CAPÍTULO 7

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Bianca de Alencar

Estamos em frente à Sensuale, sim, o nome da boate do Lorenzo traduzindo do italiano para o português fica sensual. A fila está imensa, nós passamos na frente de todo mundo, ouvimos muitos xingamentos e pessoas dizendo para irmos para o final da fila.

— Boa noite, meu nome está na lista. — digo para o segurança com cara de poucos amigos.

— Boa noite! Nome, por favor. — ok. Sem muita conversa.

— Bianca de Alencar.

— Nome dos convidados.

— Somente o meu irmão Tiago de Alencar. — o segurança dá uma boa conferida no meu irmão, e não foi uma conferida de segurança, mas sim o analisando, danadinho. Ele começa a digitar no tablet. Ele é um cara alto, cabelo escuro, olhos igualmente combinados com a barba também escura, mas sua pele é clara, seu corpo mesmo por dentro daquela roupa dá pra perceber que ele é musculoso.

Ele coloca as pulseiras vermelhas nos nossos punhos demorando um pouco mais no Tiago, eles ficam se olhando por alguns segundos, depois se afasta e nos deixa entrar.

— Ficou quente de repente! — meu irmão se abana.

— Com o olhar que ele te deu até eu senti a temperatura subir.

— Que espécime de homo sapiens é aquele? Acho que vou vir aqui mais vezes!

A boate é bem impressionante por dentro, em tons de vermelho escarlate e preto, olhando pra cima você consegue ver a área vip, voltando para a parte de baixo, tem a pista de dança que está lotada de pessoas dançando uma música animada, olhando para esquerda tem o bar, alguns caras estão bebendo e dando risada.

— Bianca, está vendo aquele cara de camiseta azul? — eu olho, o cara é bonito, alto e com cabelo escuro que passa um pouco das suas orelhas. — Ele é o Bernardo!

— Vai dar um oi pra ele. Enquanto você fala com ele eu peço alguma coisa pra gente beber.

Nós vamos andando desviando de todas aquelas pessoas dançando, ainda não é nem meia noite e as pessoas já estão bêbadas e suadas. Eu fui direto falar com o barman e o Tiago foi em direção ao Bernardo, estou a uma distância que não consigo ouvir o que eles estão conversando.

— Boa noite! O que a moça bonita vai querer? — o barman me pergunta, mas antes que eu possa responder, uma voz muito conhecida me interrompe.

— Ela gosta de caipirinha de vinho! — O Bruno ainda está mais bonito do que eu me lembro.

— Eu posso pedir a minha bebida sozinha Bruno. Você está me seguindo? — pergunto sem paciência, Bruno é um ex-namorado, nós terminamos há um ano quando eu o peguei na cama com a Vitória, mas ele sempre me liga me pedindo perdão pela traição.

— Posso te garantir que foi o destino! — como se a palavra dele valesse alguma coisa. Uma movimentação do nosso lado me chama atenção, meu irmão está no chão com o nariz sangrando, e o Bernardo está com os punhos cerrados e xingando o Tiago.

— Cara, sai de perto da gente, nós não queremos que você nos passe essa sua doença de viado. — ele não disse isso, caminho até o meu irmão e o ajudo a se levantar, seus olhos estão marejados, me viro para o desgraçado enrustido.

— Deixe-me ver se eu entendi. Você só gosta de dar a bunda quando está no quarto com o meu irmão, agora quando está com os seus amigos homofóbicos você é hétero? – eu vejo seu rosto ficar vermelho, ele levanta a mão para me bater. — Encosta um dedo em mim e antes de você se afastar já estará algemado. – Bernardo acompanha o meu olhar até o Bruno que está com seu distintivo na mão.

— Eu não sou gay, nem conheço esse cara! — ele aponta para o meu irmão que está ao meu lado.

— Você não me conhece? Então eu posso mostrar as mensagens que nós trocamos todos os dias para os seus amigos?

— Você não tem esse direito! — ele quase suplica.

Olho para os amigos deles e dou um sorriso de lado para eles.

— Todos vocês jogam futebol? — eles assentem.

— Cuidado! Pois ele pode estar olhando para o pau ou a bunda de vocês.

Viro de costas, mas foi péssima ideia, pois logo sinto o meu cabelo ser puxado e um tapa forte feito o inferno no meu rosto.

— Sua vadia, eu vou acabar com você! — ele tenta vir pra cima de mim, mas é impedido por um soco que meu irmão lhe dá no queixo.

— Ninguém encosta na minha irmã! — Tiago ruge.

Então a confusão está feita, são socos e chutes, garrafas voando, cadeiras sendo quebradas, sinto uma dor na cabeça e algo escorrer na lateral do meu rosto, passo a mão e vejo que é sangue, me sinto tonta tento chamar pelo meu irmão, mas não consigo, meu corpo fica mole, quando acho que vou cai no chão, sinto braços fortes me segurarem, olho para o rosto do meu salvador vejo Enrico.

Com certeza foi uma pancada muito forte.

— Vai ficar tudo bem Bianca!

Eu apago    

Enrico - Irmãos Martinelli #1 - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora