Capítulo 1: Primeira Vista

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Suzan Quill

Sete.

Sete foi o número de vezes em que minha mãe me ligou só hoje.

Segundo ela, sua preocupação está entre saber se eu vou mesmo estar de acordo em contestar as vontades da SHIELD. Ela é uma boa mãe, porém seu egoísmo misturado com ambição a estraga.

Apesar de meus pais terem chegado nesse acordo de me trazer para a cidade natal para seguir as missões sozinha, o medo deles continua sendo que eu deixe de cumprir as ordens da organização que eles tanto idolatram e isso sim me dá raiva. A angústia por terem me escondido disso durante todo tempo sempre acaba voltando.

Meu maior passatempo é descontar toda esta angústia com socos, chutes ou qualquer coisa que eu possa pressionar, tais como os sacos de pancadas, que são ideais para pessoas como eu.

Os materiais de estudo estão prontos e, depois de checar algumas vezes se cada um está em seu devido lugar, vou para a faculdade. As aulas são, por sorte, no período da manhã. Isto me permite trabalhar pela tarde.

Não fico tão ansiosa para o primeiro dia, pois imagino o quão será cansativo todos os outros.

Todas as mensagens que recebi hoje dos fiéis ao Strucker, comandante principal da Hidra, giravam em torno do novo possível homem aranha, o mesmo em que vi ontem nos noticiários do avião. Hoje terei de trabalhar em descobrir sua identidade e sinto que não será tão fácil assim, porém permaneço confiante.

Pelos primeiros minutos da primeira aula, sinto o peso da matéria complicada nas costas, que me faz desejar ser jornalista ainda mais. Troco conversas com uma menina chama Sarah, que, por sua vez, fez dupla comigo na atividade sobre manchetes. Havia muitos "Peters" na minha classe, por isso não dava para fazer o óbvio e investigar se cada um é quem procuro.

Era um assunto dinâmico que estávamos estudando e avaliando, portanto sempre que acabava de responder as questões, virava para trás com o intuito de conversar com ela.

Sua obsessão era muito contraditória a mim, levando em conta a sua fissura pelo Bucky relatado nos quadrinhos e atual agente da Shield. Muitos fatos são bem parecidos aos reais, mas nem tudo que está escrito ou detalhado em filmes aconteceu de fato. Eis uma explicação que meu pai sempre deu: "acredite nas coisas que acontecem e não nos boatos que correm."

Entediada com os minutos de intervalo, Sarah me faz uma pergunta:

— Ei, sobre o tal novo homem aranha... Você acha que ele tem nossa idade? — sua curiosidade me lembra as atitudes que preciso tomar e, por conta disso, opto em continuar o assunto.

— Com certeza ele faria meu tipo. — minto. Heróis nunca estiveram e nunca estarão nos meus princípios.

— Sabe, eu fiz uma pesquisa sobre ele. — ela pega do bolso de seu casaco um pequeno caderno, parecido com uma agenda e o folheia até abrir em uma página específica. — Foi muito difícil, mas consegui acessar as coordenadas de onde o vídeo que ele aparece foi gravado e levado. O computador de onde foi publicado é de um lugar bem longe daqui. — me interesso bruscamente pelo assunto e penso o quanto será eficiente para mim.

— Então você consegue descobrir onde ele está? — sorrio e fixo meus olhos nos seus.

— Não exatamente, mas, de acordo com os outros lugares que passou, suspeito que vá para a praça central na madrugada de hoje. Sites obscuros dizem que há uma quadrilha por lá. Quem sabe até fantasmas. — ela para de me encarar e vira para sua frente. — Aliás, nunca acreditei em fantasmas. — dá de ombros.

— E acredita que vai se casar com o soldado invernal? — refiro-me ao Bucky e seu encanto por ele.

— A esperança é a última que morre, certo? — deu uma ótima resposta.

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