· Admit that you want me · Myg + Pjm ·

9.

Uma semana foi o bastante para que Jimin e Yoongi estivessem marcando encontros em áreas escondidas do colégio apenas para se beijarem por alguns momentos e voltarem aos seus respectivos lugares sem causar a menor desconfiança em qualquer pessoa.
O Min se sentia culpado quase todo o tempo. Estava pegando escondido o cara de quem sua irmãzinha gostava. Ele se sentia o pior dos irmãos.
Mas sequer se lembrava da existência de Hyorin quando seus lábios encontravam os do Park e eles iniciavam um daqueles beijos lentos e quentes que o fazia ficar duro e perder a razão em segundos.
Por isso, não importava quão grande fosse a culpa, ele sempre ia quando Jimin o chamava.

— Não deveríamos estar aqui — murmurou, passando os dedos pelos cabelos de Jimin. — Isso é tão errado. Podemos ser pegos.

— Não vamos ser pegos se você calar a boca — Jimin respondeu. Beijou suavemente seu pescoço, causando arrepios pelo seu corpo. Se o objetivo dele era enlouquecer o Min, estava no caminho certo. — Ninguém vem aqui, é o lugar mais seguro desse colégio.

— Ah — suspirou alto quando sentiu os dentes do rapaz puxarem de leve a sua pele, dando-lhe uma sensação inexplicavelmente boa. — Eu nem imaginava que tínhamos uma outra enfermaria aqui.

— Exatamente. Quase ninguém sabe porque não é usada desde que inauguraram a outra — disse, parando para olhar seu rosto levemente corado. — Você é tão bonito!

— Não diga coisas pra me deixar sem graça, seu idiota — resmungou. Puxou-o pelo blazer do uniforme e juntou seus lábios mais uma vez.

O beijo, para ambos, era algo viciante. Não conseguiam pensar em outra coisa quando não estavam juntos, e por mais que Jimin quisesse algo além de alguns beijos escondidos na antiga enfermaria do colégio, também não conseguia parar.
Deixou que Yoongi tomasse o controle daquela vez.
Eram raras as vezes que o rapaz se dava o trabalho de fazer isso, mas Jimin simplesmente adorava quando isso acontecia.
Ele não podia expressar em palavras o quanto amava quando Yoongi o puxava daquela maneira, apertava sua cintura e o prensava contra a maca, beijando-o intensamente enquanto suas mãos exploravam seu corpo tocando os lugares perfeitos.

A cada dia que se passava, aqueles encontros ficavam mais longos.
No primeiro, se beijaram apenas uma vez e voltaram antes que seus amigos notassem que tinham saído.
No segundo, ficaram ali por metade do intervalo, prometendo não levar muito mais tempo que isso.
No terceiro, saíram apenas quando a aula se iniciou. E agora, o sinal havia soado, alto e claro, mas Yoongi havia acabado de tirar o blazer de Jimin e lhe deixar uma marca no pescoço, em um lugar que a camisa do uniforme pudesse esconder.

— Precisamos voltar — Jimin avisou, mesmo contra vontade.

— Eu sei — respondeu, voltando a beijá-lo.

Assim passaram-se mais alguns minutos, e voltaram para suas salas apenas quando a aula estava na metade, tendo que inventar uma desculpa convincente para os professores e colegas de classe.
Yoongi sentou-se em seu lugar, ao lado de Taehyung, e ao notar o olhar desconfiado do amigo, torceu para que ele não dissesse nada.

— Eu sei que está mentindo — foi a única coisa que o Kim disse antes de ajeitar sua postura e prestar atenção no resto da aula.
Assim que esta acabou, ele se virou para o rapaz e o encarou.

— O que quis dizer?

— Sobre o quê? — O Kim indagou confuso pela abordagem. — Ah, sobre seus encontros escondidos? É, Yoongi, eu e o Hoseok não somos tão idiotas assim. Você não pode pensar que vai simplesmente esconder essas coisas da gente. Não escondemos nada de você, sabia?! Babaca.

