Vejo a perplexidade estampada nos olhos azuis dela. Um azul celeste quase translucido cercado por vermelhidão e lagrimas. Meu peito ainda queima pela sua rejeição e penso nas palavras de Amelie. É claro que ela não me cobriria de beijos, mas se afastar da forma como ela se afastou, como se eu fosse um bicho doente, foi dilacerante.
Sei que mereço as represarias. Fui um idiota, mas quero me redimir, quero ela de volta... quer dizer, ela nunca foi minha. E espero que isso possa mudar em breve.
Acho que engoli em seco algumas vezes consideradas, enquanto ela me observa com os olhos cerrados. Nunca vi Ruby olhar para uma pessoa assim. Ela é sempre doce com qualquer pessoa. E logico, que comigo ela agiria de todas as formas possíveis que desconheço.
Sinto muita falta de nossas conversas, da maneira que ela corava quando estava perto de mim. Agora ela está pálida, e seus olhos demostram uma hostilidade viril.
Tenho vontade de afrouxar a gravata borboleta, porque algo está pressionando minha garganta. Não consigo abrir a boca para responde-la, só consigo contemplar sua beleza. E sei que me silencio está arruinando tudo. Ruby se encolhe ainda mais no assento, envolvendo meu blazer em suas pernas. Quando ela desmaiou retirei o blazer rapidamente contendo sua modéstia, já que ela ama usar esses vestidos leves que com um sopro já os faz subir.
— Você não vai me responder? — Sua voz está aborrecida, mas ao mesmo tempo embargada. Ela olha para mim, seus olhos vermelhos e lacrimejantes estão diretamente em mim. E desde quando ela começou a chorar tenho vontade de puxa-la para mim e a abraçar. Não gosto de saber que a causa de seu choro sou eu.
— Sim. — Consigo dizer, e me inclino na direção dela — Ruby... não sabe o quanto senti sua falta.
Tento mais uma vez pegar sua mão e desta vez não dou chances para ela.
— Você... — ela se interrompe, e cravo meus olhos em seu rosto, ela está pálida, ainda mais que antes. Será que vai desmaiar de novo? Ela está bem? Nem perguntei sobre sua saúde, fui logo que comportando como um idiota.
— Você está bem? — pergunto, levando minha mão para seu rosto, pouco me importando com seus olhos aturdidos. Sinto sua pele, tão macia quanto me lembro, ela está gelada. Isso me faz serrar os olhos. Nem é onze horas da manhã e quando sai de casa estava fazendo um pouco de frio, então ela sai de casa com malditos vestidos de verão. Quero repreendê-la, mas lembro-me que não tenho direito, ainda não. — Você tomou café da manhã antes de vir para cá? Por Deus, Ruby, você está tão magra.
— Eu estou bem, sr. DiNozzo. — A maneira que ela fala me faz retirar minha mão de seu rosto imediatamente. Sinto quando ela respirar aliviada. Argh, será mais complicado do que pensei.
— DiNozzo? — murmuro, ainda incrédulo. Há alguns minutos ela estava me chamando de Max, agora vem com sr. DiNozzo?
— É seu sobrenome, não é? Olha, foi uma surpresa te encontrar, mas preciso realmente do emprego de babá. Entretanto percebo que o senhor continua brincando com a vida das pessoas. — Ainda estou chocado para reagir. Suas palavras invadem meu peito. Ela ainda está muito magoada, e minha atitude só complicou as coisas.
— Ruby...
— Não tem Ruby, sr. DiNozzo. E espero que o senhor não me apronte mais isso. — ela censura, retirando o blazer de suas pernas. O que? — Desculpe pelo transtorno, e dá próxima vez que nós encontrarmos será somente para que eu possa restabelecer minha conexão com Hope. Foi por isso que voltei.
Ela se levanta e ajeita sua roupa. Não desviou os olhos de seu rosto, buscando alguma incoerência. Mas a única coisa que vejo é perseverança e magoa.
Droga, Maxwell! Não estrague tudo.
Me levanto em um pulo. E agarro seu braço.
— Não espera que eu vou deixá-la ir assim, não é? — questiono, fazendo-a piscar assombrada. Não estou me importando com a inconveniência.
— Sr. DiNozzo...
— Para o inferno o DiNozzo! — Berro, perdendo a paciência.
— Você não deveria falar assim do seu sobrenome, é um...
— Ruby, eu estou realmente tentando aqui... — resmungo, abaixando o tom de voz. — Sim, eu armei tudo isso, como você mesma já sabe. E fiz isso porque sou um imbecil, pois não soube agir de forma correta nem no passado, e nem agora. Sou um idiota, Rubyann, mas estou disposto a fazer o impossível para você me perdoar. Minha vida ficou horrível sem você, e Hope... Nossa menina sente sua falta.
Tenho mais um milhão de coisas para falar para ela, mas preciso demostrar. Ela merece mais que palavras bonitas, ela merece o mundo e meu coração.
Ela abre a boca, mas coloco meu dedo indicador sobre seus lábios.
— Não fale. Olha, você não precisa aceitar, pode me rejeitar como um dia eu te rejeitei. — Falar isso tem um peso sobre meu coração — Mas por favor, deixe-me conquista-la, quero fazer diferente. Quero te cortejar, te fazer me amar. Por isso espero que você aceite. Ruby.
Solto seu braço e levo minhas mãos para seu rosto. E observo cada efeito que minhas palavras tem nela. Seus olhos estão presos nos meus, seus lábios entreabertos. Sinto vontade de beija-la, mas ainda não é cedo. Só vou toca-la novamente quando ela me pedir.
— O aniversário dá minha avó está se aproximando e a Itália será perfeita para que eu possa te conquistar. Ficaremos lá por duas semanas e levarei esse tempo para demostrar que você não vai se arrepender de me aceitar. E caso isso não dê certo, podemos seguir nossas vidas. Não te perturbarei mais.
Ela não diz nada. Os segundos passam e ficamos nos encarando. Ela tem um vindo na testa.
— E Hope? Caso isso não dê certo... eu poderei ficar com ela?
— Hope é sua, Ruby. É nossa menina, Angeline cuida dela de onde ela estiver e nós dois zelamos por ela daqui. Nunca foi minha intenção fazer vocês duas se separarem.
— Ah, Max, sinto tanta falta da minha menina. Eu não queria ir embora, mas você ia se casar e.... — As lagrimas saltam de seus olhos e não penso. Só a envolvo em um abraço. Ruby é tão baixa e delicada.
— Shh! Ela te ama, eu nunca a fiz te esquecer, Preziosa mia. Você é a mãe dela, Ruby. Angeline a trouxe para cuidar de Hope e.... de mim. E sou eternamente grato por isso, embora que cometi muitos erros até aprender a lição.
Ruby se agarra a mim. E sinto vontade de ergue-la em meus braços e amá-la. Eu sei que ela ainda me ama, só que esse amor está soterrado em algum lugar dentro do seu coração, mas estou disposto a trazer esse sentimento a superfície. E então poderei amá-la eternamente.
Hey, leitora!
Ah, quero avisar que essa historia é um conto como a proposta inicial. Mas desta vez terá quatorze capítulos, quatro a mais que Álbum de Lembranças, entretanto isso é apenas uma ideia, não sei como minha cabeça irá funcionar, então pode ter mais, mas não passará de vinte.
Continue comigo....
Beijos,
K.
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Pétalas de Saudades - Quarteto de Noiva - A Decisão
Short StoryQuarteto de Noivas - II Ruby fugiu depois de seu coração ser despedaçado. Então cinco anos depois ela está decidida a retornar para a vida da pessoa que deixou para traz. Mas essa decisão não é tão simples, já que com a vontade de ver a unica pessoa...