CAPÍTULO 3

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Enrico Martinelli

Nunca me imaginei dizendo isso, mas finalmente chegou segunda-feira. É hoje que a diaba começa a trabalhar na agência, não vejo a hora de colocar as mãos nela. Não me entendam mal, eu não sou um pervertido, a única coisa que quero é provar pra Bianca que sou muito macho.

Quando passo pelas portas de vidro da entrada da agência, já posso ouvir os suspiros apaixonados e as calcinhas descendo pelas pernas. Eu não me acho, eu simplesmente sei que sou irresistível. Digo bom dia e dou o meu famoso "sorriso molhador de calcinhas" para as meninas da recepção e vou para o elevador, pego o meu celular e fico verificando meus e-mails, ouço as portas do elevador se abrirem, mas não me dou o trabalho de levantar a cabeça, ouço o barulho de saltos contra o chão e logo parar ao meu lado.

— Bom dia Sr. Martinelli! — essa voz, imediatamente eu levanto minha cabeça e olho pra diaba ao meu lado.

— Bom dia Bianca, como vai?

— Muito bem, obrigada por perguntar! E o senhor como está? — ela me devolve a pergunta com um sorriso quase imperceptível nos lábios.

— Melhor impossível! Você já passou no RH para assinar a papelada da sua contratação?

— Sim, estou vindo de lá. A moça que me atendeu me disse para subir direto para a sua sala, parece que o senhor tem alguns papéis que quer que eu dê uma olhada.

— O advogado que trabalhava aqui infelizmente veio a falecer, e ficou muita coisa pendente, você provavelmente terá muito trabalho nessas primeiras semanas. — o elevador para no nosso andar, como bom cavalheiro que sou, peço que ela vá na frente, e claro para que eu possa dar uma boa conferida na sua bunda, e posso garantir que ela tem uma bunda e tanto, redonda e empinada.

— Compreendo! Sinto muito pelo seu advogado!

— Obrigado!

Chegamos à minha sala, peço para Isadora não nos atrapalhar, só se for alguém da minha família.

— Fique a vontade! — aponto para a cadeira em frente a minha mesa.

Não sei há quanto tempo estamos trancados dentro da minha sala, olhamos dezenas de contratos, revisamos, editamos, solucionamos problemas, só posso dizer uma coisa, é muito bom quando a mulher não tem só beleza, mas sim o pacote completo contendo cérebro, e todos os outros atributos. A porta se abre e um furacão chamado Lorenzo entra como se fosse o dono da porra toda.

— Boa tarde mano! — ele olha pra Bianca e sorri cafajeste. — Boa tarde moça bonita, eu me chamo Lorenzo! — ele vai até ela e beijas sua mão.

— Boa tarde! Prazer, eu me chamo Bianca. — ela dá um sorriso pra ele, por que ele ganha um sorriso e eu ainda não ganhei nenhum?

— O que está fazendo aqui Lorenzo? — pergunto sem paciência.

— Vim chamar o meu irmão mais velho para almoçar. — já é hora do almoço? Ficamos muito tempo mesmo trabalhando.

— Nos acompanha Bianca? — pergunto.

— Claro, estou morrendo de fome!

***

Fomos ao restaurante que sempre vou, o lugar é agradável e a comida é muito saborosa, muitos pensam que eu vivo gastando dinheiro com restaurantes caros, mas na verdade eu só vou a restaurantes extravagantes quando tenho que tratar de negócios com executivos, no meu dia a dia eu gosto mesmo de um lugar simples com comida caseira.

Sentamo-nos em uma mesa bem no meio, prefiro me sentar de frente para as janelas ou da porta, gosto de ver o movimento. Fazemos nossos pedidos, fiquei impressionado com o pedido dela, nada de salada, ela pede arroz, feijão, bife acebolado com fritas. Todos nós pedimos a mesma coisa.

— Você tem uma arma? — Lorenzo parece uma criança que acabou de conhecer o Papai Noel.

— Não, só fiz as aulas de tiro mesmo.

— Você já atirou em alguém? — por favor, alguém atira em mim.

— Meu Deus, não! Eu mal sei como segurar uma arma, já adianto que foi dinheiro perdido, pois eu fiquei com medo da arma.

— Se você não calar a boca, eu vou pedir que ela atire em você.

— Tudo bem Sr. Martinelli, não vejo problema em responder as perguntas do Lorenzo. — já está me irritando ela me chamar de senhor pra cá e senhor pra lá.

— Pode me chamar de Enrico, odeio tanta formalidade.

Ela assentiu.

— Eu tenho uma boate no Morumbi, aparece por lá qualquer dia, área vip pra você! — ele pisca pra ela, e eu estou doido pra socar a cara dele.

Pego meu celular e mando uma mensagem pra ele.

Eu

Pode parar de dar em cima dela.

Lorenzo Babaca

Eu não estou dando em cima dela, só estou sendo legal, como sempre sou.

Eu

Eu te conheço Lorenzo, você está dando em cima dela.

Lorenzo Babaca

Quando você disse que ela era gata, eu não imaginei que fosse tão gata, mas eu juro que não estou dando em cima da sua mina. Eu não faria isso com você irmão.

Eu

Ela não é minha mina!

Ainda não!

— Com licença, eu vou ao banheiro! — Bianca termina de comer e se levanta e nós como dois cachorrinhos seguimos o seu rebolado até ela sumir dentro do banheiro.

— Cara, ela é muito gata!

— É sim, não vejo a hora de levar ela pra minha cama.

— Cuidado, ela pode atirar no seu pau. — ele toma um gole do seu suco. — Isso se ela achar o seu pau! — Eu dou um soco no seu braço e o idiota ri.

Muitas mulheres passam nos olhando, elas acham que somos algum pedaço de carne? Agora sei como as mulheres se sentem quando nós homens ficamos olhando pra elas. Bianca volta com o batom retocado. Lorenzo pede licença pra ir ao banheiro, safado, ele foi atrás de uma mulher que estava indo pra lá.

Olho para a entrada do restaurante e na hora meu bom humor vai embora, lá vem ela com seu cabelo tingido com um vermelho chamativo e andando com os olhos cravados na parte de trás da cabeça da Bianca.

— Então foi por elaque você me trocou? — Merda!    


Enrico - Irmãos Martinelli #1 - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora