Eu Queria Que Fosse Você

capítulo 17

Eu costumava ser uma boa pessoa, mas quando as pessoas abusavam da minha bondade eu virava um monstro. Eu sempre pedia para que as pessoas não me fizessem mostrar meu lado mau.

Porque era feio, obscuro, muito mau.

Não era a Larissa Bagorro que predominava em situações como essas.

E acima de tudo, a Larissa que algum dia foi dócil, nunca mais seria a mesma.

Derek provocou esse meu lado e teve suas consequências.

Joguei o celular de Derek no chão e eu quase o quis pisotear, mas por sorte Cris impediu.

-Não é isso que eu estou pensando?! -Perguntei, fuzilando Derek. - Então me diga, Derek, que o que eu vi, foi um alienígena que escreveu, vá, faça o seu melhor, minta para mim, que eu a bobinha irei acreditar, minta para mim, Derek, - disse gritando e com a voz falha, minha garganta estava doendo, eu queria chorar, mas não ia. - Ou também vai me dizer que o beijo com essa rapariga é alucinação minha?! Que estou maluca?

Derek estava com a cabeça baixa, um amontoado de pessoas se formou a nossa volta, Cris tinha os seus braços em volta do meu corpo e eu me segurava horrores para não chorar.

Ele olhou a sua volta, pegou seu celular e saiu. Naquele momento eu me senti vitoriosa, como se tivesse ganho uma batalha, como se tivesse lutado por aquilo por anos.

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Nós voltamos para o local onde as bandas estavam tocando, Cris me deu uma garrafa de água e eu acalmei, fingi nada ter acontecido. E por sorte acabamos nos divertindo os três, eles não me deixaram de lado, Rúben e Cris souberam se comportar e me fazer esquecer da discussão que a pouco tive. A banda da Cris foi a última a tocar e ela acabou-se de tanto cantar. Foi muito engraçado.

Você me mandou uma mensagem de feliz ano novo as seis da manhã, e aquela mensagem, iluminou o meu dia. Era como se você estivesse ali, bem na minha frente, eu consegui ver seus lábios vermelhos macios e bem molhados, imaginei você me provocando como ninguém, flashes do dia que você me empurrou para a sala de limpezas, voltaram, em um instante eu senti seu cheiro gritando sobre meu corpo, um sorriso bobo brincou nos meus lábios.

Foi aí que eu soube, eu sempre te amei.

Não existia explicação, o seu seu, acabava com o meu eu. Eu me incomodava, Miller, muito, eu odiava te amar, mas ao mesmo tempo era algo bom, um sentimento esquisito, pairava sobre o meu peito

E você sabe, que eu nunca gostei de admitir as verdades relacionadas a mim.

Mas você, Rafael Jaylenn Miller, foi o primeiro rapaz, a gerar esse sentimento de nome amor em mim, você criou as malditas borboletas clichês em mim, e o meu gelo foi se derretendo.

Mas olha que irónico, a mesma pessoa que foi capaz de tirar o meu coração do gelo, foi a mesma que me deu motivos para voltar lá. E olha, eu não te julgo, você foi a minha dor mais deliciosa, e a minha felicidade mais amarga. Porque você Miller...

Me ensinou os dois lados da vida.

Me ensinou que a vida é não é um mar de rosas.

E acima de tudo, ensinou a nunca desistir. E eu não preciso te dizer o quão grata eu sou.

Decidi responder a sua mensagem, você disse que estava prestes a ir descansar, eu te enviei um áudio de música electrónica que estava tocando naquele momento e te disse que estava na praia, você não acreditou, disse que não fazia o meu estilo, e nisso você tinha razão, eu não frequentava aquele tipo de ambiente. Eu perguntei como você estava e como tinha passado a virada do ano, mas não obtive resposta naquele momento, talvez você já tivesse ido descansar.