C a p í t u l o │D o i s

718 113 27
                                    

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

O dia não havia começado muito bem. Perdi a hora e quase fiz minha vó perder o voo. Ela visitaria minha mãe e meu irmão mais velho em Uberlândia. Me vesti correndo e chamei um táxi para nos levar. Porque nem em sonho minha vó subiria na minha garupa.

No aeroporto ouvi milhares de recomendações. Mesmo tendo vinte e cinco anos, minha vó achava que eu era uma criança de cinco.

— Não se esqueça de tirar o ferro da tomada. Você sempre esquece — Repetia pela terceira vez.

— Vó a senhora só vai ficar quinze dias por lá, acho que consigo sobreviver — Beijo sua testa e ela sorri. Aquele sorriso que eu amava mais que tudo.

— Eu amo você, meu neto. Cuidado com aquela moto — Agora foi sua vez de beijar minha testa.

— Sabe que sempre tenho, vó — Sorrimos um para o outro e ouvimos a chamada do seu voo.

Ela fez o sinal da cruz em mim, me deu sua benção e se foi.

Eu sabia que ela sentia falta da mamãe e do Miguel, mas ela não conseguia me largar aqui sozinho. Se não fosse por mim, tenho certeza que ela já estaria morando em Minas a muito tempo.

Como não daria tempo de ir para a academia, fui direto para casa. Tomei um banho e comecei a me arrumar para mais um dia de trabalho. Esquentei a comida que minha vó tinha deixado na geladeira e peguei meu celular para ver se tinha alguma mensagem importante. Havia uma de um número desconhecido.

Era da Rebeca, me dizendo que eu tinha uma entrevista marcada para o dia seguinte. Ás 10h00.

Essa garota era demais mesmo. Ela havia falado esses dias. Como conseguiu isso em tão pouco tempo? E sorrindo, peguei a moto e fui trabalhar. Afinal, era só uma entrevista. Eu ainda era funcionário da cafeteria.

Eu estava no caixa, anotando o que deveria encomendar, quando Isabel chegou perto de mim.

— Ainda não acredito que você conhece a Beks — Suspirou — Ela é tão linda e tão simpática.

— Ela é uma pessoa comum, Bel. Como você e eu — Ri do seu fascínio.

— Não é não. Ela é uma estrela — Sorriu de orelha a orelha.

— Todos somos estrelas, basta saber aonde você brilha mais — Pisco e ela assente.

— Você merece algo melhor, Manoel. Seu lugar não é aqui. Você pode ser grande, sabe disso, não é? — Sorri para ela, em agradecimento.

— Ainda não é minha hora, mas no momento certo, eu terei minha chance — Antes que ela possa responder, um cliente entra na loja e ela vai atender.

Passo o dia fazendo pedidos. Atendendo alguns clientes e rendendo as meninas nos seus intervalos.

— Aquela morena que está na mesa cinco, pediu para que eu entregasse isso a você — Isabel me entrega um papel, com um sorriso conspiratório.

Todo Seu - EM PAUSAOnde histórias criam vida. Descubra agora