Entendia porque seu amigo estava chateado, também estaria se fosse o contrário, mas ele precisava entender os motivos pelos quais Yoongi escolhera não contar sobre aquilo.
Já pensou se por acaso alguém os ouve falando sobre isso e chega aos ouvidos de Hyorin? Estaria perdido.

— Sei o que está pensando — Hoseok disse atrás de si, o fazendo dar um sobressalto pelo susto. — Hyorin. Mas ela não é seu real problema, você sabe que vai ter que falar pra ela de qualquer jeito em algum momento. Então, do que você realmente está fugindo?

Yoongi franziu a testa ao olhar para o amigo, que tinha aquela expressão de quem havia acabado de desvendar um grande mistério e estava se achando por isso.

— De que merda você tá falando? — perguntou. — É apenas minha irmã. Não estou pronto pra me tornar o pior irmão do mundo.

— Tecnicamente, você já é, ela só não descobriu ainda — Taehyung murmurou. Calou a boca e forçou um sorriso quando o rapaz lhe lançou um olhar ameaçador.

— Não vamos mais falar sobre isso. Olha, o professor chegou, calem a boca — Yoongi ajeitou sua postura e abriu seu caderno em uma matéria aleatória, como uma forma de mostrar que ele queria estudar e não falar sobre isso.

— Acho que ele devia conversar com Jimin sobre isso — Hoseok se inclinou para sussurrar para Taehyung sem que o professor e Yoongi notassem. Mas não teve muito sucesso no segundo caso.

— Cala a boca! — disse, um pouco mais alto.

No fundo, sabia que ele estava certo. Embora ele e Jimin não fossem nada realmente, ainda tinham algo, então o que quer que fosse fazer em relação a ele, deveria haver uma conversa. Não era tão idiota ao ponto de decidir não ficar mais com ele e sequer falar sobre isso.

Por isso estava decidido. Assim que a aula acabasse iria encontrar Jimin e ser sincero com ele em relação ao que estava sentindo sobre ele e sua irmã, e então decidiriam o que fazer.

Mas a verdade é que ele não sabia o que dizer, porque não sabia o que sentia por Jimin. Uma atração muito intensa, isso era claro. Porém, desde que tinha o visto sem toda aquela pose de babaca, estava pensando muito bem dele e consequentemente, estava pensando muito nele. Mas isso não queria dizer absolutamente nada, certo?!

O sinal que indicava que as aulas finalmente haviam acabado soou, Yoongi arrumou suas coisas o mais rápido que pôde e se despediu de seus amigos decido a ir falar com o Park.

— Oppa, pra onde você está indo? — ouviu a voz de sua irmã assim que passou pela porta. Se virou e encarou a menina de expressão confusa encostada na parede ao lado de sua sala. — Não vai voltar comigo de novo?

Ele olhou de Hyorin para o outro lado do corredor, viu Jimin sair da sala e andar em sua direção, mas parar assim que notou a garota e lançar um olhar de confusão para Yoongi, que apenas balançou a cabeça e voltou-se para sua irmã.

— Vou sim, eu estava só... Só... — tentou se explicar, apontando para o outro lado.

— O quê? — perguntou, se esticando para ver o que havia atrás dele. — Olha, o Jimin. Vamos chamá-lo. Jiminie! Oppa!

A garota saiu correndo em direção do rapaz, que já estava pronto pra se retirar dali no primeiro grito. Yoongi não pôde fazer nada além de suspirar e ir atrás dela.

—...incomodar. Tenho algumas coisas para fazer mais tarde, então não acho que seja uma boa ideia. — Ouviu Jimin dizer. Mas talvez fosse bom se o Park estivesse em sua casa, talvez conseguisse conversar com ele e talvez contasse para sua irmã e se livraria desse peso de uma vez.

— Isso é uma pena, nossa mãe adorou você. Me disse para te levar mais vezes. Vamos! Pode fazer essas coisas outro dia. — Insistiu, puxando levemente o braço do rapaz.

