minha familia me faz bem

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Antes que eu falasse qualquer coisa ela deu um breve abraço no meu pescoço.
Me soltou e pegou uma maleta de primeiros-socorros sentando-se ao meu lado.

Limpou os cortes e enfaixou minha mão.

- o que seria de mim se não fosse você na minha vida Lisa? - disse cabisbaixo.

Ela percebe meu olhar mais avante dos seus e olha pra trás vendo o "bendito" jornal.

- se sabe que não fez nada, então por que isso ainda te quebra o coração?

- não sei. Quando lembro disso automaticamente me vêm as memórias que estão marcadas com ferro quente na minha mente e que eu tanto quero esquecer.

- se não lesse esse lixo não teria essas más recordações. Anda, vem.

- aonde?

- passar um tempo com sua filha Michael Joseph. Ela está nos esperando. - fala como se estranhasse minha pergunta e eu dou risada.

- tudo bem Lisa Marie, já vou descer. - digo dando um beijo em sua testa.

Pego uma vassoura que não sei o motivo de estar no quarto e varro todos os cacos e os comprimidos, que agora com certeza, nunca mais vou voltar a tomar um na vida.

Terminei de jogar tudo no lixo e desci. Mas antes, tirei a faixa de minha mão e coloquei uma luva. Definitivamente uma luva chama muito menos atenção do que uma faixa pra cobrir uma ferida. Ou no caso, várias feridas.

- olá meninas.

- Mike, você está se sentindo bem?

- sim, claro. Por que não estaria?

- está um calor do caramba e você de luva. - ela disse e Lisa olhou pra mim tipo "se ferrou".

- quantas vezes já coloquei um chapéu enquanto estava frio Paris?

- é, aí eu já não tenho mais resposta. Vamos logo.

- pra onde primeiro?

- no parque, óbvio.

Fomos praticamente correndo e Lisa logo atrás. Paris parou em frente ao zipper e eu acompanhei seu ritmo.

- e aí Mike, quem fica mais tempo no zipper sem vomitar?

- olha com quem fala Paris. Eu sou o recordista mundial desse brinquedo.

- ah é? Quanto tempo?

- 35 minutos direto. - disse em tom confiante com os braços cruzados.

- okay. Recordes foram feitos para serem quebrados.

- está me desafiando?

- agora você está começando a me entender. Aceita o desafio? - diz estendendo sua mão.

- claro. - apertamos as mãos.

Pedimos ao funcionario que ligasse o brinquedo e lá vamos nós.

17 minutos depois Paris se sentiu enjoada e tivemos que parar o desafio. Descemos e lá se foi ela vomitar num balde de lixo.

- Paris, você está bem? - perguntei segurando seus cabelos para que não se sujassem.

- aonde você estava com a cabeça Michael? - Lisa me perguntou eu diria até que enfurecida.

- eu tô bem Lisa. Michael?

- sim?

- você venceu. O recorde ainda é seu. Mas eu ainda vou querer revanche.

- quando quiser.

- nunca Michael. Ela vai pra casa agora. Descansar dessa brincadeira boba.

- eu estou bem Lisa, sério. Hey Mike, vamos no carrosel?

- vamos. Apostando corrida. 1, 2, 3  e já.

Disse rapidamente e corri na frente como ser humano justo que sou deixando Paris pra trás.

Andamos no carrosel e depois ficamos em pé perto da piscina.

- Paris, sabia que eu soltei um gorila?

- Michael, você tá louco? Gorilas são animais violentos.

- não são não. Olha lá. - apontei um lugar com o dedo.

- onde?

- aqui. - a puxei pelos braços e a joguei na piscina.

Pai vingativo? Quem sabe.

- Michael, você tá ferrado.

- ah na, na, na, na, na. Lisa... - disse sorrindo pra ela.

- ah não Michael. Você nem vem.

- ah sim. - joguei Lisa na piscina e comecei a gargalhar.

As duas sairam da piscina e correram atrás de mim. Óbvio que dessa vez tomei cuidado pra não escorregar de novo.

- aha, te peguei.- Paris segurou meu braço.

- não mesmo. - me arrastei até um dos postes de luz e me segurei nele pra não deixar Paris me puxar.

- agora você tá frito Michael Joseph. - Lisa vem e puxa meu outro braço.

- OW, ME SOLTEM.

Elas me jogaram na piscina sem dó nem piedade.

- AH, QUE RAIO... - disse tirando minha luva.
Eu tinha esquecido que tinha cloro na piscina.

- o que foi Michael? Sai daí.

Saí da piscina e me sentei a beira dela apertando meu pulso.

- Michael, que aconteceu com a sua mão?

- eu... arranhei nos espinhos do jardim.

- isso não são arranhões. São cortes. O que você fez?

Olhei pra Lisa tipo "me ajuda aqui!".

- Michael por que você tirou a faixa? - tá. Nisso ela não me ajudou muito.

- podem responder minha pergunta de uma vez?

- depois Paris. Vou fazer um novo curativo nesse teimoso.

- okay.

- daí você pensa numa desculpa melhor.- Lisa sussurrou no meu ouvido.

- Lisa, são só cortes, não uma hemorragia.

- shhh, estou te poupando de dizer algo desagradavél pra sua filha.

Ela fez outro curativo e voltamos ao lado de Paris que para meu alívio, não puxou mais esse assunto.

Ficamos lá mais um pouco, depois voltamos á casa principal, tomamos banho, jantamos e fomos dormir.

Continua ...

Blood On The Dance FloorOnde histórias criam vida. Descubra agora