Para todos os nossos sempres

Ruivo

Naquela noite fresca de gratidão
Ele roubou meu coração,
meu suspiro,
minha respiração.
Por dias, fiquei em demasias
Pensando nele e sobre ele.
E se me perguntarem o porquê
Não saberei responder
Qual o motivo de eu pensar tanto em você?
De repente, você apareceu
Mas infelizmente,
Meu reflexo nos teus olhos nunca aconteceu
a não ser, pela luminosa representação em pixels de mim
Mas enfim,
Para a verdade falar
Parece que minha alma vive visitando seu lar.
Doideira minha? Loucura, talvez?
Não sei explicar.
Meu carma simpatizou tanto com o seu.
Como lidar?
Deixemos as coisas racionais para lá
E vamos focar no sentido que a gente entenda.
Quem já viveu essa experiência
Compartilha comigo da mesma tenda
Como pode isso acontecer?
Pensar em alguém e logo sentir
O coração zunir em disparadas batidas?
E pressentir coisas loucas e subentendidas?
Ah, como nossos olhos precisam se encontrar
Como as nossas bocas precisam se conversar
Em uma linguagem que talvez nos surpreenda
Nossas mãos hão de se tocar, claro, assim que você fizer o mesmo
E perceber
Que o simplório poeta
Escreve pra ti
Não sei você, mas essa sensação é cativante
Estou tão surpreso!
Isso nunca me aconteceu antes.
Quando me dei conta, um poema havia escrito
E no silêncio de minh'alma poderia ter guardado
E ter continuado te admirando em segredo, não podia?
Claro que podia,
Mas enviei os versos no mesmo dia.
Envergonhei-me solícito
Devido a minha grande ousadia
Agora tu sabes que admiro você
E por quê?
Eu já disse lá em cima...
Eu ainda estou a entender
E para isso
Eu preciso muito te conhecer
No real e no oficial
Nas linhas e nas entrelinhas
No preto e no branco
E em todas as formas, por tanto
Você me deixou tão curioso
Que gostaria de decifrar-te
Preciso sacar se esses fios são mesmo de ouro
Ou se meus olhos insistiriam em enxergar o fogo
Mas de todo jeito
Quero saber
Quem é você?
E nos detalhes quero me aprofundar
Vamos nos convidar
Para tomar algo
Quem sabe uma chuva de abraços
Vamos trasbordar companhia,
Quem sabe derramar saudade
Sem pressa, sem correria
Vamos seguir na calmaria
Quero te ler devagar
Para saborear cada palavra tua
E não as deixar se fragmentar pra lá
E do lá para o ar ou qualquer outro lugar
Entende?
Enfim, hora de parar
Isso aqui era para ser uma frase
Olha só onde isso foi dar
Um poema
Que com certeza
Serei ousado para lhe entregar!