Jimin olhou para Yoongi, como se perguntasse se estava tudo bem se ele aceitasse o convite. Não queria ir contra a vontade do rapaz e criar uma confusão agora que estavam tão bem.

— Acho que minha mãe vai adorar sua visita — comentou, tentando parecer o mais indiferente possível. Mas Jimin deu um breve sorriso, o fazendo sorrir involuntariamente e virar o rosto para disfarçar. — Então, vamos?

Hyorin pareceu não perceber nada, apenas sorriu e concordou com a cabeça, entrelaçou o braço com os dois e seguiu sorridente.

[. . .]

Era um tanto constrangedor estar novamente na casa dos Min, sentado em um pequeno sofá entre Hyorin e Yoongi, enquanto era servido com um bolo recém assado e ouvia histórias de quando os irmãos eram mais novos.

— Você parece diferente hoje, oppa — Hyorin franziu as sobrancelhas para Jimin. Ela havia notado isso desde o colégio. Ele não estava dando seus sorrisos de lado e falava tão pouco que se não estivesse sentada do seu lado esqueceria que ele estava ali. — Aconteceu algo?

— Hm, não, eu só... — tentou pensar em uma boa desculpa. Não podia dizer “Só estou desconfortável por estar entre a garota que gosta de mim e o irmão dela, que por acaso eu beijo as vezes e gostaria de estar beijando agora”, embora fosse um pouco da sua vontade. —... Estou um pouco cansado. É isso!

Uma expressão preocupada assumiu o rosto da mãe deles, que havia acabado de se sentar no sofá ao lado.
A mulher realmente havia gostado de Jimin, o que era um milagre, uma vez que ela raramente gostava dos amigos de seus filhos. As únicas pessoas confiáveis para ela eram Hoseok, Taehyung e uma amiga de infância de Hyorin.

— Deveria descansar um pouco. Durma no quarto do Yoongi e fique para jantar — a mulher pediu com um sorriso. — Leve ele, filho.

— Não precisa, eu n... — começou a inventar uma nova desculpa com um sorriso, mas se interrompeu ao ver Yoongi se levantar e encara-lo, com uma expressão indiferente. Isso estava mesmo acontecendo?

— Vamos, Park — disse num tom sério. Jimin apenas assentiu e o seguiu pela casa, mesmo que já soubesse onde ficava o quarto do rapaz.

Entraram no quarto e Yoongi fechou a porta atrás de si, certificando-se de que ninguém da família estava por perto para ouvir o som da tranca. Não seria idiota a ponto de entrar naquele quarto com Jimin sem trancar a porta, embora suas intenções fossem apenas de uma conversa inocente sabia como as coisas podiam acabar.

Jimin o encarava confuso, não sabia exatamente porque Yoongi havia o deixado ir até ali.
Nos últimos dias, o rapaz estava mais calmo e parecia aceitar melhor o Park, principalmente quando estavam se beijando, mas quando qualquer outra pessoa estava por perto, voltava a agir como se o odiasse.
Imaginava que com a irmã dele por perto, isso seria ainda pior.

— Então... — começou. Yoongi sentou-se em sua cama e gesticulou, dando a entender que queria que o Park se sentasse ao seu lado. Ainda desconfiado com tudo aquilo, Jimin sentou-se e o encarou curioso.

— Acho que precisamos conversar sinceramente sobre o que está acontecendo — ele disse de uma vez. Perderia a coragem de ter essa conversa se enrolasse demais. — Não quero continuar me sentindo culpado toda vez que vejo minha irmã.

— Se te consola, Hyorin não gosta de mim de verdade — riu. — Ela só quer o que as outras meninas querem. Ela não me conhece, não sabe absolutamente nada sobre mim além do que ouve das outras.

— O que você quer dizer?

— Essas garotas são meio loucas. Parece que o fato de eu nunca ficar com nenhuma delas faz o interesse crescer e todas querem tentar. — Revirou os olhos. Não tinha nada contra elas, mas essa situação era realmente chata. — Então a Hyorin não gosta tanto assim de mim, ela só gosta da ideia de conseguir algo que as outras não tem.

