11° Capítulo

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Sall

Raquel estava na minha cama, em meu corpo, em todo lugar. Era quase insuportável ficar ali parado sabendo que ela tinha ido e não estava comigo. Sair da cama, deixando o quarto, eu não conseguia ficar ali lembrando dela e não poder tocá-la.

- Inferno!

Rosnei. Se eu fosse uma pessoa normal talvez ela ainda estivesse comigo. Mas não, eu tinha que ser um problemático, com uma vida estranha. Desci as escadas, indo em direção a porta, precisava de ar fresco.

Pensar na Raquel nua, gemendo, se entregando para mim era demais para um espaço fechado. Meu corpo reagia com violência as imagens ainda tão nítidas na minha mente. Aquele foi o melhor dia de toda a existência que vivi, eu só queria que não fosse o último.

Como conseguiria viver se ela sumice? Não poderia, não mais. Estava viciado nela, e após compartilhar aquele nível de prazer com Raquel, sabia que não haveria outra fêmea para mim.

Eu tinha que lutar para lhe mostrar que podia ser um bom macho, alguém a qual poderia cuidar dela, protegê-la, dar carinho. Comecei a correr sentindo a determinação tomar conta de mim.

Daria cada segundo da minha vida para ser o que ela precisasse, não importa o que custasse, Raquel seria minha se quisesse, mudaria meu mundo para estar ao seu lado. Deixaria que soubesse disso, mostraria meu melhor, provando que podia ser um companheiro. Eu queria que ela fosse minha companheira.



¶•¶

Raquel

Eu nunca tinha reparado que haviam desenhos de assas de anjo em meu teto. Lembrei novamente dele, Sall, me chamando justamente de "anjo".
Sorri passando as mãos pelo meu rosto. Foi uma noite agitada, sonhei com ele, e a primeira coisa que pensei ao acordar foi ele.

- Ah Cristo, o que irei fazer comigo mesma?

Perguntei sem obter resposta ou talvez eu já tivesse. Eu me envolvi com um NE e não me arrependia disso, independente da sua natureza e animal, o que havia em seu coração o elevava a um nível de que todo resto era irrelevante. Sall era tão especial, ao contrário de mim.

Me virei na cama. Internamente eu podia saber que queria ele, mas os problemas estavam ao redor. A "família" que o adotou provavelmente iria me chutar o mais longe possível dele quando soubessem, facilmente iriam me chamar de golpista aproveitadora, pensando que queria machucar Sall. Porém não era isso. Eu realmente estava completamente, incondicionalmente, deslumbrada por ele.

- Senhora?

Ouvir a voz e logo uma batida na porta de Alfred. Suspirei.

- Pode entrar!

Ele o fez logo em seguida com seu famoso olhar preocupado.

- Senhora, bom dia, sente-se bem?

Me sentei na cama franzindo as sobrancelhas.

- Sim, porque a pergunta?

O homem encolheu os ombros como se estivesse sem jeito.

- A senhora chegou tarde ontem, de cabelos molhados e hoje não levantou em seu horário normal, achei que talvez pudesse estar se sentindo mal. Um resfriado talvez.

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