Capítulo 11 - Melancolia

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Ainda lembro do pedido de casamento, foi o melhor dia da minha vida tirando o fato de eu ter ficado assustada pela rapidez que nosso relacionamento estava seguindo, ele sabia que sou uma pessoa que não se liga muito quando tem alguém interessado em mim . Gustavo principalmente como eu era intensa e  que a partir dali eu jamais o deixaria.

O pedido foi feito na nossa casa de praia, não tive como negar o amo que sentia por ele, minha família não aceitou queriam que eu estudasse construísse minha vida , isso devido ao fato de meu pai ter ido embora de casa do nada, minha mãe dizia que uma mulher tem que saber se virar para jamais passar pelo que ela passou.

Acordei com aquela sensação estranha novamente, totalmente alucinada pela dor,  não queria que ninguém me visse assim, precisava ficar sozinha esse dia.

Mandei uma mensagem para Carol avisando que viajaria e só voltaria no final de semana. A morena tentou ligar várias vezes, seguida de Ana, então desliguei o celular e segui viagem, momentos como este é melhor ficar distante de tudo.

Cheguei sendo recebida pela vizinha dona Estela, uma senhora super simpática que adorava trazer bolo para mim.

– Heloisa minha querida, pensei que tivesse voltado para casa. – Tirei o óculos escuro aproximando da senhora que vinha a meu encontro.

– Cansei da correria da cidade, mas pretendo volta logo desta vez. – Abracei-a sorrindo gentilmente.

Ela sabia muito bem o motivo de eu estar ali, no entanto se conteve em sorrir e me oferecer um pão caseiro que ela sempre fazia.

Passei a tarde limpando a casa e ouvindo música, aquela calma era o que eu precisava no momento,  fica distante de tudo , sabia que Carol não me perdoaria desta vez, eu sempre fugia quando tinha problemas, e ela sempre dizia que era minha amiga e que eu podia contar com ela, mas mesmo assim preferia ficar só...
A campainha tocou, prendi o cabelo em um coque e deixei o livro que lia para atender,  devia ser Estela com mais alguma comida que acabará de coque.
No entanto levei um enorme susto ao me depara com a ilustre presença a minha frente.

– O que você está fazendo aqui Manuela?

A fotografa arqueou a sobrancelha como quem diz “ você sabe sua trouxa”.

– A Carol está surtando lá na  produtora,  não pode vim atrás de você,  então ela me chantageou com entrada VIP em uma balada que quero ir, e aqui estou eu!

Ela falou com uma naturalidade como se fosse  a coisa  mais óbvia de mundo, quase me fez rir. Manu colocou a mão no quadril encarando-me sorridente.

– Não vai me convidar para entrar?  – Ela Entrou antes que eu pudesse responder.

Seu olhar percorreu a casa de cima a baixo,  continuei parada observando sua ousadia. Ainda estava irritada com a noite da festa, mas tentava fingir já que aquilo estava beirando ao ridículo da minha parte.

– Eu queria ficar sozinha Manu,  por favor descansa um pouco e vai embora.

Os grandes olhos negros lançaram um olhar travesso, ela não iria embora dali tão cedo. Bufei passando por ela seguindo até a cozinha, não estava afim de papo pois sabia que seria grossa com ela.

– Então é alguma data especial para você vim para esse lugar paradisíaco ? – Ela questionou tentando fazer com que eu falasse.

Sentei no sofá imaginando alguma forma de mandar ela embora sem ser grossa.

– Manuela eu sei que você só quer ajudar no entanto... – Ela se levantou indo até a cozinha e servindo um pedaço de pão.

– Está uma delícia,  você que fez? – Manu voltou a se sentar, tirando o celular do bolso para tirar uma foto do pão caseiro.

– Manuela escuta , você precisa ir ! – Gritei estressada com sua falta de noção.

A morena deu um pulo no sofá , olhando-me sem entender o porquê de falar daquela forma.

– Eu iria, mas são 5 da tarde e estou muito cansada para pegar estrada agora, você vai fazer com que eu vá embora assim?  – Ela fez biquinho e uma carinha triste.

Suspirei pensando no que fazer. Por fim encontrei-me de mãos atadas.

– Certo  você venceu , mas amanhã cedo você vai embora. 

A morena assentiu confirmando, entretanto ela não estava com cara de quem ia cumprir a promessa.
Mostrei o quarto em que Manu ia ficar, levando sua mochila para o recinto, entreguei uma toalha limpa e me retirei deixando-a sozinha.
Como Carol pode mandar logo Manuela para vim aqui, e por a morena se deixaria ser comprada assim tão fácil ?
Sentei-me na varanda, acendendo um cigarro e abrindo o livro de onde havia parado. Manu entrou,  mexendo no celular com cara de frustrada. Suspirei, eu não teria paz não é mesmo?

Uma preciosa história de amor Onde histórias criam vida. Descubra agora