Capítulo 7

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Héctor não conseguira se quer pregar o olho a noite toda.

Estava agora sentado em um tronco observando o nascer do sol. A manhã estava fria e ele se perguntava como aquela situação podia se complicar ainda mais.
Parecia estar vivendo em meio a uma tempestade, e a cada dia sentia que estava sucumbindo.

Na madrugada anterior, ele estava na sala tentando distrair a mente assistindo sem som. Não queria que ninguém soubesse que estava ali.

Quando ouviu duas batidas vindas do quarto das garotas. E quando estava mais próximo, ouviu Maya pedir ajuda. Ele tinha reconhecido a voz dela. Então voltou apressado para a sala e pegou o capuz. As chaves estavam no seu bolso.

Ao abrir a porta viu que Maya estava no chão. Sem demora ele a pegou nos braços. E ao olhar em seus olhos cheios de lágrimas ele se odiou por ser o causador delas.

Olhos lindos cor de mel. Ela estava com dor e assustada e a vontade que ele tinha era de acabar com tudo aquilo de uma vez.

Mas não era por ele que estava fazendo aquilo. Não podia parar agora.

Aquilo estava fugindo de seu controle. Ele sentiu algo por Maya e alertou a si mesmo que só poderia ser... Pena.

- E ai cara o que faremos hoje com as prisioneiras gatas?

- Cara você precisa parar com isso. Não é uma brincadeira Brian.

Quando lhe foi imposta aquela situação Héctor soube de imediato que podia contar com seu melhor amigo. Porém as vezes ele encarava tudo como divertimento. Parecia lhe faltar noção.

- Brian eu lhe sou grato por estar me ajudando. Mas não estamos de férias nos divertindo. Estamos cometendo um crime.

- Eu sei exatamente o que estamos fazendo aqui Héctor. Só acho que não foi escolha sua tudo isso. Nós dois sabemos que no final das contas, o seu era o lado mais fraco. Tente encarar as coisas de forma mais tranquila. Ou será o único prejudicado.

- Não paro de me perguntar como isso pode acontecer. Não me perdoarei nunca.

- Ficar se martirizando não resolverá nada. Pare com isso. Não há necessidade, nós não faremos mal algum as garotas no final das contas.

- Já fizemos Brian. Maya caiu e está machucada. Elas estão assustadas e podem levar o trauma de tudo isso para sempre.

- Se isso acontecer, não será por sua culpa.

- Mas não irá acontecer Brian. Porque ainda que seja a última coisa que faça na vida. Acabarei com tudo isso.

......

Maya acordou com a claridade do dia entrando pela janela. Pulou até ela e observou os arredores. O lugar estava mal cuidado, mas ela poderia jurar se tratar de uma fazenda. Tinha cercas velhas e capim crescidos demais. Árvores com frutas caídas no chão a sua volta. O lugar era imenso a sua vista. Onde elas poderiam estar?

Ao pé de uma árvore distante ela viu os dois homens. Um deles estava sentado, enquanto o outro gesticulava.

Estariam planejando mata-las?

Maya sentiu o coração acelerar no peito. A jovem olhou para a amiga que ainda dormia antes de voltar a olhar para os homens outra vez.

- Preciso encontrar uma forma de sair daqui.

Mais uma vez forçou a janela inutilmente. Foi até a porta e a encontrou mais uma vez trancada. Maya se dirigiu para a cama e sentou na borda do colchão se sentindo frustrada.

Algum tempo depois a porta foi destrancada. Os dois homens entraram com tudo no quarto. As amigas se afastaram o máximo que conseguiram deles e ficaram encostadas na parede a encara-los.

O mais baixo se aproximou delas e fez menção de tirar algo do bolso. Maya sentia seu coração bater forte em seu peito.

Ele retirou um celular e estendeu a mão na direção de Maya.

- Chegou a hora de falar com o papai.

Ele discou um número e colocou no viva voz. Maya estava congelada, apenas ouvia o aparelho chamar do outro lado. Até que ao ouvir a voz de seu pai não conteve o choro.

- Alô.

- Donald meu grande amigo.

- Pai!

- Maya?

- Pai me ajuda.

- Maya onde você está? Você está bem filha?

- Ela está muito bem. Não se preocupe.

- Liberte a minha filha seu maldito. Eu pago quanto você quiser. Posso pagar quanto for.

- Conversaremos sobre isso depois.

- Quem é você? Quanto você quer? VAMOS ME DIGAA..

- Qual é a sensação de não poder controlar a situação desembargador?

- Maldito. Eu vou caçar você e vou mata-lo.

Enquanto Brian falava com seu pai, Maya conseguiu ouvir a voz de sua mãe. Ela chorava e chamava seu nome o que a deixou ainda mais desolada.

- Pai eu estou bem. Avisa para mamãe para não se preocupar pai. Eu estou bem.

- Isso. A boneca de porcelana de vocês ainda está bem.

- Maldito, Maldito. Me diga o que quer para deixar minha filha em paz?

- O 0378 mandou lembranças desembargador.

Brian encerrou a ligação jogou a sacola com comida aos pés das jovens que choravam e virou as costas para sair.

- Vocês estão fazendo isso para se vingar de meu pai. - Ele parou mas não virou para encara-la.

- Ela não tem nada a ver com tudo isso. - Maya aponta para a amiga. Deixem a Tais em paz.

- Ela estava no lugar errado, na hora errada. - Ele sai do quarto, Héctor o segue e tranca a porta.

É isso pessoas.

Mais um capitulo com muito carinho para vocês.

Beijos.

Um sequestro?Onde histórias criam vida. Descubra agora