Samantha
Fria, implacável e absurdamente bonita. A bela morena de olhos azuis, não costuma deixar nada entrar em seu caminho. Vê em Manoel um funcionário em potencial. Um cara de ideias autenticas que sempre vai contra suas ordens. A deixando comple...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Empregado. O que parecia distante, agora se tornava real. Voltei para casa, louco para contar novidade para minha família.
Me sentei no sofá e peguei meu notebook na mesa de centro. Sorri ao ver que meu irmão estava online no Skype. Cliquei no botão chamada de vídeo. Fazia um tempo que a gente não se falava.
Após chamar três vezes, a chamada foi atendida, mas ao invés do meu irmão, quem apareceu na tela foi Sophia. Comprimi os lábios com desgosto.
— Sophia. — Ela deu um pequeno sorriso.
— Quanto tempo, Levi. — Diz com um pouco de hesitação. Era sempre assim.
— Verdade... como estão as coisas por aí? Minha mãe está? — Pergunto para fugir de uma conversa tensa.
— Seu irmão acabou de sair, foi levar sua mãe e sua vó ao bazar da igreja. — Ela explica bem devagar, como se tivesse com medo de que a conversa acabasse logo.
— Então eu ligo mais tarde, até...
— Até quando, Levi? Até quando vai me culpar? Já não fez seu irmão sofrer o bastante? Ele tem levado o mercado sozinho, quando era sua obrigação estar ao lado dele! — Sophia despejava sua frustração sem me dar tempo para falar.
Respiro fundo e passo as mãos no rosto.
— Olha... Sophia... eu não quero falar sobre isso! Já deixei bem claro que não pretendo voltar. Minha vida agora é aqui. Eu não tenho obrigação nenhuma com o negócio da família — Sou um tanto ríspido nessa hora — Se o Miguel não está conseguindo lidar, que ele venda. Eu abro mão da minha parte para que ele possa montar algo novo, mas, por favor, para de me encher com esse assunto. Eu não te culpo de nada. Você fez sua escolha e eu fiz a minha. Escolhi deixar Uberlândia e não vou voltar atrás — Ela secava as lágrimas com as mãos. Os olhos tão azuis, nublados pelo choro.
— Eu só queria que as coisas voltassem a ser como eram antes — É, eu também.
— Nada será como antes. Entenda isso... não quero que fique triste.
— Não consigo evitar, porque sei que a culpa é minha. Você se afastou da sua família por mim — Sim, me afastei.
— Eu não me afastei da minha família. Eles sempre estarão presente em tudo que eu faço. Acabei de ser contratado em uma empresa muito boa e quis logo compartilhar a notícia com vocês.
— Sério? Finalmente conseguiu? — Pergunta um pouco mais animada.
— Sim, consegui... — Pego o celular disfarçando — Olha, vou precisar atender uma ligação, mais tarde eu retorno. — Sem dar tempo para ela protestar eu desliguei.
Eu podia sentir os nós de tensão nas minhas costas. Encostei no sofá fechando os olhos. Lembranças que eu reprimia a todo custo, vieram com força total.
