Capítulo 34

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Enzo
  
Sair do quarto de Demitria foi uma das coisas mais difíceis que fiz. Assim que cheguei em casa a primeira coisa que fiz foi passar em seu quarto, me assustei com a cena dela se contorcendo na cama, gritando meu nome de maneira agonizante. Mas sua reação pelo horário  é  totalmente fora  do nosso acordo, como ela ousa me cobrar alguma coisa.
Em momento algum a deixei criar expectativas. Passo pelo bar e a garrafa e Whisky  já me espera. Tive  que lidar com Fernanda e suas crises durante quase toda a noite, e no fim acabamos em cima da mesa do escritório, mas o problema não é  esse e sim o fato de Demitria não  sair dá minha cabeça  um minuto sequer. No fundo eu sei que fiquei com Fernanda apenas para provar a mim mesmo que não sinto nada pela Demitria.
Estou em conflito que nunca estive antes. Pego meu celular passo os dedos pela agenda telefônica  e ligo para Rafael.
- É  bom que seja importante. -Sua voz não é  de felicidade
-  Atrapalho sua foda da noite é  ?
( Rafa volta para cama) .Escuto ao fundo e não me é  estranha a voz. Mas isso não é  problema meu.
- Fala logo o que vc quer? . Já volto querida.  - Rafael diz de maneira carinhosa para sua companheira.
- Estou  fodidamente apaixonado pela Demitria . - Solto de uma única vez.
- Me conta uma novidade.
- Não estou brincando cacete. Você sabe melhor do que ninguém que nosso trabalho envolve riscos e ter ela realmente ao meu lado pode... mata-la, eu não sou bom para ela. -Escuto sua respiração profunda pelo celular.
- Primo, quem melhor do que você,   para protege-lá? E outra coisa, agora que você já sabe que gosta dela, o que vai te impedir de te-lá?  
-Você tem razão.
- Sempre tenho, agora vou voltar ao que você  interrompeu . - Ele desliga o celular na minha cara assim .

Volto para minha cama, com uma sensação de leveza, talvez isso realmente de certo.
Na manhã seguinte levanto cedo, colo meu terno , a imagem refletida no espelho me agrada, hoje vou ter uma conversa definitiva com Demitria.
Desço as escadas, e Lourdes já está na cozinha preparando o café.

- Bom dia. - Digo lhe dando um beijo no rosto. Ela me encara série e seca as mãos no pano de prato.
- Qual foi a merda que você fez com aquela menina ontem?
-Eu não fiz nada, e que linguajar é  esse? Nunca te vejo falando palavrão.

-Demitria levantou cedo e já foi para o colégio,  nem café quis tomar, a questão é  o que você fez para ela estar fugindo de você? -Questiona apontando o dedo para mim.
-Não fiz nada. -Passo a não pelo meu rosto. -Ontem cheguei tarde e discutimos apenas isso.
-Senhora sua avó  jamais gostaria de ver essa menina sofrer, e  pior você ser o causador disso.- Lourdes se senta na cadeira a minha frente e segura minhas mãos.  - Eu estava na noite do acordo com os pais de Demitria, menino só Deus sabe o que essa menina passou com aqueles abutres , ela não sabe o que é ser querida e amada. Ela precisa de alguém para cuidar dela e a sua  avó acreditou que você saberia fazer isso. Não consigo  acreditar que ela estava errada.
Olho em seus olhos e em voz alta e claro eu digo aquilo que só consegui confirmar ontem a noite por celular.
-Estou apaixonado por Demitria, e vou conquista la e protege-la com minha vida se for necessário. - Um sorriso de forma em seu rosto.

- Finalmente você está  vendo a luz , agora tome seu café e vá trabalhar,  irei preparar um jantar formidável para os dois hoje a noite.

Passei o dia pensando em Demitria e em como resolver nossos problemas, primeiro vou ter que resolver todo esse meu enrosco com Fernanda, chega dela me envolver em sua teia de mentiras e tramóias. 

-Problemas no porto dois. - Entra Rafael desesperado em minha sala. - Corre , temos que resolver isso, se arruma , estou te esperando no carro.

Puta que pariu. Levanto correndo, pego minha arma e coloco meu colete. No carro Rafael me explica que nossa mercadoria foi interceptada, perdemos  tres homens e os outros estão em combate.

-Como isso aconteceu Rafael, eram poucas as pessoas que sabiam sobre esse carregamento.

-É simples, temos um x9. Vou arrancar a cabeça da pessoa.

Assim que chegamos no porto, é possível ouvir de longe os tiros. Isso vai acabar chamando a atenção da policia. Vamos juntos nos aproximando, vejo meu homens lutando ferozmente para que a carga não seja levada. Ao longe vejo alguém com um telefone, aproveito que está distraído e me aproximo . Consigo escutar o final da conversa.

- Se prepara que vou botar tudo para os ares.

Antes dele apertar o que me parece ser um detonador, aperto o gatinho e estouro seus miolos. Pego o detonador, e corro de encontro com Rafael , que já tem alguns corpos a sua volta.

- Consegui controlar por aqui. Nenhuma baixa mais. E você o que pegou la no fundo?

- Alguém queria detonar tudo aqui, acredito que nos trouxeram aqui de propósito.

Rafael passa a mão no rosto, e respira nervoso. 

-Vamos arrumar toda essa bagunça e contabilizar o estrago.

- Vamos ness..aii puta que pariu.- Uma dor forte flui pelas minhas costas, sinto algo arder e quente escorrer pelo meu abdômen. Coloco a mão e o sangue se faz presente.

-Vem se apoia em mim, que foi que te acertou? .- Rafael fala desesperado procurando o autor do dispado.- Achei que tivéssemos acabado com todos, precisamos te levar para o hospital urgente.
-Rafa.. só cuida da Demitria por mim. .- E a escuridão  me leva.

Intenso demaisOnde histórias criam vida. Descubra agora