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Eu e Você

capítulo nove

eu e você

Eu fiz sexo com Sehun, um garoto dois anos mais novo e que, não bastasse isso, ainda era membro da minha família. E fiz mais de uma vez.

Porque parecia certo estarmos juntos independente dos fatos, e se parecia certo, então provavelmente era.

Nós passamos a dormir juntos no quarto dos pais dele, onde havia uma cama espaçosa e lençóis macios. Eu adormecia com Sehun deitado em meu peito, mas nós sempre acordávamos enroscados um no outro, as pernas entrelaçadas e os braços passando em volta do corpo alheio.

Ele era macio e quente, e quando acordava antes de mim, o que não era raro, ficava acariciando meus cabelos até que eu acordasse também, para depois me beijar e se enroscar no meu peito de novo com um sorriso brotando nos lábios.

Eu havia deixado de me importar com o que aconteceria depois, porque era bem mais interessante para mim apreciar aqueles momentos de casal que nós tínhamos. Sehun havia se tornado meu namorado não-assumido, e eu não sabia como poderíamos levar aquilo mais adiante do que já havia ido, mas tudo bem, porque eu não estava preocupado.

Havia finalmente me permitido relaxar e apenas aproveitar o sentimento que compartilhávamos, deixando as coisas acontecerem naturalmente e só me preocupando com me livrar dos preservativos depois de trepar com ele.

A nossa relação se tornou o que um namoro mais sério poderia ser.

E tá, eu errei sim.

Mas já não ligo mais.

+

Sehun havia ficado doente.

Mas dessa vez não era só uma gripe. Ele havia pego algum tipo de virose, e apesar de eu ter tentado cuidar dele em casa nos primeiros dias, nós dois chegamos à conclusão de que era melhor levá-lo no hospital, e então eu liguei para Chanyeol e ele veio. Me disse para arrumar uma mochila com as coisas do meu primo e fez questão de levá-lo no colo até o carro.

Sehun não estava tão mal assim, mas Chanyeol não fez muitas perguntas. E eu menos que isso.

Fui no carro com eles, sentado no banco de trás com a cabeça de Sehun apoiada em meu colo e a mochila com seus documentos e algumas roupas apoiada no chão entre os meus pés. Meus dedos acariciavam os cabelos dele, afastando-os da sua testa, e ele me observava com uma expressão sonolenta e bonitinha, apesar de estar mais pálido e parecer bastante cansado.

Minha mão livre descansava sobre seu peito, por dentro da camisa, sentindo a pele quente dele contra a frieza dos meus dedos. Ele estava com febre, nós havíamos medido a temperatura antes de sair de casa. Não estava muito alta, mas ainda assim era febre.

— Eu vou ligar para os pais dele. — Me lembro de ouvir Chanyeol dizer, olhando para mim através do retrovisor. — Você pegou tudo?

Assenti, imaginando que ele falava sobre as roupas e pertences de Sehun que eram essenciais. Chanyeol desviou o olhar de forma estranha, suas sobrancelhas se franzindo numa expressão mais estranha ainda, enquanto ele voltava a ficar em silêncio para prestar atenção somente na estrada.

Eu deveria ter reparado nos sinais que ele me dera, mas minha atenção estava voltada totalmente para Sehun, porque ele era bem mais importante para mim que as outras coisas. E tudo bem que eu não deveria deixá-lo de lado, mas seria bom ter me preocupado com essas outras coisas também.