A Fuga

Prólogo

POV Christian

Seattle EUA, Agosto de 2016

- Christian, não adianta o que disseres, eu não vou embora.- grita a Leila- E se for vou levar a pequena peste comigo.

- Podes fazer o que quiseres mas a minha filha não sai daqui.- grito com ela- O que queres, é dinheiro? Diz qual o teu preço, vá diz. Diz que eu pago para saires daqui

- Ora, ora, o poderoso Christian Grey quer pagar pela filha?- Diz em tom de gozo a vaca da mãe de Leila, Elena.- Filha, não te esqueças que tens de arranjar o corpo, aquele monstrinho estragou-te um bocado.

- 500 Milhões e ela é tua.- diz a Leila.

- Feito. Arruma as tuas malas enquanto o meu advogado faz o documento.- digo

- Que documento?- diz a vaca da Elena

- O documento em que a sua filha abre mão da paternidade da Ella. 

- Para ela assinar o valor vai subir 250 Milhões.- diz a vaca

- Que seja. Agora vai arrumar as tuas coisas Leila. Mas o Taylor vai convosco para não levares nada que não deves.- Digo e sigo para o quarto da minha filha, mas antes ligo para o meu pai que é advogado e digo-lhe o que quero, dou-lhe meia hora. Só não lhe conto o porquê, era capaz da minha mãe cá vir e acabar com a raça das 2. Em 23 anos nunca pensei ter de passar por algo assim. Conheci a Leila no 2º ano da faculdade e passado pouco tempo ela apareceu grávida, todos me avisaram acerca dela, eu ouvi? Claro que não, resultado, lixei-me. O melhor disto foi mesmo a Ella e para protegê-la eu dou tudo. Abri a minha própria empresa com 20 anos, inaugurei-a 1 mês depois da Ella nascer e em 3 anos já é considerada uma das 3 melhores em Tecnologias e comunicação do mundo.  

A minha pequena dorme indiferente ao que se passa lá fora, sento-me na cama e vejo os vergões e as nódoas negras no seu pequeno corpo.

- Desculpe sr Grey, não consegui proteger a nossa menina daquelas 2 viboras.- diz a Gail entre soluços.

- Fez o que podia Gail, ligou-me. Não se preocupe, elas vão agora mesmo embora. Nunca mais se vão aproximar da Ella.- Acaricio os seus cabelos e ela suspira chamando-me. 

- Papá... - deito-me ao seu lado enquanto espero a chamada do meu pai, a Gail sai. Assim que ele chega a Gail vem-me chamar e diz-me qu a minha mãe também veio, eu desço enquanto ela fica junto da pequena. Passo pelo escritório e apanho o meu livro de cheques.

As 2 vacas estão sentadas na minha sala com as malas junto.

- Bem que a tua empregadinha de merda podia servir alguma coisa para bebermos.- diz a vaca mãe. Vejo o Taylor cerrar os punhos, ele é casado com a Gail.

- Vocês daqui nem mais um copo de água, agora lê e assina esse papel enquanto eu faço o cheque. - Elas lêem e a Leila assina, eu dou-lhe o cheque e ela levanta a mão para o meu peito, eu seguro o seu pulso.

- Sai já daqui, e não tenhas o azar de cruzar o meu caminho ou o da minha filha novamente, ou eu mato-te.- digo-lhe. Ela olha para mim, puxa o pulso e vai com as malas e a mãe para o elevador.

- Adeusinho, cherry. o elevador começa a fechar.- Será que ela é mesmo tua?- diz e ri enquanto o elevador acaba de fechar.

- O que acabou de acontecer aqui?- pergunta a minha mãe, eu conto-lhe tudo o que aconteceu e ela corre a ver a neta. Ela é pediatra. 

Depois de levar a menina ao hospital e apresentar queixa a minha mãe ficou com a Ella e eu fui á minha empresa. Chamei a Ross, ela é o meu braço direito e ás vezes o esquerdo também, expliquei-lhe o que aconteceu e passei-lhe plenos poderes sobre a empresa, avisei a Gail e o Taylor para prepararem as malas deles e as minhas e da Ella, liguei ao Ed para preparar o Iate, chamei os meus irmãos e os meus pais a casa e comuniquei-lhes que ia sair no Ella's sem data de retorno, despedi-me deles e embarquei rumo ao mundo, porque nesta viagem o mundo é o limite. 

POV Anastácia

Cascais Portugal, Agosto de 2016

- Abre essa porta Anastácia ou eu juro que a rebento.- Grita o monstro do Jack do lado de fora. 

Deito-me na cama e tapo os ouvidos com uma almofada e choro, choro até esgotar as minhas lágrimas. Hoje faço 17 anos e faz depois de amanhã 1 ano que a minha mãe se fartou de levar porrada do Jack e mandou-se ao mar. Apareceu no dia seguinte a boiar na baía de cascais. 

- Tu hoje podes conseguir fugir, mas já falta pouco para fazeres os 18 anos e ai vais ver. - diz e para de espancar a porta.

Adormeço e o sonho que me persegue desde que a minha mãe casou repete-se, eu com 6 anos a brincar com uma menina a quem chamo Kate, nós no parque que segundo me parece será o Central park em Nova York, onde vivi até quase aos 7 anos, nessa altura a minha mãe casou com  o Jack Hyde e então mudámo-nos para aqui, Portugal. Claro que aqui sinto-me em casa e amo Portugal.

 De repente o sonho muda, vejo a minha mãe ao longe e corro para ela, apesar das surras que ela levava sempre me protegeu do Jack. Ela chega perto de mim a segura as minhas mãos.

- Filha, desculpa te ter deixado, eu sei o que tens sofrido, sei que tem sido duro mas aguenta só mais um pouco, a data que ele tanto quer será o dia da tua liberdade, nunca te esqueças disso. Está um medalhão para ti nas tuas coisas, encontra-o e esconde-o na boneca, no dia da tua liberdade usa-o não o tires mais, e não te esqueças de abrir a boneca nesse dia, faz o que te peço. Não te esqueças que eu te amo, sê forte filha.- diz e vai embora, eu fico ali mais um pouco até que acordo.

 Viro-me e levanto-me, começo a procurar e finalmente encontro, é um coração de ouro, tipo relicário com uma pequena fechadura e não abre. Onde estará a chave? Tiro a minha boneca de porcelana  de dentro do esconderijo e guardo-o no bolso do vestido da boneca. Esta boneca encontrei-a no dia da morte da minha mãe, ela deixou-me um bilhete a dizer onde ela estava e para eu a esconder bem para o Jack não a encontrar e que no dia dos meus 18 anos lhe tirasse a perna esquerda e ai saberia de tudo. Ela estava numa caixa escondida debaixo de uma tábua no chão do meu quarto. 

Volto a deitar-me e adormeço enquanto rezo para que este inferno acabe rápido.