Peter Parker
Steve Rogers e eu combinamos hoje, na hora do almoço, de investigar um possível local da hidra de madrugada. Aparentemente eu não durmo mais. Minha única preocupação era se daria tempo de acabar meu encontro com Suzan.
Neste momento eu estou sentado em uma mesa de restaurante japonês, na frente de uma garota que acabei de descobrir ser fã de Tim Burton, já morou no Brasil e, apesar da timidez, tem ótimas piadas.
— Bem, acho que tenho de ir embora. — ela diz.
— Claro! Quer dizer, não. — me confundo e ela sorri. — Eu te acompanho até a sua casa, se quiser.
— Não precisa. — ela se levanta da mesa e, juntos, vamos até o caixa para pagar a conta.
- Dois biscoitos da sorte, por favor. - peço.
Entrego um para ela e ela ri por ser bem cética.
- Sério? - questiona meu ato.
Abrimos ao mesmo tempo e resolvemos falar as frases que saíram. Fico surpreso ao ler a minha, talvez até um pouco pensativo. Creio que, pela sua expressão, ela está como eu.
— "A paixão aumenta em função dos obstáculos que se lhe opõem." — ela cita o que estava escrito em seu papel. Reconheço a frase por ser de Shakespeare e admiro o momento em que esta citação surgiu.
— "Nem todos podem ser ilustres; mas todos podem ser bons." — leio em voz alta o que está escrito em meu papel. — Confúcio. — digo o criador da frase. — Esse filósofo é da china. Irônico, não?
- Caramba... - não entendi se sua reação foi por ele ser chinês ou pela frase ser essa.
Andamos até a porta do restaurante e logo sentimos o vento frio, que causa calafrios e possivelmente uma gripe no futuro. Como se estivesse em sintonia com o que estou pensando, Suzan começa a espirrar.
- Maldito clima de Queens. - digo e ela concorda. - Se quiser, posso ir comprar um remédio para você.
- Não precisa. - vejo suas bochechas se avermelharem. - Minha casa é por ali. - aponta.
- Te acompanho. - falo.
Percebo seu sorriso e, no caminho inteiro até sua casa, fizemos todas as piadas sobre naves espaciais. Parece estanho e é, mas foi divertido.
- Ok, acho que chega de extraterrestres. - diz quando paramos em frente da porta de sua casa. - Inclusive, Thor pode ser considerado um alienígena, não?
- Provavelmente. - sorrimos.
- Bem... - me atento em seus gestos.- Hoje foi bem legal. Obrigada por me trazer até aqui, assim me poupou de cruzar com mini seres verdes em busca da minha alma. - dou risada.
- Também gostei de hoje. - sorrio. - Qualquer coisa, me mande mensagem e virei correndo te salvar das naves espaciais. Boa noite. - aproximo-me para beijar sua bochecha como despedida e, assustada por estar desatenta, ela vira o rosto. Começa a rir e, com a mão na boca, arregala os olhos. Nossos lábios haviam se tocado.
- Desculpa. - ela continua sorrindo.
- Está tudo bem. Agora, se me perguntarem, poderei dizer que beijei esta noite. - fico constrangido com a situação, mas tento não deixar isso tão visível para não piorar.
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Romance Surreal
Novela JuvenilO que você faria caso se apaixonasse por um herói? Sim, esses das histórias em quadrinhos e dos filmes. Mas e se você também apoiasse os vilões? Suzan Quill sente que está cada vez mais ocupada com as funções de sua família e isso acaba a privando...