familia - parte 1

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*um dia depois*

Estava sentado no sofá lendo um livro qualquer quando o telefone toca e eu atendo.

Sim, eu tinha desistido da idéia de dormir dois dias.

- alô?

- alô Michael?

- ele mesmo. Quem fala?

- sou eu Mike, Randy.

- Randy, maninho! Que bom ouvir sua voz.

- também é bom ouvir a sua. Mas eu tenho que falar com você.

- pois diga.

- não se esqueceu do dia do Joe Jackson, não é?

- claro que não esqueci. Esse ano será em Neverland. Mas qual é o problema?

- bem, Janet me disse que você já tem uma filha.

- bom, eu esperava que toda a familia soubesse disso, já que eu tornei meu casamento publico, nada mais natural de eu ter uma filha. Mas então, o que há?

- queria apenas confirmar com você isso. Quero conhecê-la nesse dia.

- tudo bem. Mas como já disse, o resto da familia não sabe disso, então por favor, não diga nada a eles. - disse.

- por que?

- ãh... eu... quero eu mesmo contar a eles, mas não agora.

- tudo bem. Thau.

-thau.

Se você não está entendendo grosélias do que está acontecendo, dia do Joe Jackson é um dia que criamos para nosso pai, assim como criamos para todos os membros da familia.

Desde que eu nasci, fui induzido a nunca comemorar o natal, aniversários, páscoa, ou qualquer data festiva. Por sermos Testemunhas de Jeová. Por esse motivo, criamos um dia para cada um.

Eu, antes de Bad, pregava de porta em porta com meus irmãos em nome da igreja. Mas, sendo sincero, é impossivel ser artista e Testemunha de Jeová ao mesmo tempo.

Nos meus trabalhos, por exemplo, Thriller, fui muito criticado pelo curta que fiz. Ele estava pronto para ser lançado e fui incentivado a destruí-lo. John Landis, um amigo meu e diretor de cinema, ao qual chamei para dirigir o trabalho não só nessa, mas em muitas das gravações, colocou no inicio do video a mensagem que aparece no começo,

"De acordo com minhas fortes convicções pessoais, afirmo que esse video não tem intenção de fazer alusão ao ocultismo.

Michael Jackson."

Isso me pareceu bem e lançamos o curta juntamente com o single. E é por isso que não sou mais Testemunha de Jeová.

Eu estou estranhando essa ligação de Randy, seu jeito de falar me deixou muito desconfiado, mas eu deixei pra lá.

Estava muito entediado nesse dia. Eu ainda estava no pick de turnês e estava meio que sem nada pra fazer.

Fui até o quarto de Paris chamá-la para uma guerra de balões d'água.
Bati na porta e ninguém atendeu. Abri a porta e Paris não estava lá.

A procurei pela casa toda e Lisa também não tinha a visto desde o café da manhã, que foi a última vez que a vi também.

Peguei um cavalo e saí a procurá-la pelo rancho.
Fui em todos os lugares possiveis e impossiveis e não a encontrei. Então levei o cavalo de volta ao celeiro.

Cheguei em casa já muito preocupado e liguei para ela, que rapidamente me atendeu.

- alô?

- Paris, aonde você está?
Eu e Lisa estamos muito preocupados com você.

Blood On The Dance FloorOnde histórias criam vida. Descubra agora