Janeiro/2014.
Aquilo não era verdade!
Eu até dizia à minha prima o quanto eu almejava que ela ficasse boa logo, mas as pessoas muitas vezes me faziam entender que ajudar era não atrapalhar. Então eu me mantive distante.
E essa frase me corta o coração até hoje.
Foi a última vez que falei com ela.
Apartir dali, foi muita correria, um empurra-empurra de um hospital pra outro, atendimento ruim, levaram ela em lugares que hoje em dia eu teria gritado e impedido de assim fazerem, mas na época nada me falaram e pouco eu entendia.
Também não estou aqui para julgar ninguém.
Não me levaram para visitá-la nenhuma vez no hospital.
Que droga! Ela não tinha mais tempo e limitaram ainda mais nosso contato!
Quando meu pai havia voltado do hospital para descansar, minha avó materna e minha tia mais velha vieram de São Paulo para Mato Grosso do Sul para vê-la no hospital, foi ai que eu notei que o papo era sério.
Eu perguntava o máximo que eu podia, para tentar saber tudo o que estava acontecendo. Mas quem é que tem coragem de dizer à uma garota de treze anos que a mãe está nas últimas? Deveriam ter, talvez a pancada fosse menor, mas não fizeram.
Já tinham entubado ela, eu nao fazia idéia... Mas hoje sei que esse é o último procedimiento feito, depois disso... É esperar por milagre.
Que droga! Logo eu, que não sabia ter fé, não sabia como usá-la à meu favor como muitas pessoas diziam. "A fé move montanhas".
A minha montanha desmoronou sobre a minha cabeça.
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Valor Imensurável.
Non-FictionUm fato vivido por mim, Letícia Soares Fernandes. Não posso garantir um final feliz, mas busquei eternizar um capítulo da história da minha vida. Com 10 curtos capítulos, tentei mostrar em Valor Imensurável a maneira que se sente quem passa por a me...