"Nós não podemos contrariar o destino, e por vezes, quem mais odeiamos, torna-se a pessoa que mais amamos e comigo não foi diferente. "
Foi só eu pestanejar para eu estar lá Miller, foi como se no momento em que pisquei, eu estivesse a sair de um mundo para outro, nesse caso, seu mundo idiota e delicioso que até há pouco tempo eu ansiava.
Mas ele não foi mau, foi bom na verdade, não era como pensava, aliás, era completamente diferente! Foi algo indescritível, não posso dizer que senti borboletas no estômago porque nem sei que sentimento é esse mas sei que me entreguei, é como se eu estivesse esperando por aquilo faz tempo, descobri que eu ansiava por aquilo há muito mais tempo que eu realmente imaginava.
Foi apenas um selinho molhado que mexeu com todo o meu corpo e psicólogo, eu fiquei arrepiada das pontas dos dedos do pé até ao cabelo.
Droga você era bom.
O que dificultava tudo.
Eu sei, não foi algo programado, você não fez de propósito, foi repentino.
Quando você separou nossos lábios e me encarou nos olhos ainda com sua testa colada na minha, eu não sabia que tipo de sentimento possuia, eu estava confusa.
–Desculpa – Você sussurou e eu me afastei.
–Desculpa eu, eu... Enfim Miller, acho melhor você ir. –Disse, tentando encontrar as palavras certas, mas não conseguia.
–Amigos?! Sem mágoas, ressentimentos, ou algum ódio?! –Você perguntou esticando sua mão a minha.
Assenti positivamente e apertei sua mão me despedindo de você.
Eu não sei se você sabe ou não, mas analisando toda nossa história, eu reparei que nunca te tratei como amigo ou você estava muito abaixo de ser um ou muito acima, nunca na medida certa.
Fechei a porta e me rencostei nela, me odiando pelo facto de te deixar mais próximo de mim.
Você me beijou, só naquele momento me dei conta disso.
E a partir desse, vieram tantos outros.
Você sabe, quando o assunto era você, eu nunca raciocinava direito, era só eu ter a sua imagem a minha frente que pronto, acabava com tudo, quando eu digo tudo... é tudo mesmo, meu ego, meu orgulho, minhas manias, o meu eu.
Mas eu sabia que não estava apaixonada.
Na realidade eu não podia estar.
Porque eu sabia que podia me machucar, eu via muitos casos em que garotas eram machucadas e não queria ser uma delas.
Infelizmente, eu não fugi a regra. Era o destino.
********
No dia seguinte, após o nosso selinho, nós não comentamos sobre ele, na realidade, nós nunca comentávamos sobre os nossos momentos à dois. Você simplesmente não falava nada e eu também me mantinha no meu canto e isso era tudo. Eu achava estranho, porque às vezes eu queria falar, eu queria dizer que foi bom, eu queria saber se você iria sorrir ao falar sobre o assunto, ficar timido ou dar de ombros perdido em palavras, eu adorava quando você dava de ombros e se perdia com suas próprias palavras, era engraçado.
Mas também pensava se você tinha medo de tocar no assunto e eu te jogar com sete pedras na mão, ou simplesmente virar as costas e parar de falar com você. Não sei Miller, você era tão indiferente a esse assunto que até chegava a assustar, eu tentava entrar dentro de seus olhos mas não conseguia desvendar nada. Era o mesmo olhar de sempre, um olhar profundo, por vezes distante o que me fazia ficar perdida.
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Eu Queria Que Fosse Você
Novela JuvenilLarissa Bagorro, uma rapariga fechada e fria, passou seus primeiros três anos no colégio odiando Rafael por nada. Ele era colega de sala de sua melhor amiga. O rapaz charmoso e extremamente atraente entra na vida de Larissa Bagorro e a muda por com...