— Mas isso não muda o fato de que sou um péssimo irmão. Ela chorou por você no meu colo e agora eu simplesmente fico com você — falou. Por mais que os sentimentos de Hyorin não fossem reais, para ele, ainda era errado fazer isso.

— E o que você quer fazer? Contar pra ela? — Yoongi balançou a cabeça negativamente sem olhar para seu rosto. — Quer parar com isso?

O rapaz levantou a cabeça para ver o rosto de Jimin, que não escondia sua expressão temerosa. Ele tinha demorado para conseguir algo com Yoongi, não queria que acabasse tão rápido, mas se ele quisesse, não poderia insistir muito mais. Entendia seu lado.
Para sua sorte, Yoongi também não tinha a menor intenção de acabar com o que tinham.

Enquanto pensava em uma resposta, se distraia levando seu olhar até os lábios de Jimin. Como poderia desistir disso quando se sentia viciado? Sentia a necessidade de tocá-lo sempre.

Quando deu por si, já estava se aproximando do outro, que tentava evitar um sorriso. Aquela ação deixava claro que não parariam tão cedo.
Não demorou muito para que seus lábios estivessem se movendo, um contra o outro, enquanto suas mãos trabalhavam em deixar tudo aquilo mais excitante.
E num momento como aquele não havia arrependimento algum, apenas aproveitavam todas aquelas sensações oferecidas.

De algum modo acabaram deitados, Jimin praticamente sentado sobre o corpo de Yoongi e este sem sua camisa e o botão de sua calça aberto. Sequer ligavam se a mãe e a irmã do rapaz estavam no outro cômodo.
Tudo que importava eram eles.
Jimin beijava seu pescoço causando arrepios enquanto sua mão deslizava lentamente por seu abdômen o fazendo suspirar alto.

— Yoongi — ouviu a voz baixinha da sua irmã do outro lado da porta seguida de algumas batidas fracas. — Yoongi, está acordado?

— Se ficar quietinho, ela vai embora — Jimin sussurrou em seu ouvido, em seguida o beijou. Era difícil ficar quieto quando Jimin o beijava daquela maneira e se movia de forma tão provocativa em cima de si.

Puderam ouvir uma porta se fechando, e assim souberam que Hyorin havia desistido e ido para seu quarto.

— Acho melhor não... Ah — se interrompeu ao sentir a mão dele entrar em sua calça.

— Vamos parar assim que resolver isso aqui, fique em silêncio se não quiser que sua irmãzinha descubra que não estamos dormindo.

{. . .}

— Sua mãe não estava brincando quando me pediu pra te deixar longe da cozinha — Jimin comentou rindo. Yoongi estava sentado na mesa descascando vegetais e havia acabado de se cortar. — Deixa isso aí, vai fazer um curativo nesse dedo.

— Não, tá tudo bem, foi só um arranhão — mentiu. Na verdade, sentia que tinha quase arrancado o próprio dedo.

Mais cedo, quando saíram do quarto, ouviram a Sra. Min se queixar sobre o pouco tempo que tinha para preparar o jantar e se arrumar para o trabalho. Então Jimin se ofereceu para ajudar e cuidar da comida enquanto ela fazia o que tinha que fazer.
Embora sua mãe dissesse que ele não conseguia aem ferver água, Yoongi insistiu em ajudar, mas isso não estava dando certo de qualquer forma.

Ele se levantou e parou atrás de Jimin para observá-lo. Apoiou a cabeça em seu ombro e suspirou, ele tinha um cheiro realmente agradável, podia ficar o dia inteiro ali.
O Park sentia seu coração acelerado e não conseguia prender o sorriso. Nunca imaginou que estaria assim com o rapaz.

— Eu realmente gosto do seu cheiro — confessou baixinho, fazendo Jimin sorrir abertamente e se virar, pronto para beijá-lo.

— Mãe, v... O que vocês estão fazendo? — Hyorin disse, fazendo-os se assustarem e se separarem rapidamente.

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Esse foi o penúltimo capítulo amores, espero que gostem