainda de costas.

-Quer ir ao médico?

-Não, só quero dormir, posso? -Pergunto seca.

-Claro.

Em sua voz não há arrependimento ou remorso, ele apenas está sendo o tutor que quer saber porque sua protegida não foi para escola. Passo o resto do dia todo dormindo, levanto apenas para ir ao banheiro, evito me olhar no espelho pois sei que estou horrível. Quando já são quase nove horas da noite, escuto minha porta novamente sendo destrancada, e o cheiro de sopa invade meu nariz.

-Precisa comer algo. -Enzo diz seriamente.

-Pode deixar aí, daqui pouco como. Obrigada.

-Vou ficar aqui esperando você comer. - Ele deixa a bandeja com a sopa em cima do meu criado mudo e se senta na cadeira da escrivaninha.

O silêncio é algo perturbador, só escuto sua respiração.

-Tenho a noite toda, espero que saiba. - Diz tranquilamente.

Me levanto da cama e sinto uma leve vertigem, seus braços me seguram antes que eu cai.

-Está fraca de fome, vem vou te ajudar. -Diz calmamente.

Seu toque ainda me causa arrepios, sento na cama e ele pega a bandeja. Me deparo com ele pegando acolher e colocando em minha boca o conteúdo da sopa.

-Não precisa eu sei me virar. - Digo tentando pegar a colher de sua mão.

-Eu sei que é independente Demitria, sei que sabe se virar muito bem sozinha, já deixou isso muito claro. Tanto que fugiu ontem, mas preciso que entenda, o quanto se colocou em risco ontem, saindo se o segurança, com um moleque qualquer. -Coloca um pouco da sopa na colher e direciona a minha boca. - Tenho inimigos, que só precisam que e tenha um ponto fraco, e irão ver você como meu ponto franco.

- O que você faz Enzo?

-Algo que não é necessariamente ilegal, mas que também não é visto como legal. -Coloca mais uma colherada da sopa em minha boca.

-Como sabia que e estava com Jacob? -Questiono puxando o cobertor para mais próximo do meu corpo.

-Eu sei tudo sobre você. Nunca se esqueça disso. -Ele coloca a bandeja no criado mudo e se aproxima.

-Eu sei o que te causo, e não tem ideia de como isso me excita, tenho tentando arduamente não pensar em você, mas você é uma bruxa que não sai da minha cabeça. - Ele para e olha para meu pescoço, coloca um dedo sobre onde ainda está roxo. Me afasto um pouco por causa da dor que me causa.

- Me desculpe. - Se levanta e sai correndo do meu quarto.

Ainda com coberta pelo cobertor, paro e passo a mão sobre meu pescoço, ainda sinto como se o toque dele ainda estivesse aqui. 

Intenso demaisOnde histórias criam vida. Descubra agora