Eu Não Posso Te Perder

1.8K 150 63
                                    

POV Lauren Jauregui

Restaurante Lovato, Madagascar, 8:46 da noite.

Assim que Camila voltou sem o disfarce ridículo que ela usava anteriormente, decidi que era hora de saber o raio estava acontecendo.

Se ela tinha algum fetiche de usar perucas isso não era problema meu, mas fazer toda aquela cena na frente de uma conhecida minha, isso eu não poderia permitir.

" – Peço desculpas pelo incidente." Falei suspirando, me levantando da mesa.

" – Está tudo bem Laur. Eu errei em chamar você para jantar, não sabia que estava com alguns problemas, apenas fiquei feliz por encontrar você por aqui e não pensei duas vezes." Marlim acenou gentilmente, me permitindo ir. " – Um dia você vai ter que aprender a dizer não para as pessoas." Ela se referiu ao fato de eu aceitar sair com ela sem pestanejar.

" – Um dia." Cerrei os dentes. Isso não era para estar acontecendo.

" – Vá. Ela precisa de você." Marlim apontou para onde Camila havia corrido.

" – Irei garantir que chegue em casa com cuidado. Me ligue se souber de mais alguma coisa." Pedi, colocando notas de cinquenta em cima da mesa para pagar o almoço e o taxi da volta dela.

" – Sempre tão gentil. Seu pai é realmente digno de ter orgulho."

Foi a última coisa que ouvi dela antes de partir, indo ao encontro de Camila. Não fazia nem ideia de onde ela poderia ter ido, mas algo me dizia para apenas caminhar.

Marlim é a médica do meu pai, ela ficou de licença os meses passados por conta de problemas com os pais dela e acabou tendo que se mudar para Madagascar, o lugar onde eles moram.

Encontrar ela passeando por perto do Resort foi pura coincidência. Aceitar o convite de jantar com ela então foi bastante espontâneo, graças a Demetria que havia me dado reservas para o seu restaurante com direito de acompanhante.

Mas saber que Camila não podia sequer me perguntar quem era antes de agir com a mesma de forma tão mal-educada, isso me machucava.

Como uma menina teimosa e birrenta. Por essas coisas que evitei ter filhos até agora. Não vai ser hoje que aguentaria tais atitudes.

E caminhando até onde imaginei que Camila poderia ter ido, fiquei na mente como chamaria a atenção dela. Mas ao mesmo me sentia estranha por estar agindo como uma mãe...

" – Não, Lauren." Falei comigo mesma. " – Você não é mãe de ninguém, você mal consegue cuidar da Verônica, imagina ter uma filha, imagina estar..." Engulo a seco.

Apaixonada por sua filha...

Fechei meus olhos suspirando pela dor que era escutar a mais pura verdade. Infelizmente isso era um dos meus piores pesadelos desde que cheguei nessa ilha.

Mas alguma porcentagem da minha mente dizia que isso não poderia ser verdade, não teria como ser. Nunca pensei que cruzar com aquela garçonete atrapalhada seria meu fim.

Voltei dos meus pensamentos com uma voz familiar e muito linda cantando. Procurei de onde o som vinha, encontrando uma sombra na beirada de uma curta ponte onde se passava alguns carros do lado de baixo.

Franzi meu cenho tentando entender quem poderia ser e porque eu me sentia tão bem ouvindo essa mulher. E ao analisar bem, eu descobri.

Era Camila... Ela cantava lindamente com o corpo escorado na ponte de madeira, olhando os carros velozes em sua frente. Nada parecia abalar aquela garota e eu era uma das poucas pessoas que sabia disso.

Minha Irresistível Mãe - Lia JonesOnde histórias criam vida. Descubra agora