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Acordo no outro dia, que por conspiração do universo é domingo, com uma enorme dor de cabeça. Ótimo, acho que exagerei nas doses.
A porta se abre e pra melhorar o dia Bárbara chega gritando.

— Papai, papai, tio Carlos tá lá embaixo.

— Bom dia amor, fala pro titio que eu já desço.

Após tomar um banho vou até lá.

— Bom dia! — Falo pra todos que estão na sala.

— Bom dia senhor! — Responde Luísa.

— Bom dia Pitter! Que cara é essa irmão? — Diz Carlos. Finjo que não escuto e falo:

— Que milagre você aqui...

— Sarah pediu pra buscar a Bárbara, é que vai ter festa na piscina e as meninas estão loucas pra ela ir.

Carlos é irmão da Melissa, tem duas filhas.

— Deixa papai, tou com saudade da Bia e da Júlia. — Diz já fazendo a carinha do gato de botas.

— Hum... Ok, ok... — Digo, já imaginando o meu dia, que por opção será jogado na cama.

Ela vem correndo até mim e se joga no meu colo.

— Luísa arruma uma mochila pra ela?

— Ebaaa... — Sai pulando rumo ao seu quarto.

— E quando você pensa em trazer minha pequena de volta? — Pergunto.

— Acho que a noite, Sarah vai levar as crianças no parque também.

Bom... Assim tenho tempo de checar umas paradas em relação ao trabalho especial.

Depois que Bárbara perdeu a mãe, tento fazer de tudo pra ficar com ela e realizar seus desejos, ela foi a que mais sentiu a falta, já que a Melissa era quem passava 24 horas do seu lado.
Tentar fazer ela compreender que a mãe já não ia mais fazer parte da nossa vida, foi a pior das explicações que eu já dei a alguém, uma por ter que falar o porquê e a outra é tentar convencê-la de algo que nem eu tinha me convencido.

— Tchau meu amor, não esqueça do papai. — Digo lhe dando um abraço.

— Tchau papai, eu volto logo pra gente tomar sorvete.

Depois que a Bárbara sai com a Luísa e com o Carlos decido preparar alguma coisa pra comer, já que eu fiquei sozinho em casa.
Logo em seguida vou pra minha ala da casa particular, onde nem Bárbara entra.

***

Já era noite quando escuto.

— Papai, cheguei.

Desço e vejo Bárbara entrando com Luísa.

— Oi amor. — Pegando-a no colo.
— Como foi lá?

— Foi muito bom papai, a agente foi no parque e depois na pizzaria...

Fala me fazendo pensar em pizzaria. O maldito dia em que fui na pizzaria.

— Que bom amor. Luísa leva ela pra banhar que eu vou sair.

— Ta bom senhor.

Vou até o escritório ver algumas papeladas de um contrato que ainda tenho pra assinar e logo vou até um barzinho que fica na esquina.

— Vodka com gelo. — Digo à uma moça que está atrás do balcão.

Olhando pelo vidro da janela vejo do outro lado da rua a garota da noite anterior passando.
E ainda está com a minha jaqueta.
Resolvo segui-la já que ela disse que não tem pais, bate a curiosidade de saber onde ela mora.

No Passo Da NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora